Movimentos sociais e sindicais se
organizam para apoiar e ampliar a estrutura das ocupações estudantis em Minas
Gerais para unir classe trabalhadora e estudantes. As formas de apoio ao
movimento foram discutidas na sede da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras
em Minas Gerais (CTB-Minas) em Plenária Ampliada na tarde desta sexta-feira
(04/11). O histórico movimento das ocupações estudantis é no momento a experiência
mais próxima de atingir a sociedade brasileira e denunciar a pauta neoliberal
dos golpistas, afirmaram os participantes da Plenária. Representantes dos
estudantes apontaram três carências urgentes do movimento: recursos para
material gráfico, deslocamento e alimentação.
Em Minas Gerais já são 128
escolas ocupadas, com a perspectiva de chegar a 140 até o final do dia, 22
universidades, dentre elas a PUC- campus Coração Eucarístico, a primeira
universidade privada do país a ser ocupada. Segundo Rafael Leal, da União da Juventude
Socialista (UJS), a geração que hoje está nessas escolas tem ânsia de mudar o
mundo e tem a capacidade de envolver outros setores. Rafael reafirmou o
engajamento do movimento. “Apesar de ter ações espontâneas, a iniciativa foi das
entidades do movimento estudantil que tem papel protagonista.” ressalta.
Rafael também chama atenção para
o embate forte com a direita em todos os locais e ressaltou a prática paramilitar
em alguns casos como no Estadual Central. “Temos um enfretamento aberto com uma
direita organizada e muito financiada”.
Késsia Cristina, da União
Colegial de Minas Gerais (UCMG), fez um relato de como estão as ocupações em
Minas. Para ela, a primavera secundarista começou com o movimento pelas
merendas e ganhou força e politização. “O pessoal está enxergando que o filho
do pedreiro não vai mais virar doutor. Temos provado todos os dias no cotidiano
das ocupações nossa pauta democrática.” Késsia lembrou que a estratégia do
governo golpista é de criminalizar e responsabilizar o movimento com o adiamento
das provas do ENEM.
Para Raul Pereira, da União
Estadual dos Estudantes (UEE/MG), o momento é de unidade total e “radicalizar
para alcançar a comunidade, atingir o trabalhador que é a base da sociedade”.
O desafio de ampliar as frentes
de resistência e fortalecer as ocupações foi a base do apoio de todas as
entidades presentes. A pauta em torno da Medida Provisória de Reforma do Ensino
Médio, a PEC do Fim do Mundo – que agora tramita no Senado como PEC 55, mostram
os retrocessos que estão no caminho do povo brasileiro.
Além do apoio às escolas
ocupadas, a Plenária apontou a importância de unificar as lutas. Entre as agendas
propostas está o dia 11 de novembro, Dia Nacional de Paralisações e Greves.
As entidades também assinaram uma
moção de repúdio contra as ações de violência ao movimento estudantil e solidarizam
com o MST.
MOÇÃO DE REPUDIO
Reunidos em Plenária de Apoio e Solidariedade às ocupações
estudantis – em defesa das políticas e investimentos públicos e contra a PL55
(ex – PL 241) MP Reforma do ensino médio / Lei da Mordaça, contra qualquer tipo
de violência aos movimentos estudantis, sindicais e sociais manifestamos nossa
incondicional solidariedade ao Movimento dos Trabalhadores Rurais sem terra –
MST diante dos ataques sofridos no dia de hoje.
Denunciamos a arbitrariedade cometida pela justiça paranaense
e a provocação feita por partes das policias civil e militares nos Estados do
PR, MT e, particularmente, de SP – que invadiu a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) de forma truculenta, incluindo uso
de armas de fogo.
Conclamamos o conjunto das forças democráticas a se
levantarem contra a marcha antidemocrática e em curso no País.
Somente com uma ampla unidade democrática será possível
garantir e ampliar as liberdades políticas e os direitos sociais conquistados
ao longo de décadas de lutas de nosso povo.
Belo
Horizonte 04, de novembro de 2016.
- Todo apoio e solidariedade ao MST
- Pela garantia das liberdades democráticas
- Nenhum direito a menos
Entidades que assinam:
·
União
da Juventude Socialista (UJS)
·
União
Colegial de Minas Gerais (UCMG)
·
União
Brasileira dos Estudantes (UBES)
·
Sindicato
dos Auxiliares De Administração Escolar (SAAMG)
·
Central
dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB / MG)
·
Federação
dos Trabalhadores na Agricultura de Minas Gerais (FETAEMG)
·
Sindicato
dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (SINDIBEL)
·
Sindicato
dos Trabalhadores no Comércio de Minérios e Derivados de Petróleo no Estado de
Minas Gerais (SITRAMICO)
·
Ocupaminas
·
Sindicato
dos Servidores Públicos de Nova Lima (SINDSERP)
·
Sindicato
dos Trabalhadores em Telecomunicações de Minas Gerais (SINTTEL)
·
Sindicato
dos Professores do Estado de Minas Gerais (SINPRO)
·
Sindicato
dos Trabalhadores da Educação Rede Publica Municipal de BH (Sind Rede)
·
Sindicato
dos Promotores, Repositores, Demonstradores, Coordenadores, de Merchandising e
de Vendas de Minas Gerais (SinProReD)
·
Sindicatos
dos Trabalhadores em Entidades Sindicais do Estado de Minas Gerais (SITESEMG)
·
Gabinete
do Vereador Gilson Reis
·
Gabinete
do Deputado Celinho do Sinttrocel
·
Federação
dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino (FITEE)
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