O governo brasileiro retomou
o estudo de viabilidade para estender o trem de alta velocidade (TAV) para
outras cidades do país além do trecho Rio-São Paulo-Campinas, cujo edital com
modificações deve ser publicado nesta semana.
Segundo o presidente da EPL
(Empresa de Planejamento e Logística), Bernardo Figueiredo, já se fala em
construir trechos ligando São Paulo a Belo Horizonte, Curitiba e Brasília. “Hoje
a ferrovia é competitiva porque a tecnologia mudou, é um serviço muito mais
adequado [do que rodovia]”.
Figueiredo estima que até a
sexta-feira será publicado o edital para contratar o concessionário que vai
operar do primeiro trecho de trem de alta velocidade brasileiro, mais conhecido
como trem-bala, ligando o Rio de Janeiro a São Paulo e a Campinas.
“A informação que a gente
tem é que a área técnica do TCU [Tribunal de Contas da União] já se pronunciou.
É possível que a decisão [do TCU] seja na quarta, e o edital saia na sexta”,
informou o executivo após palestra na Câmara Americana de Comércio.
A expectativa era de que o
edital fosse publicado nesta segunda-feira (26), mas as mudanças feitas no
edital, que precisam ser avaliadas pelo TCU, adiaram a sua publicação.
Mudanças no edital
Segundo Figueiredo, entre as
mudanças está a queda de exigência de prazo de dez anos de experiência no setor
feita a pedido da Hyundai, que lidera um grupo de empresas coreanas
interessadas no projeto. O prazo foi cortado para cinco anos.
Outra modificação foi o
aumento de prazo de seis para oito meses do tempo entre o lançamento do edital
e a realização do leilão. "Foi um pedido dos participantes, que precisam
de mais tempo para analisar [a participação]", explicou Figueiredo.
O preço máximo de tarifa que
poderá ser cobrada será de R$ 250,00 mas Figueiredo estima que esse preço caia
para entre R$ 180,00 e R$ 200,00 com o leilão.
Obra pública, concessão ou PPP?
A construção do trem bala
Rio-São Paulo será feita em duas etapas, já que o governo não conseguiu que as
empresas operadoras se entendessem com as construtoras da via por onde passará
o trem.
Segundo Figueiredo, é
possível que o governo tenha que construir a linha que ligará as duas cidades,
ou fazer uma PPP (Parceria Público-Privada). “Pode ser uma obra pública, uma concessão
ou uma PPP”, disse.
A EPL vai desenvolver em
2013 um estudo para definir o modelo e reduzir os riscos de quem construirá a
linha, demonstrando a viabilidade comercial do trecho. A ideia é licitar a
obra, que poderá ser tocada até por dez empresas, em 2014.
“Em 2013 a gente faz o projeto,
porque tem uma discussão sobre o custo e o risco da obra”, disse o executivo.
"Vamos fazer um projeto detalhado para não restar duvidas de custo e do
risco que ela envolve, e a ideia é licitar no primeiro semestre de 2014” .
Entrega em 2018 ou 2020
O prazo para entrega da obra
pelo governo para os concessionários que ganharem a operação será 2020, segundo
o edital ainda não publicado. Figueiredo prevê, no entanto, que é possível
antecipar o fim da obra para 2018 - quando
começaria a operação do trem-bala.
A obra da via que ligará Rio
a São Paulo custará cerca de R$ 27 bilhões e a previsão é de que dure cinco
anos.
Figueiredo disse, sem dar
detalhes, que já se pensa em voltar a construir trilhos no país. Dia 8 será
inaugurada em Sete Lagoas (MG) uma fábrica de locomotivas. “Se você criar
escala, há condições delas [fábricas para o setor] surgirem. Vai acontecer o
mesmo com vagões”, disse.
Fonte: Folha de S. Paulo.
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