No momento em que os principais países
do mundo discutem como proteger os seus dados estratégicos de piratas da
internet e de nações inimigas, o governo de Jair Bolsonaro (Sem Partido)
anuncia que pretende privatizar o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev). Nessa
quinta-feira (12/12), a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou uma audiência pública para discutir essa iniciativa que, segundo Gildásio Cosenza,
representante da CTB-MG no evento, significa um grave risco à soberania
nacional e à privacidade população brasileira, além de ameaça direta ao emprego dos trabalhadores das duas empresas.
O Sindicato dos Trabalhadores de Informática (Sindados-MG), durante apresentação de sua Diretora Administrativa, Rosane Cordeiro, ressaltou a importância destas empresas e a "excelência de sua atuação".
O Sindicato dos Trabalhadores de Informática (Sindados-MG), durante apresentação de sua Diretora Administrativa, Rosane Cordeiro, ressaltou a importância destas empresas e a "excelência de sua atuação".
“Este é um ato de traição nacional.
Estamos falando de empresas de reconhecida eficiência que armazenam informações
confidencias de pessoas físicas e jurídicas”, afirmou Gildásio Cosenza.
A Dataprev – Empresa de Tecnologia e
Informações da Previdência Social – por exemplo, processa, entre outras
informações, a folha de pagamento de todos os aposentados do país, ou seja,
cerca de 35 milhões de registros.
Já os serviços prestados pelo SERPRO
(Serviço Federal de Processamento de Dados) são de segurança nacional,
essenciais à manutenção da soberania estatal, em especial à garantia do sigilo
dos dados da administração pública federal direta e indireta.
O representante da CTB-MG, Gildásio
Cosenza, lembra ainda que em países como os EUA e também da Europa,
informações como essas somente podem ser processadas por empresas nacionais. “Na Alemanha, por
exemplo, nenhum software estrangeiro pode ser utilizado sem autorização específica de órgão de controle federal, buscando reduzir o risco de espionagem", afirmou ele.
“Essas empresas dão lucro, são
eficientes e estratégicas”, resume Cosenza ao lembrar que somente o Serpro encerrou
2018 com lucro líquido de R$ 459,70 milhões, aumento de 273,41% em comparação
com o ano anterior.
Já Gustavo Torres, servidor do Serpro e ex-presidente da
Empresa de Informática e Informação de Belo Horizonte (Prodabel), apresentou
uma série de riscos dessas privatizações, entre os quais a redução da defesa
cibernética e o comprometimento da segurança nacional; o uso de dados fiscais
em guerras comerciais; o emprego de engenharia no favorecimento de manipulações
de marketing,
políticas e comportamentais; e monitoramento de pessoas. “Estamos com portas
abertas para fragilizar a soberania e a autonomia tecnológica no Brasil”,
alertou.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e Similares do Estado de Minas
Gerais, Robson Silva, essa privatização seria um crime contra a população
brasileira. “Imaginem uma empresa privada tendo acesso a informações de toda a
população? Elas vão fazer o que quiserem”, protestou.
Fonte: CTB-MG com informações da ALMG
Fotos: ALMG
Nenhum comentário:
Postar um comentário