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20 de fev. de 2017

Balanço: os Metalúrgicos de Betim reelegeram um aliado importante às lutas nacionais


O Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, Igarapé e São Joaquim de Bicas, um dos maiores sindicatos do estado de Minas Gerais, encerrou suas eleições. Venceu a Garra Metalúrgica, chapa histórica da entidade e apoiada pela CTB. Entre os dias 15 e 16 de fevereiro, mais de 100 locais de trabalho participaram do processo, entre empresas grandes e pequenas. Foi uma eleição transparente, democrática, com participação paritária em todo o processo eleitoral, da coleta de votos a apuração.
O processo em si foi muito tenso, com direito a uma turma de segurança barra pesada por parte da chapa de oposição (apoiada pela CUT). Entre as distrações causadas pela chapa 2, houve agitadores que precisaram ser expulsos da polícia, tumultos causados por torcidas organizadas e policiais à paisana e garotas em trajes chamativos para atrair os trabalhadores. Nos momentos de agressão, apareceram até mesmo lutadores de MMA para assustar os votantes.
Nos dias da eleição, a coleta de votos aconteceu com outras provocações e ameaças aos aposentados, que se viam intimidados ao chegarem para votar. A apuração, de forma similar, foi dificultada pela presença de oito advogados, que questionaram tudo o que puderam no procedimento. De nada adiantou.
A vitória nestas eleições tem importância especial. Além de que derrotar a CUT, que havia decidido em resolução que esta seria a principal eleição sindical de Minas Gerais, a Garra Metalúrgica conseguiu superar uma campanha odiosa, construída pela chapa de oposição de forma colaborativa com os patrões. As tentativas de impedir um processo eleitoral limpo, abusando da truculência e sem respeito pela base, foram inúmeras. Entre elas, os metalúrgicos testemunharam ameaças aos dirigentes do sindicato, contratação de agitadores, ações judiciais para impedir a eleição e conflitos em mesa de votação.
Nada disso impediu a vitória da Garra Metalúrgica, com 66% dos votos apurados - uma diferença de 890 votos. A grande diferença nos números (1.478 vs. 588) revela que a categoria entendeu que não é momento para brincar com os direitos trabalhistas. A nova diretoria, eleita para o período 2017-2020, vai conduzir o Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região para uma participação ativa no movimento sindical e na sociedade. Honrará sua história, suas lutas recentes, e tudo o que foi construído ao longo de décadas.
O resultado das eleições demonstra que o sindicalismo renovado, autêntico e de luta praticado pela Garra Metalúrgica se reafirma enquanto alternativa concreta para as batalhas em curso no país. O que aconteceu em Betim é um sinal de que é possível superar a crise do movimento sindical, através de uma luta contra as direções burocráticas e parasitas do sindicalismo tradicional. A nova geração encarna o espírito das mobilizações de junho de 2013, que, como essência, negou as velhas direções e exigiu democracia e combatividade nas suas entidades.
A chapa demonstra combatividade na defesa dos interesses dos trabalhadores, através de mobilizações contra as demissões e de campanhas salariais por salários e por melhores condições de trabalho. A transparência com as receitas do Sindicato, indicando os investimentos na luta e com aumento do patrimônio (como a construção de uma nova sede), impulsiona a organização e dá energia aos fóruns da categoria. Isso incentiva a participação massiva nos locais de trabalho.
No ato de proclamação do resultado, o presidente eleito declarou que “o sindicato será democrático, buscando de maneira sistemática ampliar a participação e mobilização permanente da categoria na defesa de seus interesses”. Ele convidou todos que participaram do pleito a se engajarem nas campanhas da categoria, e a CTB auxiliará na qualificação da nova diretoria, com seminários e cursos para administração sindical, no gerenciamento de campanha salarial e de PLR, na organização de eleições para a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), e na busca de novos talentos para o ativismo sindical.
É dessa forma que a estrutura do sindicato mantém pleno funcionamento e atendimento. Ademais, saímos confiantes de que poderemos contar com um grande aliado no enfrentamento das questões políticas nacionais, como o combate sistemático à reforma trabalhista e previdenciária.
Por Pascoal Carneiro, secretário de Previdência, Aposentados e Pensionistas da CTB

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