Faleceu, na noite desta quarta-feira, a dirigente comunista Dalva Stela, que fazia parte do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil. Ela tinha 72 anos e estava internada desde a última quinta-feira no Hospital da Unimed, em Belo Horizonte. Foi vítima de complicações após uma cirurgia, que causou uma infecção generalizada com falência múltipla dos órgãos. Dalva deixa uma filha e dois filhos.
Saída de Pedra Azul, no Vale do Jequitinhonha, mudou-se para Belo Horizonte ainda na adolescência, onde foi buscar o sonho de ser dentista. Ingressou no curso de Odontologia na UFMG, junto com sua irmã Doralina Rodrigues, que cursava direito e foi diretora da Une. No movimento estudantil, Dalva conheceu a Ação Popular, organização que passou a fazer parte.
Com a repressão da Ditadura Militar apertando o cerco, a mineira foi militar no Nordeste, onde passou anos lutando por liberdade e justiça no Brasil. De volta a Minas, Dalva se dedicou na militância no movimento popular e na construção do Partido na capital mineira. Foi a fundadora e presidenta da Famobh (Federação das Associações de Moradores de BH), quando foi a líder do movimento pela reforma urbana.
Com o início dos governos populares na sua cidade, Dalva começou a levar sua experiência para as políticas públicas, missão que exerceu até seus últimos dias. No governo Patrus Ananias (PT), foi a presidenta da Urbel, órgão que cuidava da habitação na cidade. A última função de Dalva foi o cargo que exercia na Agência Metropolitana, órgão do governo do estado.
Apesar da sua experiência administrativa, Dalva nunca deixou de lado sua dedicação como dirigente partidária. Por várias vezes foi presidenta do Comitê Municipal, membro da executiva estadual e do Comitê Central. Nestas funções, sempre demonstrava como princípio a fidelidade ao Partido, característica que a levou a sempre atuar como mediadora nos debates partidários.
Para o presidente do PCdoB MG, Wadson Ribeiro, “Dalva é um exemplo para toda militância. Teve uma vida dedicada ao partido, pela luta e pela liberdade. Foi uma destacada militante contra a ditadura militar. Deixa um legado, pois trabalhou e militou até seus últimos dias”.
Quem conheceu Dalva de perto se lembra de duas personalidades numa mulher. Rigorosa, disciplinada e dedicada na militância política, se transformava em uma explosão de alegria numa mesa de bar. Sempre alegre e carinhosa, deixa um lastro de amizades e saudades.
Kerison Lopes
Secretário Estadual de Comunicação
PCdoB - Minas Gerais
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