Trabalhadores da Cemig, da Gasmig, sindicatos representantes como
Sintramico, CTB-Minas e outras entidades sindicais manifestaram contra a
Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 68 que está em pauta na Assembleia
Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O protesto aconteceu nesta terça-feira
(05/08), mesma data que os parlamentares retornam do recesso legislativo.
A PEC 68 pretende abrir caminho para privatizações de empresas estatais.
A ideia do governo mineiro é repassar o controle acionário da Companhia de Gás
de Minas Gerais (Gasmig) para a empresa espanhola Gás Natural Fenosa (GNF). A
alteração abre precedente ainda para privatizar outras estatais como a
Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e a Companhia Energética de
Minas Gerais (Cemig).
A venda da Gasmig passa por uma barreira na Constituição Estadual que impõe referendo popular para desestatizar. A obrigatoriedade da consulta à população está prevista no artigo 14 da Constituição. O texto foi incluído em 2004 pela então deputada estadual Jô Moraes (PCdoB).
A ameaça de privatização proposta pelo governo estadual está sendo
questionada por representantes de movimentos sociais, sindicatos, pela Central
dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em Minas (CTB-Minas) e outras
centrais sindicais.
Segundo o bloco Minas sem Censura, oposição na ALMG, e sindicalistas, o
texto proposto na PEC 68 é genérico e coloca em risco todas as estatais sob o
domínio do governo estadual. Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores
no Comércio de minérios e derivados de Petróleo de Minas Gerais (Sitramico),
Leonardo Luiz de Freitas, a discussão não atinge só a Gasmig. “No momento, o
alvo é a Gasmig, mas nada impede que depois, se a Constituição for alterada, no
futuro também seja a Copasa e a Cemig. O caminho ficará livre” alerta.
A
justificativa do governo é a construção de um gasoduto que abastecerá a fábrica
de amônia da Petrobras, em Uberaba, no Triângulo Mineiro, prevista para entrar
em operação ano que vem. O presidente do Sitramico também contesta o argumento.
“Levar o gás da região metropolitana de BH para Uberaba para sustentar
energeticamente esta fábrica de amônia é importante. Mas nós temos a certeza
que este gasoduto pode ser viabilizado de outra forma com investimento
estadual” enfatiza Leonardo.
A CTB-Minas
denuncia o recorrente projeto neoliberal presente no Estado com a
política do “entreguismo” e a tentativa do governo de mais uma vez repassar um
patrimônio público. A Central conclama trabalhadores e trabalhadoras para
manifestarem contra a PEC 68/14. O que é do povo não se vende!
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