27 de abr. de 2016

Dia em Memória às Vítimas de Acidentes de Trabalho: atividades lembram tragédia em Mariana


No Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes de Trabalho, centrais sindicais, entidades de defesa da saúde do trabalhador estão convocando uma série de atividades para marcar a tragédia ocorrida em Mariana. O acidente envolvendo o rompimento da barragem do Fundão, da Samarco Mineradora S.A. (Vale/BHP) trata-se de um dos piores acidentes de trabalho e o maior desastre ambiental do país.
As atividades, convocadas pelo Fórum Sindical e Popular de Saúde e Segurança do Trabalho de Minas Gerais, o Fórum Nacional e Saúde do Trabalhador, e da Trabalhadora das Centrais Sindicais, com apoio de várias entidades e instituições, ocorrerão de 26 a 28 de abril, nas cidades de Ouro Preto e Mariana, Minas Gerais. No dia 27 as entidades realizam o "Seminário Nacional de Saúde e Segurança do Trabalhador e da Trabalhadora", em Ouro Preto/MG.
Em nota, as entidades ressaltam que a data serve não apenas para lembrar as vítimas dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, mas também um momento em que os movimentos sindicais e populares reafirmam o compromisso com a luta e ações por condições dignas de trabalho, que visam impedir que acidentes de trabalho, eventos evitáveis, continuem a se repetir no país, causando mortes, sofrimento e outros danos sociais e ambientais para a população, em especial para os trabalhadores.
Números alarmantes
No dia 28 de abril os trabalhadores, do Brasil e de diversos outros países do mundo, celebram a “Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho”. A data foi escolhida porque em 1969 ocorreu um acidente em uma mina nos Estados Unidos, matando 78 trabalhadores.
A partir dos anos 2000, as centrais sindicais brasileiras, passaram a realizar atividades conjuntas para marcar a passagem desse dia em todas as regiões do País, transformando-o em uma data tradicional do calendário sindical.

No Brasil, os acidentes de trabalho ostentam números de uma epidemia. Foram 5 milhões de vítimas num intervalo de apenas sete anos - entre 2007 e 2013 -, com 19,5 mil mortos e 101 mil inválidos.
As vítimas registradas neste período, segundo dados mais atuais do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), demonstram que os acidentes de trabalho matam seis vezes mais do que a dengue, doença sazonal que todo verão impõe aos brasileiros o medo em escala epidemiológica.
Dos 5 milhões de acidentes de trabalho registrados pelo INSS entre 2007 e 2013, quase 3 milhões foram acidentes típicos, 668 mil acidentes de trajeto e 128 mil doenças do trabalho (o 1,2 milhão restante decorreu de causas ignoradas). O estado de São Paulo responde por 34% dos acidentes, com 1,7 milhão de casos no período, seguido de Minas Gerais, com 533 mil (10,5%), e Rio Grande do Sul, com 409,8 mil (8%).
Desrespeito com a vida
Diante desse cenário crescente, neste dia 28, as entidades vão a público mais uma vez denunciar as tragédias dos “acidentes de trabalho”. De acordo com os sindicalistas, a exploração do trabalho expõe as pessoas a riscos que ocasionam acidentes e doenças do trabalho com graves consequências que mutilam e matam trabalhadores.
Esses dados dão a dimensão da irresponsabilidade patronal de desrespeito às normas de proteção à saúde dos trabalhadores e coloca para o Estado, para toda a sociedade e, em especial, os movimentos sindical e popular, importantes desafios a serem enfrentados em defesa da vida e dos direitos da classe trabalhadora.
O rompimento da Barragem de rejeitos minerais do Fundão em Mariana/MG caracteriza-se como um verdadeiro crime humano e ambiental. A tragédia ocorrida em Mariana deixa um saldo de 18 mortos (16 trabalhadores e 2 crianças); 1 trabalhador desaparecido; mais de 10 mil postos de trabalho fechados com comerciantes, agricultores e pescadores desempregados; mais de um milhão de pessoas atingidas; e a destruição da Bacia do Rio Doce.
Um crime contra a vida e contra os trabalhadores que o movimento sindical jamais deixará cair no esquecimento.
Confira programação:
AF Folder 15x21cm DiaMundialVitimasAcidentesTrabalho programacao
Dia 27 de Abril
Seminário Nacional de Saúde e Segurança do Trabalhador/a: Desafios e Perspectivas (inscreva-se)
Local: Auditório do Departamento de Geologia da Universidade Federal de Ouro Preto (DEGEO/UFOP)
Rua Nove, 857, Campus do Cruzeiro, UFOP
Ouro Preto/MG

