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6 de fev. de 2019

CTB participa de manifestação em defesa da Justiça do Trabalho e contra o crime ambiental cometido pela Vale

Vários trabalhadores, estudantes, movimentos sociais e sindicais protestaram, nessa terça-feira (05), na praça Sete, centro de Belo Horizonte, em defesa da Justiça do Trabalho, contra o fim do ministério do Trabalho e o crime ambiental cometido pela mineradora Vale, em Brumadinho. Representaram a CTB-MG, os diretores Gelson Alves da Silva e José Antônio de Lacerda (Jota).

O fim do Ministério do Trabalho foi anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro em novembro de 2018. A pasta tinha 88 anos de existência. Desde então, o Ministério do Trabalho é apenas uma pasta incorporada ao Ministério da Economia. Uma das atribuições principais do ministério era coordenar políticas para a geração de emprego e renda, dar apoio ao trabalhador e fiscalizar o cumprimento das normas trabalhistas.

Após anunciar o fim do Ministério do Trabalho, Jair Bolsonaro disse, no início de janeiro, durante entrevista ao telejornal SBT Brasil, que o governo estuda acabar também com a Justiça do Trabalho. A Justiça do Trabalho é responsável por jugar as ações entre empregados e patrões que, muitas vezes, desrespeitam as leis trabalhistas. Para justificar essa decisão, ele disse que “é muito difícil ser patrão no Brasil, pois há muitas leis trabalhistas”.

Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), Gilson Reis, o crime da Vale e o fim do ministério do Trabalho fazem parte de um processo de enfraquecimento das relações ambientais e trabalhistas.

“É preciso estabelecer novos parâmetros para a legislação ambiental e rever o fim do ministério do Trabalho. Precisamos construir um Estado democrático de direito, que coloque o ser humano e o trabalhador acima dos interesses do capital.  A tragédia de Brumadinho e o enfraquecimento dos trabalhadores são elementos do mesmo pacote e nós estamos aqui, na luta, para denunciar e resistir”, disse ele.

O diretor da Central Sindical Popular (CSP-Conlutas), Wanderson Rocha, alertou que o fim da Justiça do Trabalho vai prejudicar os trabalhadores.

“Com o fim da Justiça do Trabalho, os processos dos trabalhadores serão jugados na justiça comum, que é mais lenta. Isso vai dificultar a vida do trabalhador ainda mais”, afirmou ele, que também pediu a revogação da reforma trabalhista.

Durante o ato na praça Sete, os manifestantes distribuíram uma carta aberta à população alertando sobre os prejuízos causados pela reforma trabalhista, a terceirização, a reforma da previdência e a extinção da justiça do trabalho.

Leia abaixo a carta aberta à população

Já pensou nos prejuízos que lhe trouxeram a Reforma Trabalhista e a Lei da Terceirização?

Você terá que ficar à disposição da empresa e receber só quando chamado para trabalhar, negociar direitos com os patrões sem o amparo da lei e lidar com condições piores de trabalho e o difícil acesso à Justiça do Trabalho

Acredita que as privatizações são para reduzir gastos do governo e investir nos serviços sociais?

Que nada! As empresas serão vendidas a preços de banana, seus produtos e serviços ficarão mais caros e o dinheiro arrecadado será para o pagamento da dívida pública, que nunca acaba e só visa enriquecer os donos dos bancos. Gastos em saúde, educação e moradia estão “congelados” por 20 anos pela Emenda do Teto dos Gastos

Confia que o governo quer proteger os trabalhadores acabando com o Ministério do Trabalho, a Justiça do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho?

Balela! O objetivo é acabar com a proteção da Justiça ao trabalhador e à trabalhadora para reduzir custos e aumentar os lucros das empresas

Sabe o que lhe reserva a PEC 300?

Se aprovada no Congresso, vai acabar com as férias e o 13º salário

Crê que a Reforma da Previdência vai reduzir sua aposentadoria para garantir as aposentadorias futuras?

Engana-se. As reformas na previdência são sempre para dificultar a sua aposentadoria, obrigando-o a migrar para a previdência privada, favorecendo mais uma vez os donos dos bancos

Acha mesmo que o rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho foram simples tragédia?

Não. Foram crimes ambientais e trabalhistas, pois decorreram de desobediência, por parte da Samarco e da Vale, às leis ambientais e trabalhistas e às normas de segurança do trabalho

Fotos: Anderson Pereira







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