No primeiro jogo do Mineirão
pela Copa das Confederações, entre Taiti e Nigéria, nesta
segunda-feira, as ruas da capital mineira foram tomadas por manifestantes que
se concentraram em dois pontos da cidade – na Praça Sete, no Hipercentro, e na
Igreja São Francisco, na região da Pampulha – e tentam se aproximar do estádio.
A Polícia Militar montou um esquema para isolar o Mineirão. O movimento segue
de forma pacífica.
Embora uma liminar do
Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) tenha proibido manifestações no
estado durante a Copa das Confederações, milhares de pessoas se reuniram, no
início da tarde, no quarteirão fechado da Rua Rio de Janeiro e logo em seguida
tomaram a Praça Sete, interrompendo o trânsito das avenidas Afonso Pena e
Amazonas. De Polícia Militar, a manifestação reuniu aproximadamente 15 mil
pessoas.
Depois de se concentrarem em
grande número, os manifestantes iniciaram caminhada em direção ao Mineirão.
Acompanhado pela Tropa de Choque, o grupo, formado por estudantes, policiais
civis em greve, entre outros, entoavam gritos e pediam o apoio da população. “Oi
torcida, acabou a inércia” e “Sem violência, rumo ao Mineirão”.
Mais próximo ao Mineirão,
funcionários do Estado da área da educação reuniram-se na Igreja de São
Francisco com balões amarelos, cartazes e faixas. Os manifestantes aproveitaram
a Copa das Confederações para reivindicar melhores salários e qualidade de
trabalho para a categoria.
“É impressionante que tenha
dinheiro para gastar com a Copa do Mundo e não tenha para a educação. Nós
queremos igualdade, se gasta tanto dinheiro com a Copa, gaste com educação”,
observou a presidente do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas
Gerais (Sind-UTE), Beatriz Cerqueira.
Os servidores públicos
direcionaram os protestos ao governo de Minas e também atacaram a Fifa,
organizadora das copas das Confederações e do Mundo. “Da Copa eu abro mão.
Quero dinheiro para saúde e educação”, gritavam em coro.
Os manifestantes tentaram se
aproximar do Mineirão, mas foram contidos pela Tropa de Choque e pela Cavalaria
Montada. O deputado estadual Rogério Correa (PT) acompanha a passeata e negocia
com os policiais.
A Polícia Militar criou
cordões de isolamento em diferentes pontos que ligam ao Mineirão para impedir
que os manifestantes se aproximem do estádio, onde os torcedores chegam para
acompanhar a partida entre Taiti e Nigéria.
Os manifestantes que saíram
da Igreja de São Francisco conseguiram se aproximar do Mineirinho. Porém,
pararam numa barreira da PM, da qual só será liberado quem tiver ingresso para
o jogo. Moradores da região foram impedidos de ultrapassar o bloqueio. Vários
torcedores tiveram dificuldades para passar e se atrasaram para chegar ao
estádio.
O grupo que partiu da Praça
Sete parou em outra barreira montada pela Polícia na Avenida Antonio Carlos,
próximo ao Viaduto São Francisco. Com a aproximação dos manifestantes, o
comércio da região fechou as portas.
O vice-presidente da União
Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Gladson Reis, que negocia com
os policiais, disse que o movimento é contra os altos investimentos e a
corrupção envolvendo as Copas das Confederações e do Mundo, além de protestar
contra o aumento das passagens de ônibus e da liminar da Justiça mineira que
impede o direito de se manifestar.
O dirigente estudantil disse
que o ato é pacífico. Um grupo de estudantes atirou, no entanto, em direção à
Tropa de Choque. Porém, os policiais não reagiram e pediram que os
manifestantes se afastassem.
De acordo com o assessor de
comunicação da PM, coronel Alberto Luiz, os manifestantes serão liberados
paulatinamente para avançar na Avenida Antônio Carlos até o perímetro de
segurança estipulado pela Fifa, na Avenida Abrahão Caram, que dá acesso ao
Mineirão.
Segundo o coronel, será
respeitado o direito de se manifestar, embora as manifestações estejam
proibidas pela Justiça de Minas. Participam do evento entre 800 e 1000
policiais militares.
Fonte: Portal UOL.
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