Por Denílson Cajazeiro, com agências
O jornal Estado de Minas noticiou, nesta quinta-feira (11/4), que o governo Zema vai reduzir 70% da quantidade de escolas em regime ampliado, com o objetivo de cortar investimentos.
A medida vai atingir cerca de 81 mil alunos. Segundo a secretaria estadual de Educação, a educação em tempo integral será ofertada em apenas 500 escolas, de acordo com a situação de vulnerabilidade social e com baixo nível socioeconômico dos estudantes.
Atualmente, 1640 instituições de ensino estaduais possuem o programa. Na prática, o governo vai passar dos atuais 45% de estabelecimentos de ensino da rede com jornada ampliada para somente 13,8%.
A decisão torna mais distante o cumprimento da meta 6 do Plano Nacional de Educação (PNE), que prevê a oferta de educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas até 2024.
Em nota, a diretoria do Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro Minas) afirma que a medida do governo estadual representa um retrocesso para milhares de estudantes no estado, que terão o ensino prejudicado. “As experiências nacionais e internacionais mais exitosas no campo do ensino apontam para a importância da educação em horário integral. Se bem desenvolvida, com boas condições de trabalho para os professores e infraestrutura e atividades adequadas para os alunos, representa um avanço muito importante em termos de aprendizagem. No entanto, o que se observa é que o nosso estado tem sido cada vez mais mínimo para a população e máximo para alguns poucos empresários e rentistas”, afirma o Sinpro Minas ao criticar a atual gestão.
A presidenta do sindicato e da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em Minas Gerais (CTB Minas), Valéria Morato, afirma que a decisão do governo Zema evidencia o descaso dele com a educação. “Ao longo da eleição, o candidato disse várias vezes que a educação seria uma prioridade. No entanto, está ficando cada vez mais evidente de que isso não passou de retórica de campanha. É uma medida para sucatear a educação pública no estado e, em seguida, privatizá-la”, criticou Valéria Morato.
Segundo a presidenta do Sinpro Minas, a decisão do governo Zema compromete não somente o ensino de milhares de estudantes, mas também a inclusão social. “O governo alega dificuldades financeiras, mas os reais compromissos firmados com o setor empresarial, que inclusive drenam recursos dos cofres públicos, permanecem inalterados. Enquanto isso, os serviços do Estado destinados à população mineira são gradativamente precarizados. As recentes decisões sinalizam que este governo não tem compromisso com a oferta de uma educação pública, gratuita, de qualidade, para todos e socialmente referenciada. Ao não investir no setor, promove o seu sucateamento, na contramão daquilo que o país precisa, que é mais investimentos em educação, como forma de promover não só a inclusão social, mas também garantir o desenvolvimento econômico do país”, ressaltou.
De acordo com as informações noticiadas pela imprensa, a secretaria informou, por meio de nota, que deve divulgar em breve a lista das escolas contempladas.
Foto: Divulgação Internet
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