O mar de lama e minério que inundou o
distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, devido ao rompimento da barragem de
resíduos da mineradora Samarco expõe a tensão das comunidades que convivem com
a exploração. Não é de hoje que movimentos populares e sindicais cobram maior
responsabilidade das mineradoras com as cidades e moradores que convivem
com a exploração. A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
(CTB-Minas) presta sua solidariedade ao povo de Mariana e de Bento Rodrigues,
em especial, aos familiares e vítimas dessa tragédia.
O estrondo que foi ouvido por volta das
16horas dava o sinal do medo na população de 2 mil habitantes. A mineradora
Samarco é subsidiaria da Vale. Segundo o
Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Extração Mineral (Metabase), 443
trabalhadores(as) da empresa tiveram acesso a área da barragem no dia do
rompimento. Ainda não se tem o número exato de soterrados que deixou a cidade
destruída. A lama e os resíduos avançaram por 60 km com o lastro de inundação em
todo o distrito. Uma das maiores tragédias do tipo na história do país. Outros
cinco acidentes envolvendo as mineradoras em Minas Gerais deixaram vítimas
fatais nas cidades de exploração mineral.
Entre as causas do acidente está
sendo investigada a obra realizada pela empresa Samarco para aumentar a
capacidade de armazenar resíduos e problemas na drenagem. A apuração das causas
do acidente é de extrema importância para buscar responsabilidades. Minas
Gerais convive com a exploração do minério desde o tempo do ouro e os altos
lucros das mineradoras não podem estar à frente da vida dos moradores. Os
danos desta tragédia são irreversíveis e mostram que o debate sobre as regras
para exploração deve ter a participação de toda a sociedade.
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