Dia 28 de Abril
Audiência Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais
Solenidade 28 de Abril - Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidente de Trabalho
Local: Centro de Convenções
Mariana/MG

Cinthia Ribas - Portal CTB

26 de abr. de 2016

O que está em jogo: PL 257 tenta jogar a conta da crise financeira nas costas dos servidores públicos


O Brasil assiste atônito às movimentações em Brasília que tentam a qualquer custo derrubar o governo da presidenta Dilma Rousseff. Deputados federais pouco, ou nada, comprometidos com conquistas históricas levantaram no domingo, 17 de abril, a bandeira do impeachment em defesa de interesses próprios, em um espetáculo de horrores.
Mas o que está em jogo por trás de tudo isso? Para uma parcela da sociedade, diga-se de passagem, pouco esclarecida e influenciada pela grande mídia, representa o combate à corrupção.
No entanto, para a outra parte, composta pela classe trabalhadora e movimento social organizado, nada mais é do que um golpe à Democracia, à Constituição Federal e aos direitos trabalhistas, duramente conquistados ao longo de décadas à custa da vida de muitos e muitas combatentes.
Inconformada com as sucessivas derrotas nas urnas, a oposição raivosa aguarda ansiosa o desfecho de golpe, construído em parceria com a mídia golpista, para colocar em prática medidas amargas para a população e, sobretudo, para a classe trabalhadora.
Congelamento de salários e ampliação da terceirização
ze goncalves pl257
No esteio dessas ameaças estão diversos Projetos de Lei que tramitam de forma silenciosa pela Câmara dos Federal. E um deles, combatido ferrenhamente pela CTB, é o PLP 257/2016, que visa refinanciar a dívida pública de estados e municípios.

A proposta polêmica contém medidas que, se aprovadas, terão efeito devastador sobre o funcionalismo público, atingindo servidores de todas as esferas de poder, como revela José Gonçalves, secretário adjunto nacional da Secretaria de Serviços Públicos e do Trabalhador Público da CTB e presidente da CTB Paraíba. “A aprovação do PLP 257 representa o fim de concursos públicos, congelamento de salários, ampliação da terceirização e precarização dos serviços, entre outras consequências”.
De acordo com Gonçalves, a medida vai justamente de encontro dos interesses de governadores e prefeitos, que usam a crise como alegação para o congelamento de salários. “Se já temos dificuldades para negociar reajustes e aumentos, imagine com a aprovação desse PL. Vão jogar nas costas da classe trabalhadora em serviços públicos a conta dessa crise econômica”, afirmou Gonçalves.
Além dos prejuízos citados pelo dirigente, o PLP promove o desmonte dos serviços públicos, e altera 38 itens da Lei de Responsabilidade Fiscal em prejuízo dos entes federativos, mediante a redução do limite prudencial. Na opinião dos sindicalistas, é claramente, uma proposta nefasta de privatização do Estado brasileiro, em favor dos grupos financeiros especuladores.
O projeto também dispõe sobre a reforma da Previdência Social com a retirada de direitos, a demissão voluntária de servidores e o fim da regra de valorização do salário mínimo.
Para Gonçalves, as forças conservadoras aguardam ansiosamente para colocar medidas retrogradas e neoliberais em prática. “O PL vai favorecer aos governos que priorizam a terceirização à realização de concursos públicos, já que eles preferem os funcionários contratados por que não respeitam direitos como 13º salário, 1/3 de férias, insalubridade, periculosidade, adicional noturno, além de pagar salários inferiores aos dos servidores do quadro efetivo. Há realmente esse acerto entre os governos prejudicando os trabalhadores do serviço público.
A oposição e seu abismo para o futuro
jp contraplp257
No dia 12 de abril, representantes da CTB, das outras centrais e da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB), que representam os trabalhadores no serviço público se reuniram com o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Ricardo Berzoini, que se comprometeu a retirar da proposta todas as medidas polêmicas que atingem trabalhadores públicos. 

