O Sindicato dos Vigilantes
de Minas Gerais comunica que a greve iniciada no dia 4 está suspensa
temporariamente a pedido do Ministério do Trabalho. Na tarde da última
segunda-feira, a diretoria do Sindicato se reuniu com representantes da
entidade patronal, na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE),
em Belo Horizonte.
Na reunião, o Sindicato
reafirmou as reivindicações da categoria que provocaram a greve, tais como o
pagamento do adicional de periculosidade de 30% e reajuste salarial com ganho
real, entre outros. Após intenso debate entre as partes, foi agendada uma nova
reunião entre o Sindicato e os patrões para o dia 22 deste mês.
Segundo o presidente do
Sindicato dos Vigilantes de Minas Gerais, Romualdo Alves Ribeiro, o Sindicato
não está desistindo da greve. “Em respeito ao Ministério do Trabalho, decidimos
dar uma trégua para que a proposta da SRTE seja analisada, tanto pelo Sindicato
quanto pelos patrões. Não havendo concordância até a próxima reunião,
principalmente por parte dos patrões, a greve poderá ser retomada a qualquer
momento”, afirmou.
Mesmo com a suspensão da
greve, o Sindicato orienta aos trabalhadores para que se mantenham mobilizados.
“Com a greve, os vigilantes demonstraram aos patrões sua insatisfação e que não
estão para brincadeira. Essa pressão da categoria fez com que o sindicato
patronal sentasse à mesa para ouvir a proposta formulada pela SRTE e aceitasse
levá-la para ser apreciada em assembleia pelos patrões”, ressaltou Romualdo.
A greve de segunda-feira foi
um sucesso. Em todo o Estado, dezenas de agências bancárias permaneceram
fechadas durante todo o dia por falta de vigilantes. Além de Belo Horizonte, o
movimento se espalhou por cidades de todas as regiões de Minas, como Sete
Lagoas, Juiz de Fora, Ipatinga, Pouso Alegre e Carmo do Rio Claro. Na capital,
os vigilantes promoveram manifestações em 15 bancos da área central. Em todas
as agências visitadas, houve adesão de vigilantes à paralisação.
Proposta da SRTE
Após três horas de
negociação, a SRTE apresentou a seguinte proposta para fechamento da Convenção
Coletiva de Trabalho (CCT) de 2013: correção salarial de 6,20%, retroativa a 1º
de janeiro de 2013, com pagamento do salário de março de 2013, devidamente
reajustado, e das diferenças decorrentes da aplicação retroativa do índice aos
meses de janeiro e fevereiro de 2013, em duas parcelas iguais, juntamente com
os salários de abril e maio, respectivamente, até o 5º dia útil dos meses de
maio e junho de 2013; ou de uma única vez, juntamente com os salários de abril,
até o 5º dia útil de maio de 2013.
A SRTE também propôs o
reajuste do tíquete refeição, cesta básica e plano de saúde em 6,20%; pagamento
do adicional de periculosidade de 30% em substituição ao adicional do risco de
vida, retroativamente a 1º de fevereiro de 2013, com pagamento do salário já
acrescido do adicional de periculosidade a partir de março de 2013, até o 5º
dia útil de abril de 2013, e quitação do adicional de periculosidade do mês de
fevereiro de 2013, em três parcelas iguais, juntamente com os salários de
abril, maio e junho, respectivamente, até o 5º dia útil dos meses de maio,
junho e julho de 2013.
Além disso, a SRTE propôs a
renovação das demais cláusulas e condições da CCT de 2012, com exceção da que
trata do adicional do risco de vida a partir de 1º fevereiro de 2013, em conformidade
com a proposta citada.
Por fim, o Ministério do
Trabalho acrescentou que os trabalhadores que participaram do movimento nos
dias 1º e 4 de fevereiro não sofrerão desconto salarial decorrente da ausência
ao trabalho e terão garantia de emprego ou salário por 90 dias, ressalvadas as
situações de pedido de demissão, dispensa por justa causa, término normal do
contrato de experiência e rescisão do contrato de prestação de serviços.
Paralisações nos Estados
No dia 1º de fevereiro,
vigilantes de todo o Brasil participaram das manifestações realizadas nos
Estados pelo pagamento imediato do adicional de periculosidade de 30%. O
resultado das manifestações foi positivo. Em alguns Estados, os patrões
assumiram o compromisso de atender à reivindicação dos trabalhadores até o
próximo mês de março. Caso a patronal não cumpra com o compromisso, o movimento
será retomado, com greve por tempo indeterminado.
Assista ao depoimento do
presidente do Sindicato no Facebook da CTB Minas ou no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=8nwnwSgYfzM&feature=youtu.be
Texto e fotos: Eliezer Dias.
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