A tentativa de
abrir o capital e fazer uma privatização envergonhada da Petrobras é vista com
preocupação entre os setores que defendem a estatal brasileira como parte da
soberania nacional. Entre as propostas que ameaçam a Petrobras, está um estudo
apresentado no início de julho pela direção da empresa para abertura de
capital. Nesta lógica, o risco será também de um efeito cascata que afeta todas
as subsidiárias da empresa. Mesmo com reações contrárias, a venda da BR
distribuidora, subsidiária de distribuição de combustível, segue a todo vapor à
revelia do debate público.
Para denunciar
essa ação quase que silenciosa, os sindicatos ligados aos trabalhadores do
Sistema da Petrobras, organizaram protestos unificados em Minas Gerais. No dia
24 de julho, os trabalhadores realizaram uma paralisação de 24 horas com
manifestações em frente a Refinaria Gabriel Passos (Regap) e no Terminal de
Betim da BR Distribuidora (Tebet). O ato foi organizado pelo Sindicato dos
Trabalhadores no Comércio de Minérios e Derivados de Petróleo de Minas Gerais
(Sitramico) e Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindpetro/MG).
Para o
presidente do Sitramico, Leonardo Luiz de Freitas, a história da Petrobras está
ligada ao poder dos brasileiros de reagir aos interesses entreguistas e lutar
pelo patrimônio nacional. Nessa mesma defesa que ocorre desde a criação da
Petrobras está a origem das reações de agora.
“Não vamos aceitar de maneira passiva essa possibilidade de privatização
da Petrobras. É uma luta pelo emprego, contra a perda de direitos e também um
ato em prol da preservação da democracia no País.” Leonardo diz ainda que aguardam a
manifestação do presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, sobre os
questionamentos feitos pelos sindicatos.
Além de ser
uma das maiores empresas do Brasil, a Petrobras tem um impacto fundamental no
desenvolvimento da indústria, na geração de emprego e em grande parte dos
investimentos sociais que o povo brasileiro precisa. O desmonte da empresa,
orquestrado por setores que querem entregar o patrimônio nacional ao capital
estrangeiro, representa o desvio deste objetivo.
Outra grande
ameaça de desintegrar a Petrobras tramita no Senado, nas mãos do senador José
Serra (PSDB). O senador tucano tenta retomar a proposta que estava em curso no
Brasil na época do governo Fernando Henrique Cardoso (FHC). A estratégia de
fatiamento da Petrobras, falida nos governos tucanos, volta agora a conta
gotas, em projetos separados. O Projeto de Lei do Senado (PLS) 131/2015,
pretende aumentar o lucro dos acionistas e diminuir a participação da Petrobras
nos consórcios de exploração do petróleo na camada do pré-sal. O ataque à
soberania nacional proposto pelo projeto desencadeou novas manifestações em
todo o país.
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