No entanto, de acordo com o secretário do Serviço Público e dos Trabalhadores Públicos da CTB, João Paulo Ribeiro, o JP, na atual conjuntura nada mais está garantido e as mobilizações do movimento contra o PLP 257 serão mantidas.

“É fundamental que a população saiba que, ao contrário do que pregam os articuladores do golpe, o impeachment – se consumado - não vai tirar o Brasil da crise econômica e sim aprofundá-la”, ressalta João Paulo Ribeiro ao lembrar que a proposta resumida no projeto “Ponte para o Futuro”, deixa claro que nesse futuro não haverá espaço para os trabalhadores em geral.
“Além da investida contra a democracia e a soberania nacional, a proposta do senhor Michel Temer ataca direitos históricos, viabiliza a terceirização ilimitada, impõe uma reforma trabalhista retrógrada, rasga a CLT e a põe em risco a política acordada de valorização do salário mínimo. Nesse jogo de xadrez, a estratégia da oposição está diretamente ligada aos interesses dos patrões, em detrimento dos interesses da classe trabalhadora”, alerta JP.
Ainda de acordo com JP, os dirigentes têm conhecimento das dívidas dos estados e da necessidade de se adotar iniciativas para minimizar esses imapctos. “Temos consciência da situação, que tem culminado com o atraso no pagamento de aposentadorias e pensões, dificuldades em negociar os acordos salariais. Mas não podemos permitir que os trabalhadores do serviço público sejam prejudicados com esta política restritivas, lembrando que este projeto é parecido com o apresentado por FHC, que refinanciou por 30 anos a dívida existente, só que desta vez veio com imposições aos governadores, caso tenham dificuldade de pagar”, analisou o sindicalista que tem acompanhado as discussões em Brasília.
Nesta segunda-feira (25), os sindicalistas participam de uma audiência pública na Assembleia legislativa de Santa Catarina om o relator do PL 257, o deputado Esperidião Amin (PP-SC).

“Se conseguirmos convencer o relator Esperidião Amin sobre os prejuízos do PL, será um momento especial, pois poderemos jogar a pá cal necessária para enterrar este projeto maléfico aos servidores. Com esse Congresso voltado aos interesses do capital não podemos descansar. Estamos unidos e se preciso for já estamos mobilizados para uma greve geral do funcionalismo público do Brasil”, alertou o dirigente da CTB.


