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23 de mar. de 2012

Proposta de reajuste salarial apresentada pela patronal aos auxiliares de administração escolar é aquém do esperado, avalia SAAE-MG


O Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar do Estado de Minas Gerais (SAAE-MG) realizou, no último dia 21, mais uma rodada de negociações com a entidade patronal, o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep/MG), referente à Campanha Salarial 2012/2013.
Segundo o SAAE-MG, a proposta patronal praticamente permaneceu a mesma, a exemplo da reunião anterior, realizada no dia 14, na qual a direção do Sindicato reafirmou a necessidade de valorização da categoria.
O sindicato patronal propõe 7% de reajuste salarial e piso de R$ 646,00 no ato da contratação, R$ 677,00 após um ano de contrato e R$ 765,00 após dois anos de contratação. Propostas consideradas pelo SAAE-MG muito aquém das necessidades da categoria.
“Ao se analisar o aumento das mensalidades das escolas pertencentes à base territorial do Sinep/MG, constatamos que as instituições de ensino têm condições de oferecer um reajuste salarial para a categoria bem superior aos 7% propostos”, avalia a diretora do Departamento Jurídico da entidade, Rogerlan Augusta de Morais.
Em entrevista ao jornal “O Tempo”, publicada na edição do dia 4 de outubro de 2011, o presidente do Sinep/MG, Emiro Barbibi, já previa esta possibilidade: “O cenário de inflação mais alta e o reajuste já anunciado do salário mínimo, de 13,6%, sinalizam que o aumento para 2012 vai ser maior, ou seja, mais que os 10% do ano passado”.
De acordo com pesquisas do site Mercado Mineiro, Procon da Assembleia e do Movimento das Donas de Casa e Consumidores de Minas Gerais, as mensalidades nas escolas da região aumentaram, em média, 10%.
Com relação ao piso salarial, o SAAEMG considera que a proposta de reajuste também poderia ser melhor. “O Auxiliar de Administração Escolar também é um educador e, como tal, trabalha na formação e transformação do ser humano. Portanto, merece uma remuneração condizente”, avalia Rogerlan.
Segundo pesquisa feita pelo SAAE-MG, a proposta de piso salarial apresentada pelos patrões ao Auxiliar de Administração Escolar é bem inferior ao pago por outros setores da economia. Na construção civil, por exemplo, o piso de contratação para a função de servente de pedreiro é de R$ 677,60. No setor de Bares, Restaurantes e Similares, desde dezembro de 2011 nenhum trabalhador não pode ser contratado com salário inferior a R$ 684,72.
“Trabalhar como servente em uma construção ou limpar um chão de um bar não pode ser tão mais valorizado que limpar uma escola. Esta situação reflete não uma questão de valorização do profissional da construção ou de bares restaurantes e similares, mas, sim, uma escandalosa desvalorização profissional dos trabalhadores da Educação. Ou seja, ‘tem algo errado no ensino privado!’ ”, conclui a diretora do SAAE-MG.
Uma nova reunião de negociação será realizada no dia 3 de abril. Como a data- base agora da categoria é 1º de abril, o SAAE-MG ajuizará ação judicial para garantir os direitos dos trabalhadores, já que não houve interesse do sindicato patronal em prorrogar a data-base. Ainda assim, o Sindicato espera que o Sinep-MG apresente uma nova proposta que atenda os anseios da categoria.
Para avaliar e debater com os Auxiliares de Administração Escolar a eventual nova proposta patronal, ou, na falta desta, os rumos desta negociação, o Sindicato deverá convocar uma assembleia durante o mês de abril. 

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