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13 de dez. de 2019

CTB-MG diz não à privatização do Serpro e da Dataprev


No momento em que os principais países do mundo discutem como proteger os seus dados estratégicos de piratas da internet e de nações inimigas, o governo de Jair Bolsonaro (Sem Partido) anuncia que pretende privatizar o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev). Nessa quinta-feira (12/12), a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou uma audiência pública para discutir essa iniciativa que, segundo Gildásio Cosenza, representante da CTB-MG no evento, significa um grave risco à soberania nacional e à privacidade população brasileira, além de ameaça direta ao emprego dos trabalhadores das duas empresas.

O Sindicato dos Trabalhadores de Informática (Sindados-MG), durante apresentação de sua Diretora Administrativa, Rosane Cordeiro, ressaltou a importância destas empresas e a "excelência de sua atuação".

“Este é um ato de traição nacional. Estamos falando de empresas de reconhecida eficiência que armazenam informações confidencias de pessoas físicas e jurídicas”, afirmou Gildásio Cosenza. 

A Dataprev – Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social – por exemplo, processa, entre outras informações, a folha de pagamento de todos os aposentados do país, ou seja, cerca de 35 milhões de registros.

Já os serviços prestados pelo SERPRO (Serviço Federal de Processamento de Dados) são de segurança nacional, essenciais à manutenção da soberania estatal, em especial à garantia do sigilo dos dados da administração pública federal direta e indireta.

O representante da CTB-MG, Gildásio Cosenza, lembra ainda que em países como os EUA e também da Europa, informações como essas somente podem ser processadas por empresas nacionais. “Na Alemanha, por exemplo, nenhum software estrangeiro pode ser utilizado sem autorização específica de órgão de controle federal, buscando reduzir o risco de espionagem", afirmou ele.

“Essas empresas dão lucro, são eficientes e estratégicas”, resume Cosenza ao lembrar que somente o Serpro encerrou 2018 com lucro líquido de R$ 459,70 milhões, aumento de 273,41% em comparação com o ano anterior.
Já Gustavo Torres, servidor do Serpro e ex-presidente da Empresa de Informática e Informação de Belo Horizonte (Prodabel), apresentou uma série de riscos dessas privatizações, entre os quais a redução da defesa cibernética e o comprometimento da segurança nacional; o uso de dados fiscais em guerras comerciais; o emprego de engenharia no favorecimento de manipulações de marketing, políticas e comportamentais; e monitoramento de pessoas. “Estamos com portas abertas para fragilizar a soberania e a autonomia tecnológica no Brasil”, alertou.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e Similares do Estado de Minas Gerais, Robson Silva, essa privatização seria um crime contra a população brasileira. “Imaginem uma empresa privada tendo acesso a informações de toda a população? Elas vão fazer o que quiserem”, protestou.
Fonte: CTB-MG com informações da ALMG
Fotos: ALMG









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