O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) divulgou nesta terça-feira (28) um balanço do Programa Nacional de Fortalecimento da agricultura Familiar (Pronaf) pelo qual “em 2013, agricultores familiares brasileiros fizeram mais de 2 milhões de contratos para financiar sua produção, o que corresponde a mais de R$ 20 bilhões emprestados, em operações de custeio e investimento”, diz o MDA. Sérgio de Miranda, secretário de Política Agrícola e Agrária da CTB e tesoureiro-geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), vê pontos positivos na cessão de créditos pelo governo e reconhece que “a maioria dos agricultores não encontram mais dificuldades para conseguir empréstimos, mesmo que algumas instituições financeiras ainda privilegiem os grandes produtores”.
David Wylkerson de Souza, secretário de Política Agrícola da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e diretor da CTB, concorda com Miranda e acentua que A Contag “ano após ano vem defendendo frente ao governo a implantação de uma Política de Assistência Técnica que atenda a demanda da mulher e do homem do campo brasileiro”. Segundo David já existe uma política que “precisa ser aperfeiçoada e compreenda a realidade de cada um” porque, segundo ele, “é necessário conhecer a realidade de cada agricultor e de sua terra para conceder o financiamento”.
Já Miranda melhorias na “Política de Assistência Técnica aos pequenos e médios produtores, inclusive em assentamentos para a reforma agrária”. Segundo Miranda, “a maioria dos agricultores familiares e pequenos produtores necessitam de acompanhamento e instrução para tira o máximo possível de renda para que o financiamento conseguido não se transforme em endividamento”.
De acordo com David, a Conferência Nacional Rural de Desenvolvimento Sustentável e Solidário (CNRDSS), ocorrida o ano passado, fez mais de 100 proposições, nas quais a Contag destaca duas prioridades para melhorar a produção no campo. “Temos trabalhado com outros segmentos da sociedade para conquistarmos uma Política de Assistência Técnica que dê mais poderes de decisão ao trabalhador e a trabalhadora rural, com orientação de como administrar bem esse financiamento e também defendemos a implementação de uma política mais avançada de reforma agrária”, reforça.
Para antender trabalhadoras e trabalhadores rurais o governo criou a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) e melhorar esse atendimento. “Em 2013, buscou-se não apenas ampliar o atendimento, como também qualificar os serviços mediante complementariedade das ações dos contratos de Ater, formação e inovação tecnológica”, afirma o secretário Nacional de Agricultura Familiar do MDA Valter Bianchini. Os sindicalistas preconizam que é necessário ampliar e melhorar esse atendimento, porque ainda não atende toda a demanda do campo brasileiro.
Os dois sindicalistas concordam que houve melhorias na concessão de financiamentos aos agricultores familiares, mas acentuam a necessidade de avanços na política agrária brasileira já que os números impressionam. Justamente porque a agricultura familiar, segundo o próprio MDA, é responsável por 84% do número de estabelecimentos rurais do país, com 4,3 milhões de unidades produtivas e responde por 74,4% de ocupação de pessoal no meio rural, contando com 12,3 milhões de trabalhadores e trabalhadoras.
Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB
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