A Central dos Trabalhadores
e Trabalhadoras do Brasil (CTB) participou, na última segunda-feira (15), em
Brasília, de audiência pública, na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do
Senado, que tratou de alterações em mandatos de entidades sindicais. A
discussão foi suscitada pelo projeto de lei do senador Cássio Cunha Lima
(PSDB-PB), definido como “antidemocrático” pelo secretário de Relações
Institucionais da CTB, Joílson Cardoso.
O projeto amplia a duração
dos mandatos sindicais de três para quatro anos, com possibilidade de reeleição
por um período subsequente. A proposta também impede a participação de parentes
dos titulares de cargos sindicais na eleição seguinte.
O projeto foi criticado por
todos os sindicalistas presentes. Além de seu caráter antidemocrático, o
dirigente da CTB destacou que a proposta fere o direito da autonomia garantido
às entidades sindicais pela Constituição Federal. “Esse é o tipo de matéria que
diz respeito apenas aos sindicatos. Trata-se de algo que não deve ser
regulamentado pelo Congresso”, afirmou.
Em sua fala durante a
audiência pública, Joílson Cardoso lembrou que a CTB defende a liberdade e a
autonomia dos sindicatos. Além disso, o dirigente sugeriu ao senador (ausente
ao debate) que elaborou o projeto que a classe trabalhadora demanda outras
preocupações por parte dos legisladores brasileiros, como a regulamentação do
dirigente de base ou a instituição de um pacto trabalhista, que realmente ponha
em discussão os anseios populares.
“A proposta é completamente
inócua. Podemos aperfeiçoar a estrutura sindical, mas a partir de um fórum
autônomo das centrais, composto apenas por trabalhadores e trabalhadoras”,
afirmou o dirigente da CTB.
Organização de menos
Joílson Cardoso também
rebateu o representante da CUT presente à audiência pública, que afirmou
existirem no Brasil centrais sindicais em excesso. “O que temos, na verdade, é
organização de menos, com poucos trabalhadores sindicalizados. Se existem hoje
cinco centrais sindicais reconhecidas pelo governo federal, isso se dá pela
representatividade do pensamento sindical brasileiro. Nesse cenário, a CTB
representa o sindicalismo classista, que vê no socialismo uma forma mais humana
de organização da sociedade”, sustentou.
O dirigente aproveitou sua
fala e o momento de eleições municipais para fazer um alerta, em nome da CTB,
sobre a crise fiscal vivida pelo país atualmente. “Estamos diante de um
verdadeiro esvaziamento orçamentário dos estados e municípios, o que resulta no
esvaziamento do Pacto Federativo. Com a atual concentração de recursos no
governo central, os municípios não conseguem pôr em prática as políticas
públicas adequadas para a população”, ressaltou.
Fonte: Portal CTB.
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