A tentativa de impedir a organização sindical dos servidores
públicos em Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte, chega no limite
da intransigência por parte da prefeitura. Além de processar
administrativamente mais de 100 trabalhadores da educação por terem participado
de movimento de greve no ano passado, a prefeitura cortou as liberações dos
diretores do Sind-UTE subsede Ibirité e promove uma central de boatos para
amedrontar e impedir a mobilização da categoria da educação. O caso deverá chegar
a Organização Internacional do Trabalho (OIT). A Central dos Trabalhadores e
Trabalhadores do Brasil em Minas Gerais (CTB-MG), em conjunto com o Sind-UTE,
denuncia as práticas antissindicais e a série de perseguições promovida pela prefeitura.
Mesmo com as
retaliações, os(as) trabalhadores(as) resistem e lutam contra a retirada de
direitos. Nesta quinta-feira (31/03) o Sind-Ute realiza assembleia da categoria
com paralisação para exigir imediata negociação com a prefeitura. Os(as)
professores(as) se mobilizam e furam o bloqueio promovido pela gestão que
impede a entrada do Sindicato nas escolas. Há 4 anos sem reajuste, os(as)
trabalhadores da educação exigem aumento salarial de 30%e melhorias nas
condições de trabalho.
Além da pressão para exigir negociação com a prefeitura, o
Sindicato acionou o Ministério Público para intervir nos abusos da gestão.
Entre as contestações, está a lei sancionada no final do ano passado que
aumenta a carga horária dos professores e reduz o salário da categoria. A precarização
do trabalho também é questionada pela entidade sindical. De acordo com
levantamento feito pelo Sind-UTE, faltam, em média, cinco professores(as) e
sete trabalhadores em educação em cada escola. Somam-se a isto um conjunto de
descaso que compromete a qualidade da educação em Ibirité. Com a política de
desvalorização dos servidores, a prefeitura paga menos que o salário mínimo a
trabalhadores da cantina das escolas e mantem salas de aula sem
professores.
Dentro da estratégia de minar a organização dos
trabalhadores, a prefeitura cassou a liberação no local de trabalho para
impedir que os(as) educadores(as) participem das reuniões do Sindicato. A ação
contraria a determinação da Justiça que, em ação impetrada pela própria
prefeitura, reconheceu o direito de organização do Sindicato.
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