O Ministério Público do
Trabalho (MPT) em Araraquara, interior de São Paulo, pediu à Justiça
trabalhista a condenação da Cutrale, uma das maiores produtoras de suco de
laranja do mundo, por demitir 83 trabalhadores sem ter negociado previamente
com os sindicatos das categorias. O pedido do Ministério Público é que a
empresa seja condenada a pagar R$ 10 milhões por danos morais pela dispensa dos
trabalhadores.
De acordo com o Ministério
Público do Trabalho, a Cutrale demitiu 39 trabalhadores em sua planta fabril em
Itapólis (SP) e 44 pessoas que trabalhavam na fábrica da empresa em
Taquaritinga (SP). Os dois sindicatos que representam os trabalhadores
demitidos disseram ao Ministério Público do Trabalho que não houve negociação
antes das dispensas e que a empresa recusou-se a receber os sindicalistas para
conversar sobre as demissões.
De acordo com o MPT, a
Cutrale negou o caráter coletivo das demissões e disse que o quadro de
funcionários estava sendo ampliado em outras fábricas da empresa. “Não houve
qualquer preocupação em se atenuar o impacto do súbito e inesperado
desaparecimento de dezenas de empregos nas duas cidades”, disse o procurador Rafael
de Araújo Gomes, por meio de nota.
O Ministério Público do
Trabalho informou que a Constituição Federal e normas internacionais já
ratificadas pelo Brasil não permitem dispensa trabalhista coletiva sem a
participação dos sindicatos da categoria.
“A empresa evidentemente não
buscou, em momento algum, diminuir o impacto poupando trabalhadores que têm
maiores encargos familiares, como crianças, idosos ou pessoas com deficiência
sob sua dependência econômica, cujos empregos, fonte de sustento de várias pessoas,
poderiam ter sido preservados, por meio da transferência ou de outras medidas
planejadas com os sindicatos”, disse o procurador.
Procurada pela Agência
Brasil, a Cutrale informou que ainda não foi notificada e que desconhece todo o
conteúdo da ação. “A Cutrale reitera que, conforme divulgado na ocasião da suspensão
da produção nas unidades em questão, em momento algum procedeu dispensa em
massa de empregados. Ao contrário, o número de trabalhadores da empresa nesta
safra cresceu em média 20% em relação à anterior, fruto também da implantação
de mais uma equipe para trabalhar em turnos de revezamento nas demais unidades”,
disse a empresa, por meio de nota.
Fonte: Agência Brasil.
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