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13 de ago. de 2012

Conferência do Trabalho Decente termina sem a participação do empresariado


A 1ª Conferência Nacional do Emprego e Trabalho Decente (CNETD) terminou, mas não foi concluída na tarde do último sábado, 11, em Brasília. Antes de finalizar as votações de várias propostas aprovadas nas conferências estaduais, os empregadores resolveram abandonar a conferência.
A primeira fuga foi na tarde de sexta-feira, 10, com a justificativa de que estava difícil discutir as propostas com os trabalhadores e, no último dia de conferência, quando os trabalhos já estavam extremamente atrasados, resolveram ‘tirar o corpo fora’ e abandonar a conferência antes mesmo do término.
Como a conferência seguia o lema idealizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), de que as discussões deveriam ser tripartites, ou seja, todas as decisões deveriam ser tomadas com a presença das três categorias fundamentais para o trabalho no Brasil (empregadores, empregados e representantes do governo), não seria possível dar continuidade aos trabalhos sem uma dessas partes.
Mas não foi uma atitude surpreendente, disse o secretário de Políticas Sindicais da CTB, Joílson Cardoso, se referindo aos empresários. “Dos empregadores esperamos tudo. Lógico que toda regra tem exceção, mas a maioria dos empregadores é composta por reacionários”, contou.
Para secretária de Formação e Cultura da CTB, Celina Arêas, também não há nada de espantoso nessa decisão dos empregadores. “Desde o início, nós, da CTB, questionamos essa conferência, pois vivemos em uma sociedade capitalista e a exploração do trabalhador pelo empregador é inerente a este sistema. Achamos que esta discussão não ia ter muito futuro”, contou.
No entanto, mesmo com o abandono das atividades pelos empregadores no último momento da conferência, nem tudo estava perdido. Várias propostas já haviam sido aprovadas ou tinham o consenso das três partes importantes para a conferência. Muitas dessas propostas aprovadas beneficiam os trabalhadores.
“Eles tentaram obstruir tudo o que fizemos, mas não conseguiram, porque na maioria das propostas o governo e a sociedade civil estiveram ao nosso lado”, disse Joílson Cardoso, se referindo ao apoio do governo e da sociedade civil aos trabalhadores, o que enfraqueceu os empresários durante a CNETD.
“Poderíamos ter avançado muito mais, no entanto, conquistamos alguns pontos importantes, como: a fixação da jornada de trabalho para 40 horas semanais, a proposta contrária a exploração da mulher, incentivo ao trabalho para a juventude, proposta contra as práticas antissindicais, contra a privatização, a favor do fortalecimento dos trabalhadores e trabalhadoras do campo”, exemplificou Joílson.
Fonte: Portal CTB.

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