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29 de fev. de 2016

Sinpro Minas tem nova diretoria


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Posse e seminário de formação aconteceram nos dias 26 e 27 de fevereiro

No dia 26 de fevereiro, foi realizada, em Lagoa Santa, a cerimônia de posse da diretoria do Sinpro Minas, eleita para a gestão 2016/2020. Em um ato marcado pela presença de representantes da cena política, sindical, educacional e estudantil, tomaram posse os 139 professores/as das diversas regiões do Estado. No dia 27, os/as diretores participaram de um seminário de formação.

A nova diretoria, que tem a professora Valéria Morato como presidenta, assume o compromisso de defender os direitos da categoria e lutar pela manutenção da democracia brasileira, em um momento histórico de crise política. “Essa diretoria foi eleita com 99% dos votos válidos, o que mostra a grande representatividade do sindicato e aumenta a nossa responsabilidade diante dos enfrentamentos sindicais e políticos”, afirmou.

Segundo Gilson Reis, ex-presidente do Sinpro Minas, há pela frente muitos desafios e não há o que temer. “Temos a capacidade histórica de resistir e a possibilidade de construir uma sociedade melhor”, acredita. “O capital privado educacional vem se concentrando e centralizando cada vez mais. Não estamos lidando com os mesmos donos de escolas do passado. A educação está nas mãos dos grandes grupos empresariais que tem como o lucro como o único objetivo”, frisou em seu discurso antes de dar posse a nova diretoria.

Em sua participação no evento, o vice-presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nivaldo Santana, falou sobre estruturação sindical abordando temas como CLT, unicidade sindical (sindicato único por base), contribuições e formas de sustentação das entidades. Segundo ele, para cumprir suas funções, o sindicato deve ter orientação classista, ou seja, ser de massas, ter organização por local de trabalho e estar sintonizado com as lutas políticas do país. “Os pilares essenciais são a luta pela democracia e contra as tentativas golpistas, a defesa dos direitos trabalhistas e previdenciários e a retomada do crescimento econômico. Essas são algumas das bandeiras do Sinpro Minas ao longo da sua história. Também tenho a certeza que essa gestão vai dar um salto de qualidade em suas atividades”, afirma.

Para Nivaldo Santana, a perspectiva para o sindicalismo é sempre ruim quando há recessão. “Quando a economia vai bem, os trabalhadores são os últimos a se beneficiar, quando vai mal, no entanto, são os primeiros a serem prejudicados”, disse.

A conjuntura econômica mundial e brasileira foi abordada durante o seminário. O economista Frederico Melo, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), citou alguns dados que apontam para a necessidade de voltar a movimentar o mercado interno do Brasil, o que pode auxiliar na recuperação da saúde financeira do país. De acordo com ele, o aumento da taxa de desemprego também é um dos motivos para ligar o alerta. “Para mudar esse quadro, é preciso manter a política de valorização do salário mínimo, fortalecer a classe trabalhadora e priorizar investimentos em infraestrutura, além de colocar em prática uma política de redução da taxa de juros. O ajuste fiscal não pode ser um fardo para o povo”.

A diretoria do Sinpro Minas teve a renovação de mais de 40%. A professora Mônica Junqueira é diretora da sede regional do Sinpro Minas em Varginha. Para ela, é muito importante a representatividade do sindicato no interior do Estado. “O primeiro passo já foi dado, temos cinco diretores novos na minha cidade, agora, precisamos unir a renovação com a experiência dos que já atuam há mais tempo para termos mais sucesso nas nossas ações. Acredito que as atitudes da categoria na capital ecoam para o interior”. Mônica lembra que o processo de mobilização nas cidades menores é mais complexo porque os donos de escolas exercem uma opressão muito grande sobre os professores.

Convidado para participar da solenidade, o professor João Jorge de Araújo, dirigente do Sinpro Rio de Janeiro e da Feterj (Federação dos Trabalhadores na Educação do Rio de Janeiro), destacou a grande diversidade de professores/as que compõem a nova diretoria do Sinpro Minas. O sindicalista fluminense também ressaltou algumas lutas centrais para este ano.

“No momento, as entidades que representam os/as trabalhadores/as na educação devem priorizar três eixos de luta, como o embate diário contra o patronal para a conquista de direitos nas Convenções e Acordos Coletivos de Trabalho, a discussão sobre a nova base curricular nacional, que vai trazer muitas mudanças para o dia a dia de quem está dentro das escolas e precisa ser desvendada com mais clareza, e a defesa da democracia e da soberania nacional, que vem sendo ameaçadas pelas forças conservadoras”, frisou o professor João Jorge.

A deputada federal do PCdoB Jô Moraes enfatizou que o desenvolvimento do país só ocorre quando há uma educação de qualidade, bandeira defendida pelo sindicato. Ela lembrou, ainda, que a gestão anterior, presidida pelo professor Gilson Reis, deixou um caminho trilhado com muitas lutas e que a nova presidenta Valéria Morato receberá uma tarefa de muita importância.

“Diante de um cenário conflituoso, com diversos fenômenos que interferem na luta dos trabalhadores como refugiados e crise econômica na Europa, crise política e ameaças às correntes progressistas no Brasil e no mundo, a Valéria vai enfrentar, junto com os professores, um ‘cometa em chamas’. Contudo, ela tem plenas condições para dirigir a categoria rumo a avanços nos próximos anos”, afirmou Jô Moraes.

Representando a Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Fitee) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), o professor Edson de Paula reforçou a importância de participar do movimento sindical como uma forma de ação política. “Onde houver opressão e exploração do homem pelo homem não haverá felicidade, pois essa é uma conquista coletiva. O Sinpro Minas há de contribuir para a emancipação dos/as trabalhadores/as”, disse em sua saudação à nova diretoria do sindicato.

Já o assessor jurídico da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), Nivaldo Santana, falou sobre a importância das negociações coletivas. “Uma das obrigações prioritárias de toda entidade sindical é a de negociar melhores condições de trabalho e salário para seus representados, para além daquilo que a Constituição e a legislação já asseguram. Trata-se de algo não muito fácil em qualquer contexto da sociedade capitalista, notadamente nesse contexto recessivo e de grandes conturbações políticas da vida brasileira”, ressaltou.

Ele abordou também o papel dos sindicatos na democracia. “O sindicato foi fundamental para a construção da cidadania e da democracia em todas as partes do mundo e continua sendo o maior instrumento de luta dos trabalhadores. Posso dizer que os sindicatos não se envelhecem jamais e, enquanto existirem sociedades de classe, eles serão fundamentais para o Estado democrático de Direito”.

Também participou do evento a presidenta do Sindicato dos Auxiliares na Administração Escolar (SAAE-MG), Rogerlan de Morais. “Cumprimento a gestão anterior que teve grandes avanços em várias áreas, como a comunicação, e desejo que a nova diretoria do Sinpro Minas consiga vencer as batalhas que virão pela frente”, afirmou.


Fonte: Sinpro-Minas

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