Os metalúrgicos de Betim e
Região conquistaram um dos melhores acordos salariais dentre as principais
categorias profissionais de trabalhadores de todo o país, colocando um fim à
Campanha Salarial Unificada deste ano.
A direção do Sindicato dos
Metalúrgicos de Betim e Região assinou acordos distintos: um válido para as
empresas do setor de autopeças (que tem a Fiat Automóveis como carro-chefe) - o
que representa mais de 60% dos trabalhadores da categoria, que tem, atualmente,
cerca de 48 mil metalúrgicos - e outro para as demais empresas.
“São acordos com índices
superiores aos conquistados por muitas outras categorias profissionais do país,
como os bancários e os carteiros, por exemplo, que, mesmo tendo lutado bastante
e até mesmo após realizarem greves, não alcançaram o percentual que os
metalúrgicos obtiveram agora”, avalia o presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos de Betim e Região, João Alves de Almeida.
Setor automotivo
No setor automotivo, o
acordo em separado negociado pelo sindicato garante aos trabalhadores da Fiat e
Comau um reajuste total de 8,22% - o que representa um aumento real de 2,5% nos
salários -, abono de R$ 1.654,00, reajuste de 9% no piso salarial de ingresso,
além de garantia de emprego ou salários até 31 de dezembro de 2012.
Nas fornecedoras de
autopeças, o acordo assegura reajuste de 7,70% nos salários, abonos que
variaram de R$ 392,00 a
R$ 640,80, e o mesmo prazo de garantia de emprego ou salários. Neste caso, o
índice de aumento real chegou a 2%. Fazem parte desta lista as empresas ABCZ,
Aethra, Brembo, Comau (empregados que trabalham dentro da Pro.Te.Co), Denso Rotantes, Denso
Térmicos, Dyna, Lames do Brasil, Mardel, Pro.Te.Co, Sila do Brasil, Tekfor, Teksid, Tower e Stola.
Acordo geral
Já o acordo negociado com a
Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), após 11 rodadas de
negociações, válido para os trabalhadores das demais empresas da base de
representação do Sindicato (Betim, Igarapé e São Joaquim de Bicas) prevê
reajustes conforme o número de empregados nas empresas.
Assim, nas fábricas que
empregam até 50 trabalhadores, o reajuste será de 7,20% (com aumento real de
1,53%) na faixa salarial de até R$5.400,00 – para aqueles que recebem acima
deste valor, haverá um reajuste único de R$ 388,80.
Já nas empresas que têm mais
de 50 empregados, o reajuste nos salários será de 7,77% (com índice de aumento
real de 2%) para salários até R$ 5.400, 00 – acima deste valor, será aplicado
reajuste de R$ 415,80.
O acordo também garante
reajuste de 10% em todas as faixas salariais no piso de ingresso (salário
inicial) nas fábricas – nas empresas com mais de 1.000 empregados, este salário
passa a ser de R$ 1.064,80.
Ainda conforme o acordo, os
trabalhadores das demais fábricas da categoria receberão abono de R$ 480,00
(apenas nas empresas que não praticam programas de Participação nos Lucros ou
Resultados) e terão garantia de emprego ou salário até 30 de novembro de 2012.
Também as cláusulas do acordo coletivo que tratam de transporte e abono de
férias sofreram um reajuste de 7,7%.
Na Magna, aumento real foi de 3,24%
No entanto, com reajuste de
9% nos salários, os metalúrgicos da Magna Seating (antiga Resil Minas),
responsável pela fabricação de bancos automotivos, situada em São Joaquim de
Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), garantiam o maior
percentual de aumento real em toda a categoria: 3,24% acima de inflação, como
resultado de uma greve que paralisou a produção da fábrica durante um dia, em
outubro, antes mesmo da finalização das negociações gerais com a Fiemg.
O acordo na fábrica também
assegurou aos trabalhadores outras conquistas importantes como abono de R$
1.300,00, garantia de emprego ou salário por 90 dias, aumento na chamada
cesta-alimentação (que subiu de R$ 80,00 para R$ 140,00), remuneração das
horas-extras com percentual de 100%, todos os dias da semana (inclusive aos
sábados e domingos), não desconto das horas paradas e não punição aos que
participaram da greve.
A Campanha Salarial
Unificada dos Metalúrgicos de Minas Gerais reuniu cerca de 250 mil
trabalhadores da categoria de todo o estado, representados pela Federação
Interestadual dos Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (FIT Metal), Federação
dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas (FEMETAL MG) e Federação Estadual
dos Metalúrgicos/MG (FEM), ligada à CUT.
Por Eduardo Durães.
Foto: Jainder de Assis.
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