Após críticas de associações
médicas à vinda de cubanos para atuar no Brasil pelo Programa Mais Médicos, a
vice-ministra da Saúde de Cuba, Márcia Cobas, disse nesta segunda-feira (26)
que os médicos do seu país querem trabalhar em cooperação com os profissionais
brasileiros e não ocupar o lugar deles. Márcia Cobas participou da cerimônia de
início do treinamento dos médicos estrangeiros, em Brasília, que irá durar três
semanas.
“Queremos ir aos locais onde
a população mais precisa, onde não tem médicos”, disse a dirigente. A
vice-ministra acrescentou que os médicos que vieram trabalhar no Brasil não são
desempregados e têm garantia de seus serviços quando retornarem a Cuba.
“Nossos médicos não são
desempregados, recebem 100% de seus salários e têm a proteção de suas famílias,
na educação, na saúde, para dar tranquilidade e segurança enquanto estão
trabalhando em outros países”, disse.
A vice-ministra defendeu a
qualificação dos médicos cubanos. Ela destacou a experiência dos profissionais
na atuação em diversos países e disse que os cubanos já atuaram em regiões com
condições de trabalho difíceis. “Não exportamos médicos, exportamos serviços de
saúde”, disse Márcia Cobas.
A médica cubana Mayra Perez
Sierra declarou que não teme as reações contrárias à atuação no Brasil. Segundo
ela, é normal que mudanças gerem preocupação.
“Toda mudança, em qualquer
país, em qualquer momento da vida, gera temor. Mas estamos preparados, estamos
seguros, estamos acostumados a enfrentar outros costumes. Eu mesma já estive na
Venezuela e no Zimbábue, país com outra língua, com dialetos. Enfrentamos e
estamos preparados”, disse.
Sobre a diferença de idioma,
Mayra Perez Sierra avalia que não será um empecilho para que os médicos prestem
um bom atendimento à população brasileira.
“Nestas três semanas, vamos reforçar
o conhecimento. Quanto ao idioma, aprendemos muito, ainda temos que melhorar,
mas creio que isso ocorrerá durante o trabalho com a comunidade. Será onde
vamos aprender a nos comunicar melhor. Creio que tudo irá bem a nosso favor e em
favor do povo brasileiro”.
A vinda dos profissionais de
Cuba faz parte de acordo do Ministério da Saúde com a Organização Pan-Americana
da Saúde (Opas). A previsão é trazer ao Brasil, até o final do ano, 4 mil
médicos cubanos. Os primeiros 400 profissionais chegaram ao Brasil no último fim
de semana. Eles vão atuar nas cidades que não atraíram profissionais inscritos
individualmente no Programa Mais Médicos.
Fonte: Agência Brasil.
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