Cinthia Ribas - Portal CTB

25 de abr. de 2016

"É preciso derrubar a ponte do Temer para garantir o futuro", diz Adilson Araújo


Nunca será demais reiterar e alertar que a classe trabalhadora será a maior vítima do golpe em curso no Brasil sob a forma do impeachment da presidenta Dilma que, embora sem nenhum fundamento jurídico, foi aprovado pela Câmara dos Deputados no último domingo, no maior e mais grotesco espetáculo de cretinismo parlamentar já visto no mundo. Um desfile de hipocrisia e ideias retrógradas que foi transmitido ao vivo pela TV Câmara.
A leitura do documento lançado pelo PMDB recentemente, aprovado por sugestão do traidor Temer, não deixa margem a dúvidas sobre quais interesses os golpistas servem. O que se propõe não é uma “Ponta para o futuro”, conforme os autores sugerem maliciosamente o título. Trata-se, na verdade, de uma ponte para o passado, o retrocesso neoliberal, a retomada de um projeto reacionário que foi derrotado nas urnas reiteradas vezes desde 2002.
Ajuste fiscal
O texto advoga um duro ajuste fiscal como caminho para estabilizar as contas públicas e a economia, o mesmo receituário que nos foi imposto pelo FMI no passado e é aplicado hoje na Grécia, Espanha e outros países europeus com graves prejuízos para a classe trabalhadora.
Neste sentido, Temer promete “acabar com as vinculações orçamentárias”, ampliando o alcance da DRU (Desvinculação das Receitas da União). Isto se traduz, concretamente, na redução das verbas para a educação e saúde.
Acrescente-se a isto o fim das indexações, que pode implicar na supressão da política de valorização do salário mínimo, que indexa o reajuste à inflação e ao PIB. “É necessário que se elimine a indexação de qualquer benefício do valor do salário mínimo”, explicita o documento.
Agenda da Fiesp e CNI
Sobre a Previdência está escrito: “é preciso ampliar a idade mínima para a aposentadoria”. Quanto às relações entre capital e trabalho o propósito declarado é promover uma reforma com o objetivo de que as regras da contratação de mão-de-obra sejam definidas pelo mercado e não pela Lei, ou seja, será a prevalência do negociado sobre o legislado. É um retorno ao passado de FHC, que encaminhou um projeto neste sentido ao Congresso, arquivado em 2003 por Lula a pedido das centrais sindicais. Seria simplesmente o princípio do fim da CLT.
Para quem tem um pouco de consciência de classe e conhecimento elementar dos fatos não restam dúvidas de que a pinguela oferecida por Temer é o atalho golpista (pois não brota da vontade das urnas) para impor de forma autoritária os interesses da burguesia nacional e estrangeira. Sobre esta última é preciso acrescentar a intenção de fortalecer o relacionamento com os Estados Unidos e União Europeia e o desprezo explícito pelo Mercosul.
Entrega do pré-sal
Embora não esteja escrito, os golpistas estão alinhados com os interesses geopolíticos do imperialismo liderado por Washington. Trabalharão para sabotar a Celac, Unasul, Mercosul e Brics. Mudarão o marco regulatório do pré-sal em benefício do capital estrangeiro, substituindo o modelo de partilha pelo de concessões de forma a transformar recursos que seriam destinados à saúde e educação em lucros das multinacionais.
O duro ajuste fiscal tem por objetivo realizar elevados superávits primários para pagar juros dos bancos. Quanto aos altos juros praticados no país, causa maior do déficit fiscal, Temer promete mantê-los. O projeto golpista vai ao encontro dos interesses dos empresários.
A agenda para a classe trabalhadora é a mesma da CNI e da Fiesp, acena com o Estado mínimo neoliberal e fala numa “política de desenvolvimento centrado na iniciativa privada”, reduzindo a zero o espaço e o protagonismo do Estado. É uma agenda contra o trabalho, a soberania nacional e a democracia.
Estamos conscientes de que para garantir um futuro democrático e soberano do Brasil e abrir caminho para a agenda de desenvolvimento nacional fundada na valorização do trabalho, bem como no combate rigoroso à corrupção, é preciso intensificar a mobilização popular e derrotar o projeto golpista da dupla Temer/Cunha.
Adilson Araújo, presidente nacional da CTB

“Mulheres Não Recatadas” protestam contra machismo da Veja


Feministas e mulheres do mundo da arte realizaram no sábado (23), em Brasília, um ato performático contra a apologia da revista Veja ao recatamento feminino. Esta semana, a revista publicou um artigo sobre a esposa do vice-presidente da República, Michel Temer, intitulado "Bela, recatada e do lar", na tentativa de descrever Marcela Temer como futura primeira-dama perfeita. O texto preconceituoso teve grande repercussão negativa. A mobilização denunciou o machismo da Veja ao defender o perfil da mulher de Temer como tipo de mulher ideal.
No ato "Mulheres Não Recatadas" as manifestantes, vestidas com trajes característicos de mulheres reservadas e do lar, percorreram a rodoviária do Plano Piloto e a Esplanada dos Ministérios, até o Congresso Nacional. No gramado em frente ao Congresso, as integrantes do movimento realizaram performances, despindo-se das vestes "compostas".
Segundo as organizadoras do protesto, Elisa Teixeira e Karoline Diniz, o ato não é contra mulheres recatadas, mas contra a ideia machista, reforçada pela Veja, de que só mulheres com essas características têm valor. Para as criadoras do evento, "cada mulher tem todo o direito de agir e se vestir como quiser, porque é livre para ser o que desejar". De acordo a organização, a mobilização foi também para reforçar a valentia das mulheres que não desistem da luta e almejam a justiça social.


