A 1ª Conferência Nacional do
Emprego e Trabalho Decente (CNETD) terminou, mas não foi concluída na tarde do
último sábado, 11, em Brasília. Antes de finalizar as votações de várias
propostas aprovadas nas conferências estaduais, os empregadores resolveram
abandonar a conferência.
A primeira fuga foi na tarde
de sexta-feira, 10, com a justificativa de que estava difícil discutir as
propostas com os trabalhadores e, no último dia de conferência, quando os
trabalhos já estavam extremamente atrasados, resolveram ‘tirar o corpo fora’ e
abandonar a conferência antes mesmo do término.
Como a conferência seguia o
lema idealizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), de que as discussões
deveriam ser tripartites, ou seja, todas as decisões deveriam ser tomadas com a
presença das três categorias fundamentais para o trabalho no Brasil
(empregadores, empregados e representantes do governo), não seria possível dar
continuidade aos trabalhos sem uma dessas partes.
Mas não foi uma atitude
surpreendente, disse o secretário de Políticas Sindicais da CTB, Joílson
Cardoso, se referindo aos empresários. “Dos empregadores esperamos tudo. Lógico
que toda regra tem exceção, mas a maioria dos empregadores é composta por
reacionários”, contou.
Para secretária de Formação
e Cultura da CTB, Celina Arêas, também não há nada de espantoso nessa decisão
dos empregadores. “Desde o início, nós, da CTB, questionamos essa conferência,
pois vivemos em uma sociedade capitalista e a exploração do trabalhador pelo
empregador é inerente a este sistema. Achamos que esta discussão não ia ter
muito futuro”, contou.
No entanto, mesmo com o
abandono das atividades pelos empregadores no último momento da conferência, nem
tudo estava perdido. Várias propostas já haviam sido aprovadas ou tinham o
consenso das três partes importantes para a conferência. Muitas dessas
propostas aprovadas beneficiam os trabalhadores.
“Eles tentaram obstruir tudo
o que fizemos, mas não conseguiram, porque na maioria das propostas o governo e
a sociedade civil estiveram ao nosso lado”, disse Joílson Cardoso, se referindo
ao apoio do governo e da sociedade civil aos trabalhadores, o que enfraqueceu
os empresários durante a CNETD.
“Poderíamos ter avançado
muito mais, no entanto, conquistamos alguns pontos importantes, como: a fixação
da jornada de trabalho para 40 horas semanais, a proposta contrária a
exploração da mulher, incentivo ao trabalho para a juventude, proposta contra
as práticas antissindicais, contra a privatização, a favor do fortalecimento
dos trabalhadores e trabalhadoras do campo”, exemplificou Joílson.
Fonte: Portal CTB.
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