O presidente Luis Inácio Lula da Silva não discursou de improviso na cerimônia de abertura da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) nesta segunda-feira, 14/12, em Brasília.
Apesar de muito aplaudido, a platéia cobrou de Lula uma postura mais firme em relação às rádios comunitárias.
De acordo com o Código de Radiodifusão (1962) e um decreto de 1940, as rádios comunitárias são consideradas práticas criminosas, o que resulta mesmo em prisões de comunicadores.
Foto: José Cruz/ABr
“- E as rádios comunitárias?” perguntava uma voz insistente, enquanto era lido o discurso do presidente. Ao fim, Lula afirmou ter escutado “tudo o que o povo falou”.
Para o presidente, há alguns “equívocos e abusos” cometidos por algumas pessoas que requerem rádio comunitárias, “mas que na realidade são políticos tradicionais”.
Ao chegar no palco do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, o Ministro das Comunicações, Hélio Costa, foi fortemente vaiado, o que se repetiu antes e durante o seu discurso.
Um coro animado interrompeu Hélio Costa por diversas vezes, com a frase de ordem:
“ - Abaixo a Rede Globo, o povo não é bobo”.
Outros optaram por uma adaptação:
“ - O povo não é bobo, o ministro é Rede Globo”.
A Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), liderada pela Rede Globo de televisão, deixou o processo de organização da 1ª Confecom, e também se negou a enviar delegados para o evento.
Lula lamentou que parcela dos empresários tenha deixado a 1ª Confecom “temendo sabe-se lá o quê”. O presidente completou: “lamento, mas cada um é dono de suas decisões e sabe onde lhe aperta o calo”.
A 1ª Confecom ocorre até a próxima 5ª feira, 17 de dezembro. O governo é autor de um Projeto de Lei (PL) que tramita no Congresso Nacional, e trata das rádios comunitárias.
Por: Verônica Pimenta
Informações sobre transmissão ao vivo: http://www.confecom.com.br/transmissao
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