Páginas

7 de fev. de 2012

Privatização de aeroportos é retrocesso para o país, dizem centrais


O movimento sindical se posicionou de forma contrária em relação ao processo de privatização do Aeroporto Internacional de Guarulhos (Cumbica), em São Paulo; Aeroporto de Viracopos, em Campinas, e do Aeroporto Internacional de Brasília.
Para o vice-presidente da CTB, Nivaldo Santana, a transferência desses bens públicos para grupos privados significa uma verdadeira mina de ouro para os empresários. “Temos convicção de que a Infraero tem todas as condições e qualificações técnicas para administrar os aeroportos. Somos contra a privatização”, afirmou o dirigente. 
O governo arrecadou R$ 24,5 bilhões com o leilão dos três aeroportos. O valor, a ser desembolsado por grupos nacionais e estrangeiros para o comando dos três dos maiores aeroportos do Brasil, é quase cinco vezes o valor mínimo de R$ 5,5 bilhões que o governo pedia pelo controle dos terminais.
Em nota publicada na segunda-feira 6, o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, reconheceu que o sistema aeroviário necessita passar por modernização, já que o setor se configura como ponto estratégico para o desenvolvimento e evolução da economia. Porém, frisou que a modernização não deve estar atrelada a nenhum tipo de demissão. 
“Não aceitaremos demissões em hipótese alguma. Exigimos respeito com os direitos adquiridos dos trabalhadores, que estarão sob nova direção após as concessões”, afirmou.
Em declaração à imprensa, o secretário geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Quintino Severo, disse que o atual processo estimula a participação estrangeira nos consórcios que disputarão os aeroportos mais rentáveis do país. Segundo o dirigente, é preciso reagir a um ataque inaceitável ao patrimônio público.
“Vivemos um momento de crise nos países capitalistas centrais, o que torna necessária uma ação mais ativa do Estado no fortalecimento do mercado interno. Privatização e desnacionalização não contribuem em nada para o desenvolvimento nacional soberano, pelo contrário”, reagiu Quintino.
O atual cenário remete a um capítulo triste da história brasileira, vivida durante o governo FHC, disse o presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Ubiraci Dantas. “A mobilização retrata nossa indignação com essa política de privatização do patrimônio público brasileiro. Esse leilão se configurou como um retrocesso e se essa moda pega o patrimônio público logo irá inexistir”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário