O Dia Internacional em Memória das Vítimas em Acidentes e Doenças no Trabalho, celebrado em 28 de abril, foi comemorado com uma manhã de protesto em Belo Horizonte. Centrais e organizações participantes do 3º Encontro dos Movimentos Populares, Sindicais e Estudantis de Minas Gerais fizeram ato público na Praça Sete, centro da cidade. Após uma caminhada até a sede INSS, os trabalhadores foram recebidos pela Superintendente Substituta da Regional Sudeste II, Maria José Rocha e Silva.
Fotos: Rogério Hilário |
Os manifestantes entregaram uma carta à Superintendente, mostrando a preocupação com o mecanismo da “alta programada” e o auxílio doença “que tem desamparado muitos trabalhadores no momento em que mais precisam”, conforme o documento. Trabalhadores ainda deram depoimentos em praça pública, ilustrando os números da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O Brasil ocupa a quarta posição no ranking mundial. São 270 milhões de acidentes em todo o planeta, que matam inclusive as vítimas do trabalho infantil. As tragédias acontecem, especialmente, na indústria e construção civil.
União de Ministérios
Segundo informações de Gilson Reis, presidente da CTB Minas e do Sinpro Minas, entre as cobranças levadas ao INSS está a necessidade de padronizar o atendimento nas agências do estado. Gilson vê possibilidade concreta de se criar um grupo de trabalho, formado por Centrais Sindicais, INSS e Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego. O objetivo seria unificar ações para “combater conjuntamente as causas e conseqüências” de adoecimento do trabalhador.
Além de tentar garantir, por meio do controle social, mais qualidade no atendimento pelo INSS, as Centrais também buscam contribuir para que as fiscalizações sejam mais vigorosas e regulares. Parcerias neste sentido são reveladoras. Um convênio entre Ministérios da Previdência e do Trabalho e Emprego mostra que Minas Gerais é o segundo estado brasileiro em registros acidentes laborais. De 2.252 casos analisados entre janeiro e dezembro de 2010, o estado fica com 255 mortes, perdendo apenas para São Paulo. Os dados são do Sistema de Referência em Análise e Prevenção de Acidentes de Trabalho (Sirena).
Jornada de Lutas
O Dia Internacional em Memória das Vítimas em Acidentes e Doenças no Trabalho compõe a jornada de lutas dos Movimentos Sociais e Sindical. Amanhã (29/04), haverá uma audiência pública na Assembleia Legislativa, a partir das 9h. O deputado Celinho do Sinttrocel (PCdoB), autor da proposta, defende uma Frente Parlamentar em Defesa da Saúde do Trabalhador.
Jota, o vice-presidente da CTB Minas (no microfone) |
No fim de semana (30/04 a 02/05), o Colégio Marconi e a Praça da Assembleia Legislativa recebem atividades do 3º Encontro dos Movimentos Populares, Sindicais e Estudantis de Minas Gerais. Na segunda-feira (02/05), integrantes de Movimentos Sociais e Centrais Sindicais voltam à Praça 7, a partir das 9h, no ato público pelo Dia Internacional do Trabalhador.
Além da CTB, participaram das atividades nesta 5ª feira a Conlutas, Nova Central Sindical, CUT, UGT, Fetaemg, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Via Campesina e MST.
Verônica Pimenta - CTB Minas.
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