Depois de 48h de Greve das Escolas
Federais contra os cortes de investimentos na educação promovidos pelo Governo
Federal, milhares de estudantes foram às ruas de Belo Horizonte na tarde dessa quinta-feira
(03) protestar. O movimento se reuniu na praça Afonso Arinos, ao lado da
Faculdade de Direito da UFMG, por volta das 17h. De lá, os manifestantes
percorreram a avenida Afonso Pena até o pirulito na praça Sete. Durante o
percurso, muitos estudantes exibiam cartazes de protestos. Do alto de um caminhão
de som, outros estudantes explicavam para os pedestres e motoristas a realidade
atual das universidades públicas brasileiras. Muitas tiveram cortes superiores
a 30% do orçamento. O governo ainda cortou centenas de bolsas de estudos, prejudicando
a pesquisa no país. A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em
Minas Gerais (CTB-MG), em apoio a uma educação pública, gratuita e de
qualidade, também aderiu ao movimento e foi representada pela presidenta
Valéria Morato.
Desde que assumiu a presidência,
Jair Bolsonaro (PSL) já contingenciou R$ 6,1 bilhões da educação pública. Este,
aliás, é o maior corte entre todos os ministérios em Brasília (DF). Esse valor
seria utilizado em ações de apoio à manutenção da educação infantil, concessão
de bolsas na educação superior e básica e de apoio ao funcionamento dos
institutos federais de ensino.
Os manifestantes denunciam que o
objetivo do governo Bolsonaro é “asfixiar” financeiramente as Universidades
Federais para depois privatizá-las através do Programa “Future-se”. Caso esse programa
seja implantando, serão as empresas privadas que terão autonomia sobre o Estado
para escolher sobre quais pesquisas serão financiados. Dessa forma, o interesse
público seria substituído pelo interesse particular. Esse é um dos temores da
comunidade acadêmica e dos estudantes, além de entidades de classe dos
trabalhadores.
Essa luta não deve ser apenas dos
estudantes das universidades e institutos federais de ensino, mas de toda a sociedade.
A CTB-MG aproveita e convida a
sua base participar desse movimento em defesa da educação pública, gratuita e
de qualidade. A central entende que a educação não deve ser compreendida como simples mercadoria, mas sim um direito universal.
Manifestação ontem, em BH. Fotos: Anderson Pereira/CTB-MG
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