Servidores administrativos
de escolas de Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), em
greve há uma semana, vão decidir na tarde desta quarta-feira, 23, os rumos do
movimento. A assembleia será às 14h, em frente à sede da Prefeitura Municipal.
A categoria, que inclui auxiliares
de secretaria, biblioteca e administrativos; serventes e secretários escolares,
reivindica a redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais e reajuste
salarial de 22%. Atualmente, a jornada é de 37 horas semanais, sendo 25
horas de segunda a sexta e oito horas durante um sábado por mês.
Segundo o Sindicato Único
dos Trabalhadores em Educação em Ibirité (Sind-UTE), a paralisação atinge mais
de 75% das escolas. Alegando “ilegalidade” da greve, a prefeitura ameaça punir
trabalhadores com substituições, cortes do abono, retirada de pontos na
avaliação de desempenho e demissões.
Para esclarecer aos pais,
alunos e à população sobre a legitimidade e legalidade do movimento, o Sind-UTE/Ibirité
tem intensificado a mobilização nas escolas. “A greve só aconteceu depois que a
prefeitura se recusou a negociar com seriedade. Mesmo assim, todas as
exigências da lei 7783/89 foram cumpridas. Não há como argumentar que a greve é
ilegal”, afirma o dirigente da entidade e da CTB Minas Rafael Calado.
Para ele, ilegal é a
pressão, a truculência e as ameaças que a prefeitura tem feito. “Tais práticas atentam
contra o exercício do direito de greve, garantido por lei, e serão denunciadas
ao Ministério Público do Trabalho”, disse o dirigente sindical.
A desastrosa declaração do
secretário municipal de Governo, Hervê de Melo, feita em mesa de negociação, de
que a categoria “coça o saco ao invés de trabalhar”, provocou revolta e deixou
ainda mais evidente o desrespeito com a categoria.
Segundo informações obtidas
pelo sindicato, o prefeito de Ibirité, o vice e os doze secretários municipais consomem
anualmente mais de R$ 2 milhões em salários. Os vencimentos do prefeito, Lárcio
Dias, ultrapassam R$ 23 mil por mês, quantia bem superior à recebida por prefeitos
de grandes capitais do País, como São Paulo (R$ 20 mil), Belo Horizonte (R$ 19
mil) e Rio de Janeiro (R$ 13,3 mil).
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