De Brasília, Ruth de Souza - Portal CTB
Confira algumas fotos do ato, feitas pelo Mídia Ninja

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As "Mulheres Não Recatadas" percorrendo o interior da rodoviária do Plano Piloto, em Brasília

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Zé de Abreu diz na Globo que impeachment sem crime é golpe e explica porque cuspiu em casal


Na noite deste domingo (24), o ator Zé de Abreu foi entrevistado do Domingão do Faustão, da Rede Globo para falar sobre os motivos que o levaram a cuspir em um casal num restaurante em São Paulo na sexta-feira (22).
Ele, que estava com a sua companheira Priscila Petit, contou que logo ao entrarem no restaurante, sua companheira disse o que esse casal estava falando deles. De acordo com ele disseram “vamos ter que almoçar com esse velho, petista?”
Depois ainda insinuaram que a bolsa de Priscila tinha sido roubada pela Lei Rouanet. Depois de explicar como funciona a Lei Rouanet, que é uma lei de incentivo à cultura, o ator contou que foi tentar um diálogo com o casal.
E ouviu: “é muito fácil você petista, que rouba dinheiro do povo, vir comer num restaurante japonês”. Aí no programa da Globo, Zé de Abreu discorreu sobre o clima de ódio que a mídia cria no país e que ele cuspiu no casal quando a mulher chamou Priscila de "vagabunda".
“Uma mulher que chama outra mulher de vagabunda, só pelo fato da outra ser mulher, não merecer ser mulher. É uma atitude machista” e indigna. Aí ele conta que não aguentou e cuspiu na cara dos dois.
Mas o melhor estava por vir. Zé de Abreu disse em horário nobre da emissora mais golpista do país que “impeachment sem crime de responsabilidade é golpe”, argumentou também que “nunca na história do Brasil empresários foram presos” como agora.
Aí perguntou para o Faustão: “você viu aquela votação do impeachment, dá pra Dilma conviver com essa gente?” E fulminou: entregar o país para essa gente é “entregar o galinheiro para as raposas”.
O ator de mais de 50 anos de carreira, aproveitou para atacar a mídia golpista que criou a palavra “petralha” e insufla esse clima de ódio e intolerância. Disse ainda que é necessário respeitar os 54 milhões de votos da presidenta Dilma e a Constituição.
Assista o que disse Zé de Abreu no Domingão do Faustão:

Portal CTB – Marcos Aurélio Ruy

19 de abr. de 2016

Frente Brasil Popular se prepara para intensificar lutas em Minas



A mobilização contra o golpe vai ser intensificada e o calendário de lutas mobilizam para que os movimentos sociais, sindicais, populares, políticos e estudantis não saiam das ruas nas próximas semanas. As primeiras ações foram definidas na noite de segunda-feira (18), em Plenária da Frente Brasil Popular Minas Gerais no auditório do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-MG). Os participantes da Plenária criticaram veementemente a tentativa de eleição indireta promovida pelo presidente da Câmara Eduardo Cunha e seus aliados golpistas no último domingo. O sentimento de todos(as) era de consternação com a votação dos deputados, mas também de muita disposição para prosseguir na luta que está apenas começando.

Compuseram a mesa José Antônio de Lacerda, o Jota, da CTB-Minas, Beatriz Cerqueira, da CUT/MG,  Ester Hoffmann, do MST, e Juarez Guimarães, professor de Ciência Política da UFMG.



O dia 21 de abril terá o Ato da Democracia em Ouro Preto. No dia 22, a Marcha em Defesa da Democracia deixará Ouro Preto e passará por Mariana em direção a Belo Horizonte, onde chegará no dia 26, data da Plenária Sindical da CUT/MG e da CTB, no Sindieletro-MG. No dia 30 de abril, o Debate sobre a Petrobras será realizado no Sinpro-MG. Já no dia 1° de Maio acontecerá a Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora em São Paulo.


Leia a íntegra da nota da Frente Brasil Popular e da Frente Povo Sem Medo

Não aceitamos o golpe contra a democracia e nossos direitos!

Vamos derrotar o golpe nas ruas!

Este 17 de abril, data que lembramos o massacre de Eldorado dos Carajás, entrará mais uma vez para a história da nação brasileira como o dia da vergonha. Isso porque uma maioria circunstancial de uma Câmara de Deputados manchada pela corrupção ousou autorizar o impeachment fraudulento de uma presidente da República contra a qual não pesa qualquer crime de responsabilidade.

