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13 de mai. de 2019

Encontro em Varginha debate os impactos da Reforma da Previdência em Minas e no Brasil


Foi realizado em Varginha, cidade do Sul de Minas, um debate regional, na última sexta-feira, sobre os Impactos da Reforma da Previdência em Minas e no Brasil. O encontro ocorreu no Clube de Varginha, às 19h, e reuniu dezenas de trabalhadores, estudantes, lideranças políticas e sindicais da região. A diretora do Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro-MG), Mônica Lacerda, também compareceu.

Ela afirmou que o modelo de reforma da Previdência apresentado pelo governo vai afetar drasticamente os trabalhadores, em especial as trabalhadoras, ao retirar direitos conquistados.

A diretora do Sinpro-MG explicou que hoje uma professora de educação básica do setor privado não precisa de idade mínima para aposentar desde que contribua por 25 anos, cinco  anos a menos que os homens. Após a reforma, segue a mesma regra dos outros trabalhadores e se aposenta aos 62 anos mulheres e 65 homens.

“Essas mudanças propostas pela reforma impactam de modo particular as mulheres que hoje têm critérios mais flexíveis do que os homens para se aposentar em função das desigualdades de gênero que ainda permanecem no mercado de trabalho”, disse ela.

Para exemplificar essas desigualdades, Mônica Lacerda lembrou que a taxa de desocupação feminina é superior a masculina (13,5% entre as mulheres e 10,1% entre os homens).

Ainda segundo ela, as mulheres estão em ocupações menos valorizadas que os homens nas áreas de educação, saúde, serviços sociais, comércio e serviços domésticos.

“A atual previdência funciona como um mecanismo que repara minimamente essas desigualdades”, disse ela.   

Professores e trabalhadoras rurais

A diretora do Sinpro-MG, Mônica Lacerda, lembrou que a categoria dos professores é composta em sua maioria por mulheres e o aumento do tempo de contribuição terá um impacto negativo na vida das trabalhadoras.

“Hoje, um professor do setor público se aposenta com 60 anos de idade, 30 de contribuição desde que comprove 10 anos no serviço público e cinco anos no cargo. Com a reforma, aumenta cinco anos na idade mínima e tempo de contribuição para professoras numa categoria que é composta majoritariamente por mulheres”.

Lacerda também falou sobre os impactos da reforma da Previdência na vida das trabalhadoras rurais. A idade mínima para elas passa para 60 anos, mesma idade para ambos os sexos e aumenta de 15 para 20 anos o tempo de contribuição.

"O trabalho no campo é penoso. As mulheres iniciam cedo, em média aos 14 anos de idade. Muitas, ao longo do tempo, sofrem lesões que reduzem a sua capacidade laboral e expectativa de vida”, lembrou ela.

A reforma da Previdência também atinge as trabalhadoras domésticas. O tempo de contribuição aumenta de 15 para 20 anos.

Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), revelam que, em 2018, 73% das domésticas de um total de 5,8 milhões de trabalhadoras atuavam sem carteira de trabalho.

“Os objetivos da reforma da previdência são reduzir as despesas públicas com Previdência e Assistência e estimular a financeirização e a privatização do sistema público. As trabalhadoras rurais, professoras e domésticas serão as mais afetadas com essa reforma”, afirmou Mônica Lacerda.

Fotos: CTB-MG






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