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29 de jan. de 2011

Ato público marca sete anos da Chacina de Unaí

Os sete anos da Chacina Unaí foram relembrados com um ato público em Belo Horizonte, nesta sexta-feira (28/01). A manifestação aconteceu na porta da Justiça Federal. Compareceram sindicalistas e familiares das vítimas. Os manifestantes soltaram balões brancos, e pediram o fim da impunidade.

A emboscada aconteceu em 28 de janeiro de 2004. Quatro servidores federais - três auditores fiscais do trabalho e um motorista do Ministério do Trabalho e Emprego - foram assassinados numa estrada rural de Unaí, a 350 km de Belo Horizonte. Morreram o motorista Aílton Pereira de Oliveira e os fiscais Erastótenes de Almeida Gonçalves, Nelson José da Silva e João Batista Soares Lages.


O inquérito foi concluído em julho do mesmo ano, mas os réus não foram a julgamento, por causa da recorrente interposição de recursos. O uso dessa brecha legal significa um “retrocesso”, na avaliação de Rosângela Rassy, presidenta do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait). Em dezembro do ano passado, os últimos recursos foram negados. A sindicalista acredita que o processo agora deve correr mais ágil.

Segundo Rassy, a manifestação foi um “apelo para os magistrados façam, se necessário, uma força tarefa para condenar o quanto antes os culpados”. Ela destaca que a interposição de recursos acontece por quatro dos nove acusados, que são empresários do agronegócio e  respondem ao processo em liberdade. Segundo a acusação, a dupla de produtores de feijão Antério e Noberto Mânica seriam os mandantes. Em 2004, Antério foi eleito, mesmo dentro da cadeia. O candidato do PSDB teve, então, 72,37% dos votos válidos. Reeleito em 2008, o tucano tem direito a foro especial, e deve enfrentar processo somente após decisão de júri popular sobre os demais acusados.


Elba Soares da Silva, viúva do fiscal Nelson, ainda mora em Unaí. Ela conta como é ter um prefeito acusado de matar o marido: “É muito difícil, é uma dor muito grande encontrar com ele e os familiares dele”. Além da impunidade, a falta de proteção aos parentes das vítimas seria outro fator de insegurança jurídica. Elba teme pela própria vida. Mas o medo não impede suas manifestações públicas e entrevistas. Ela acredita que só depois do julgamento “poderá enterrar o marido e seguir a vida”.

Representou a CTB a Secretária Nacional de Formação e Cultura, Celina Arêas.

Redação: Verônica Pimenta - Jornalista CTB Minas. 
Fotos: Ícaro Moreno


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