Nessa sexta-feira, mulheres e jovens foram à Praça Sete, centro de Belo Horizonte, num ato público pela redução do ICMS do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) em Minas Gerais. A alíquota no estado é de 18%, a maior do País.
"Não podemos aceitar esse abuso. É a maior taxa do Brasil", explicou Diomara Dâmaso, presidenta da União Brasileira de Mulheres (UBM) em Contagem. Ela destacou que uma eventual redução do imposto seria benéfica, além das donas de casa, para os distribuidores e comerciantes do setor.
O preço médio do botijão de gás em Belo Horizonte é R$ 42, com pequenas variações nas compras efetuadas em caminhões, depósitos ou serviços de entrega, que cobram em torno de R$ 46. "Isso representa muito no orçamento doméstico", avaliou Bebela Ramos de Siqueira, presidenta do Movimento Popular de Mulheres (MPM) em Belo Horizonte.
Além do ato público, foi realizado um abaixo assinado. Chamou a atenção a adesão espontânea por quem cruzava a Praça Sete. Muito apressada, Dona Luci Maria da Conceição, retirou uns minutos para enfrentar a fila de assinaturas. Ela tinha que voltar ao trabalho, mas a causa valia a pena. "Esse gás está arrancando o couro de todo mundo", afirmou.
O apelo popular deu consistência à campanha. A gari Kelly Teixeira ficou sensibilizada com a causa, e explicou que sente na pele os efeitos de altos impostos. "Sou mãe, pai, dona de casa e acho um absurdo pagar R$ 42 num botijão de gás. Eu só ganho um salário mínimo e tenho três filhos para cuidar", desabafou.
O ato público transcorreu em clima de tranquilidade. Ao fim da tarde, quatro fiscais da Prefeitura compareceram à Praça Sete. Com base no Código de Posturas do município, eles alegaram que a panfletagem seria proibida. A deputada federal Jô Moraes (PCdoB) ajudou a mediar a situação, que não se transformou em conflito.
Sem saber que era observado, um dos fiscais admitiu que havia aderido ao abaixo assinado. "Fui orientado a não deixar os panfletos, mas nada me impede de assinar", declarou. Pitorescamente, os fiscais chegaram tarde... o ato público já estava no fim e restavam poucos panfletos.
A manifestação e a coleta de assinaturas foram realizados pela UBM de Contagem e de Belo Horizonte, além do MPM da capital. Os jovens presentes pertencem à União da Juventude Socialista (UJS).
Redação: Verônica Pimenta/Jornalista CTB Minas
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