A propaganda mentirosa do
governo de Minas sobre a Educação no Estado, veiculada desde o início do mês na
TV e no rádio, estrelada pela atriz Débora Falabella, tem repercutido
negativamente entre professores da rede estadual. Por meio da propaganda
enganosa, o governo de Minas apresenta informações mentirosas e deturpa dados
sobre a qualidade da Educação.
Por ter se submetido a defender
a insustentável política educacional do governo estadual, responsável pela maior
greve de professores da história de Minas, ocorrida em 2011, Débora Falabella
tem sido alvo de críticas nas redes sociais, onde foi criada a campanha “Cala a
boca, Débora”. Seu Facebook também foi infestado por uma série de recados indignados.
Para os internautas, somente
quem está completamente alheio ao que se passa no Estado, ou disposto a ganhar
dinheiro à custa da desinformação dos outros, se submeteria a desempenhar o “papelão”
que a atriz fez.
Em carta endereçada a Débora
Falabella, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais
(Sind-UTE/MG) disse que “às vezes vale a pena recusar alguns trabalhos apenas
para não decepcionar milhares de fãs”. Confira a íntegra da carta do sindicato:
Prezada Débora Falabella,
Às vezes vale a pena recusar
alguns trabalhos apenas para não decepcionar milhares de fãs.
Às vezes vale a pena
procurar mais informações sobre o personagem que você irá representar.
Milhares de professores, alunos e comunidades foram extremamente prejudicados
pelo governo de Minas Gerais em 2011 e o que você afirma através das peças
publicitárias não corresponde à realidade.
No sentido de informá-la da real situação da educação mineira, apresentamos
informações:
– O Governo mineiro investe apenas 60% do total dos recursos que deveria investirem educação. O
restante vai para fins previdenciários;
– O Governo mineiro investe apenas 60% do total dos recursos que deveria investir
– Desde 2008, há uma diminuição do investimento do governo estadual em
educação;
– No que se refere à qualidade da educação, o Estado de Minas Gerais tem resultado abaixo da média da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE);
– No que se refere à qualidade da educação, o Estado de Minas Gerais tem resultado abaixo da média da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE);
– Apenas 35% das crianças mineiras até cinco anos frequentam estabelecimentos
de ensino em Minas
Gerais. Onde está o direito à educação de 65% destas
crianças?
A realidade do Ensino médio
é igualmente vergonhosa:
– Nos últimos 6 anos houve uma redução de matrículas no Ensino Médio de 14,18%;
– O passivo de atendimento acumulado no ensino médio regular entre 2003 e 2011,
seria de 9,2 milhões de atendimentos. Isso quer dizer que nem todos os
adolescentes tiveram o direito de estudar garantido;
– Minas Gerais, comparativamente à média nacional, tem a pior colocação em
qualidade da escola: 96% das escolas não têm sala de leitura, 49% não têm
quadra de esportes e 64% não têm laboratório de ciências.
Os projetos e programas na área da educação são marcados pela descontinuidade e
por beneficiar uma parcela muito pequena de alunos. Veja:
– O Projeto Escola de Tempo Integral beneficiou 105 mil alunos, num universo de 2,5 milhões de alunos;
– O Projeto Escola de Tempo Integral beneficiou 105 mil alunos, num universo de 2,5 milhões de alunos;
– O programa professor da família não atinge as famílias mineiras que
necessitam de ajuda e tampouco é feito por professores, mas por pessoas sem a
formação em licenciatura;
– O Estado não tem rede própria de ensino profissionalizante, repassando
recursos públicos à iniciativa privada.
A respeito dos dados sobre o sistema de avaliação, é importante que saiba que
são pouco transparentes, com baixa participação da comunidade escolar e ninguém
tem acesso à metodologia adotada para comprovar a sua veracidade.
Quanto à valorização dos profissionais da educação relatada nas peças
publicitárias, a baixa participação em inscrições para professor no concurso
que a Secretaria de Estado realiza comprova que esta profissão em Minas Gerais não é
valorizada.
O Governo de Minas não paga o Piso Salarial Profissional Nacional, mas
subsídio. Em 2011, 153 mil trabalhadores em educação manifestaram a vontade de
não receber o subsídio. Ainda assim o Governo impôs esta remuneração.
Em 2011, o governo mineiro assinou um termo de compromisso com a categoria se
comprometendo a negociar o Piso Salarial na carreira. Mas o governo não cumpriu
e aprovou uma lei retirando direitos, congelando a carreira dos profissionais
da educação até dezembro de 2015.
Compromisso e seriedade com os mineiros são qualidades que faltam em Minas Gerais.
Todas as informações são comprovadas por dados publicados pelo próprio governo
estadual e estão à sua disposição. Por fim, a convidamos para conhecer uma
escola estadual mineira para comprovar que o personagem das peças publicitárias
não corresponde à realidade em
Minas Gerais.
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