As forças econômicas, políticas conservadoras e reacionárias que alimentaram essa farsa têm o objetivo de liquidar direitos trabalhistas e sociais do povo brasileiro. São as entidades empresariais, políticos como Eduardo Cunha, réu no STF por crime de corrupção, partidos derrotados nas urnas como o PSDB, forças exteriores ao Brasil interessadas em pilhar nossas riquezas e privatizar empresas estatais como a Petrobras e entregar o Pré-sal às multinacionais. E fazem isso com a ajuda de uma mídia golpista, que tem como o centro de propaganda ideológica golpista a Rede Globo, e com a cobertura de uma operação jurídico-policial voltada para atacar determinados partidos e lideranças e não outros,

Por isso, a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo conclamam os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, e as forças democráticas e progressistas, juristas, advogados, artistas, religiosos a não saírem das ruas e continuar o combate contra o golpe através de todas as formas de mobilização dentro e fora do País.

Faremos pressão agora sobre o Senado, instância que julgará o impeachment da presidente Dilma sob a condução do ministro Lewandowski do STF. A luta continua contra o golpe em defesa da democracia e nossos direitos arrancados na luta, em nome de um falso combate à corrupção e de um impeachment sem crime de responsabilidade.

A Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo desde já afirmam que não reconhecerá legitimidade de um pretenso governo Temer, fruto de um golpe institucional, como pretende a maioria da Câmara ao aprovar a admissibilidade do impeachment golpista.

Não reconhecerão e lutarão contra tal governo ilegítimo, combaterá cada uma das medidas que dele vier a adotar contra nossos empregos e salários, programas sociais, direitos trabalhistas duramente conquistados e em defesa da democracia, da soberania nacional.

Não nos deixaremos intimidar pelo voto majoritário de uma Câmararecheada de corruptos comprovados, cujo chefe, Eduardo Cunha, é réu no STF e ainda assim comandou a farsa do impeachment de Dilma.

Continuaremos na luta para reverter o golpe, agora em curso no Senado Federal e avançar à plena democracia em nosso País, o que passa por uma profunda reforma do sistema político atual, verdadeira forma de combater efetivamente a corrupção.

Na história na República, em vários confrontos as forças do povo e da democracia sofreram revezes, mas logo em seguida, alcançaram a vitória. O mesmo se dará agora: venceremos o golpismo nas ruas!
Portanto, a nossa luta continuará com paralisações, atos, ocupações já nas próximas semanas e a realização de uma grande Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora, no próximo 1º de maio.

A luta continua! Não ao retrocesso! Viva a democracia!

Frente Brasil Popular


Frente Povo Sem Medo

Federação Sindical Mundial América condena golpe de Estado parlamentar no Brasil



A Federação Sindical Mundial (FSM) região América Latina e Caribe sediada na capital cubana Havana divulgou uma nota, na última segunda-feira (18), em apoio à legitimidade do governo da presidenta Dilma Rousseff e em rechaço às tentativas golpistas contra a democracia brasileira.
De acordo com o domumento "Este golpe de novo tipo conspira contra o importante impulso dos governos de Lula e Dilma em um Brasil defensor das causas justas no plano internacional e inspirador da unidade e a integração latino-americana e caribenha".
Leia abaixo íntegra do comunicado: 
A ameaça perpetrada por setores da direita representantes da oligarquia brasileira, em confabulação com a imprensa reacionária e com o aberto apoio das transnacionais da comunicação e pelo imperialismo, quer levar a cabo o primeiro passo do golpe de estado parlamentar contra o governo democraticamente eleito do Brasil liderado por Dilma Rousseff. Acusações sem provas nem fundamentos jurídicos quebram a democracia brasileira. 

Atacam assim importantes programas sociais de sensível impacto na população mais pobre e em contraste implantam um governo neoliberal que acaba com as conquistas sociais alcançadas e que possibilite o roubo das riquezas naturais do povo brasileiro por parte das grandes empresas transnacionais subordinando sua política exterior aos interesses hegemônicos imperialistas. 

Este golpe de novo tipo conspira contra o importante impulso dos governos de Lula e Dilma em um Brasil defensor das causas justas no plano internacional e inspirador da unidade e a integração latino-americana e caribenha. Forma parte da contraofensiva reacionária contra os processos progressistas da região e dirigido contra os Brics, poderoso conjunto desafiante da hegemonia estadunidense. 

Em momentos nos quais está em marcha um golpe de estado parlamentar no Brasil, a Federação Sindical Mundial em “Nossa América” reitera seu apoio ao movimento sindical de luta brasileiro e sua solidariedade irrestrita com o povo e o legitimo governo deste país irmão liderado pela presidenta Dilma Rousseff. 

Federação Sindical Mundial região América Latina e Caribe
Havana, 18 de abril de 2016  

Portal CTB - Foto: Láldert Castelo Branco

Dia do Índio: povos indígenas querem ser livres, respeitados e manter suas terras


Os povos indígenas veem pouco a comemorar no Dia do Índio, instituído em 1943, para refletir sobre as 305 diferentes etnias existentes no Brasil que falam 274 línguas, de acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai).
Atualmente, um dos maiores problemas refere-se à demarcação das terras indígenas. São contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215/2000, que visa tirar a demarcação de suas terras do Poder Executivo e passar para o Congresso.
Para a ativista dos direitos indígenas Naine Terena é essencial barrar a PEC 215. “Essa luta não é somente nossa, é de todos os brasileiros porque a ação dessa gente é predatória. Eles desmatam nossas florestas, secam nossos rios e querem levar as riquezas do solo brasileiro”.
Já o cacique Nailton Pataxó Hã-hã-hãe reclama da atuação da Frente Parlamentar da Agropecuária, muito forte na Câmara dos Deputados. “Já se passaram quase 30 anos da promulgação da Constituição. Na época determinaram que em cinco anos todas as terras indígenas deveriam ter sido demarcadas. Esse prazo não foi respeitado e nem a Constituição está sendo”.
Tanto que no dia 17 de março foi reinstalada a Frente Parlamentar de Apoio aos Povos Indígenas para dar voz aos direitos indígenas ameaçados no Congresso. Na ocasião o cacique Aruã Pataxó criticou a bancada ruralista que promove um “assalto aos direitos indígenas”. Ele disse ainda que “dos 211 deputados que compõe a nova frente só vemos uma minoria nessa discussão. A gente precisa que esses parlamentares assumam de fato a defesa dos nossos direitos”.
O Conselho Missionário Indigenista (Cimi) lembra alguns números do extermínio dos povos indígenas no continente. “Dos 80 milhões de indígenas que viviam nas Américas no ano de 1500, cerca de 70 milhões foram dizimados”. No Brasil, “a população indígena era de aproximadamente 6 milhões de pessoas". Segundo a Funai a população indígena voltou a crescer, e atualmente passam dos 900 mil espalhados por todas as regiões. A maioria no Norte e Centro-Oeste.
Outra reclamação dos representantes dos povos indígenas é a violência. Em 2014, o relatório 'Violência contra os Povos Indígenas do Brasil', referente a 2014, mostra que 138 índios foram assassinados no ano, mais da metade no Mato Grosso do Sul onde o conflito agrário se acentua.
Além disso, defendem Emília e Osmar Marçoli, do Cimi, o Dia do índio deve ser um dia para lembrar a história de luta e de resistência dos povos indígenas que perdura até aos dias de hoje, confirmando que o Brasil tem uma dívida histórica para com estes povos”.
“Há mais de 500 anos vêm tentando destruir os povos indígenas para se apropriarem de nossas terras”, diz Naine.  “Não respeitam nossa cultura, nossos saberes e atacam nosso modo de vida. Agora querem nos extinguir fisicamente”.          
Portal CTB – Marcos Aurélio Ruy     

18 de abr. de 2016

Câmara dos Deputados afronta democracia, mas luta contra o golpe continua no Senado


