Dirigentes
de entidades sindicais, entre elas, CTB, CUT e a Confederação Nacional dos
Trabalhadores na Agricultura (Contag), se reuniram nesta terça-feira (3) com o
ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, para discutir temas
estratégicos à retomada de crescimento frente ao período de instabilidade
política e econômica que o País atravessa.
O
grupo faz parte do Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e
Renda e Previdência Social, criado pelo governo com o objetivo de discutir
propostas de melhorias das políticas públicas. A equipe é formada por
representantes de trabalhadores, empresários, aposentados e
pensionistas. Na ocasião os participantes debateram ainda a permanência do
Fórum, previsto para ser encerrado em fevereiro do ano que vem.
Segundo
os participantes, neste momento, a agenda de debates precisa ser revista e ter
como foco a recuperação da economia, emprego, e discussões como uma possível
reforma da Previdência devem ficar em segundo plano. Os integrantes do Fórum foram
unânimes em reconhecer a necessidade de priorizar a retomada do crescimento no
atual momento de recessão que o Brasil vive. Para a equipe presente, discutir a
situação do setor da indústria de transformação, traçando estratégias para
recuperar o desenvolvimento é indispensável nesta hora.
Uma
das soluções apontadas pelos sindicalistas para impedir a estagnação da
economia é de os órgãos, Controladoria Geral da União (CGU) e Advocacia-Geral
da União (AGU), façam acordos de leniência com as empresas envolvidas em
corrupção, investigadas pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. De acordo
estimativa do Ministério da Fazenda, as ações da Lava Jato em organizações como
a Petrobrás foram responsáveis por dois pontos percentuais na queda do
crescimento.
O acordo
de leniência permite uma empresa ou pessoa física envolvida em ilegalidade
denunciar o esquema para auxiliar na investigação, em troca de benefícios como
a redução de pena e a isenção do pagamento de multas.
Para
os dirigentes sindicais, a medida é essencial e deve ser analisada,
considerando o ambiente do Fórum, que envolve capital, trabalho e governo.
Segundo afirmam, a decisão traria benefícios à estrutura econômica, produtiva e
social.
Em
nome da CTB, Adilson Araújo e Pascoal Carneiro disseram que a central estará
aberta ao diálogo e defenderam uma mesa de debate permanente entre governo e
trabalhadores. “Temos total interesse em dialogar, inclusive com empresários.
Precisamos desatar os nós na Petrobrás, na indústria, construção civil. A gente
sabe que o ambiente hoje não é favorável a acordos, mas precisamos construir
caminhos, afirmou Adilson, presidente da entidade.
Pascoal
Carneiro, Secretário de Previdência, Aposentados e Pensionistas da CTB,
ressaltou que a organização sindical defende a adoção da política de leniência
para reconstruir o crescimento econômico, promover a geração de emprego e
distribuição de renda. “É preciso punir corruptos e corruptores, mas também
preservar a engenharia nacional, que não pode parar, em função das investigações
de corrupção. Entendemos também que não é hora de se falar em reforma da
Previdência, quando o congresso nacional está o tempo todo discutindo a
política regressiva. Não é essa agenda que interessa aos trabalhadores”, disse
Carneiro.
Para
o presidente da CTB, "o uso político da Lava Jato não pode paralisar a
economia do País. É preciso manter as obras da construção, da Petrobrás, do
Pré-Sal. Há uma retração evidente na economia e o debate agora deve girar em
torno do desenvolvimento nacional. Precisamos discutir uma política justa de
geração de emprego, renda e investimentos”, declarou Adilson.
Miguel
Rossetto ouviu as opiniões dos representantes da classe trabalhadora e prometeu
considerar suas reivindicações. “É muito importante preservar o Fórum. Vamos
convidar toda a equipe econômica do governo, e demais órgãos, para fazer um
debate sobre crescimento econômico e trabalhar com as sugestões colocadas
aqui”, afirmou o ministro.
De Brasília, Ruth de Souza – Portal CTB
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