"Se for para acontecer o que é certo, a Dilma não sai, não", opinou a ambulante e auxiliar de limpeza Janaína Cristina, 23 anos, que vendia água no início da tarde no Vale do Anhangabaú durante o ato contra o impeachment, em São Paulo. Pois aconteceu "o que é errado", na visão de Janaína, e a Câmara dos Deputados aprovou o impedimento da presidenta Dilma Rousseff nesta dramática noite de domingo (17).
No placar final foram contabilizados 367 votos a favor, 137 contra, 7 abstenções e 2 ausências. Durante todo o dia, cerca de 100 mil pessoas foram ao Anhangabaú, região central de São Paulo, para se manifestar contra a tentativa de golpe no país e acompanhar em um telão lá armado a votação na Câmara dos Deputados - como aconteceu na maior parte do Brasil.
Reações de indignação, silêncio, revolta e comemoração se alternaram no vale ao longo da transmissão, à medida que os parlamentares apresentavam seus votos. E o desfecho duro de engolir foi recebido com incredulidade por muitos presentes, que não esperavam assistir de novo, um golpe à legalidade e ao Estado Democrático de Direito.
É o caso de Enoil de Carvalho, 72 anos, que viveu bem de perto o golpe de 64, teve parentes presos e amigos desaparecidos e não esperava ver a Constituição ser posta de lado com tanta "cara de pau e descompostura" de novo.
"Você percebe que tem muita gente, mas muita gente mesmo que está achando isso tudo muito normal?", indaga ela. "Eu vejo gente bem informada que acha que é assim mesmo que se faz. Bem se vê que a ignorância não tem nada a ver com condição econômica", diz Enoil, que deixou o vale consternada, logo após a fala do deputado Jair Bolsonaro, que, em seu voto, prestou homenagem ao torturador Brilhante Ulstra.
CTB: "A batalha está só começando", diz dirigente
Em resposta ao golpe concretizado na Câmara, o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, que acompanhava os acontecimentos em Brasília, trouxe mensagem de luta: "Hoje a classe trabalhadora testemunhou um grande golpe à democracia, mas também vimos o povo se levantar pelo Brasil e afirmar que haverá luta contra esse golpe parlamentar orquestrado pelo gângster Eduardo Cunha".
"É hora de povo na rua, de luta sem trégua, mobilização geral", pontua Rogério Nunes (foto), secretário de políticas sociais da CTB, enquanto assistia à transmissão em São Paulo. A Central foi representada por suas lideranças sindicais e dirigentes, como o presidente da CTB-SP, Onofre Gonçalves, que foi ao anhangabaú dizer "não ao golpe" (foto, à dir., ao lado da vice-prefeita da São Paulo, Nádia Campeão) e reafirmar a luta em defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e contra o avanço do golpe e da retirada de garantias trabalhistas duramente conquistadas nos últimos governos Lula e Dilma.  
Raimunda Gomes (foto acima, à esq.), secretária de Comunicação da CTB, aposta na vitória da democracia para barrar o que seria o maior retrocesso da história recente do país. "O momento exige do povo brasileiro e dos movimentos que atuam em defesa da democracia, muita resignação, porque a batalha está apenas começando. Teremos um longo caminho a percorrer, dialogando e mobilizando amplos setores da sociedade, para acumular força e ganhar essa guerra. A batalha no Senado será um momento decisivo e é lá que venceremos esse jogo", disse 
A população que foi ao Anhangabaú reagiu aos gritos de "Não vai ter golpe, vai ter luta" e "A luta continua", lembrando que a resistência agora é palavra de ordem para barrar o impeachment no Senado federal. Teve tristeza, mas o que preponderou mesmo no centro da capital paulista foi a certeza maior que nunca em cada consciência ali presente de que este é o lado certo da luta. 
Para o dirigente da CTB Eduardo Navarro, o resultado da votação deixará marcas profundas. "A maioria dos deputados apunhalou a democracia. E esta é uma página muito triste de nossa história. Mas não se pode esmorecer agora. É preciso resistir para que a democracia vença no final".
Portal CTB - Natália Rangel
Fotos: Joca Duarte e Érika Ceconi

"Nós apenas começamos!", diz Adilson Araújo, presidente da CTB


Neste domingo a classe trabalhadora testemunhou um grande golpe à Democracia, mas também vimos o povo se levantar pelo Brasil e afirmar que haverá luta contra esse golpe parlamentar orquestrado pelo gângster Eduardo Cunha.
A unidade, luta e resistência da classe trabalhadora serão fundamentais para as próximas batalhas. Só assim derrotaremos os sabotadores da Democracia e da Constituição Federal.
Seguiremos lutando, nas ruas, nas redes, no Senado e no STF para barrar o retrocesso, manter tudo o que conquistamos e dar um basta na crise, apontando o caminho da retomada do crescimento econômico com geração de emprego e distribuição de renda.
Nós apenas começamos!
A luta continua!!
Adilson Araújo - Presidente Nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil