O Sindicato dos Auxiliares
de Administração Escolar do Estado de Minas Gerais (SAAE-MG) realizou, no
último dia 21, mais uma rodada de negociações com a entidade patronal, o Sindicato das
Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep/MG), referente à Campanha Salarial 2012/2013.
Segundo o SAAE-MG, a
proposta patronal praticamente permaneceu a mesma, a exemplo da reunião
anterior, realizada no dia 14, na qual a direção do Sindicato reafirmou a
necessidade de valorização da categoria.
O sindicato patronal propõe 7%
de reajuste salarial e piso de R$ 646,00 no ato da contratação, R$ 677,00 após
um ano de contrato e R$ 765,00 após dois anos de contratação. Propostas
consideradas pelo SAAE-MG muito aquém das necessidades da categoria.
“Ao se analisar o aumento
das mensalidades das escolas pertencentes à base territorial do Sinep/MG, constatamos
que as instituições de ensino têm condições de oferecer um reajuste salarial
para a categoria bem superior aos 7% propostos”, avalia a diretora do Departamento Jurídico da entidade,
Rogerlan Augusta de Morais.
Em entrevista ao jornal “O
Tempo”, publicada na edição do dia 4 de outubro de 2011, o presidente do Sinep/MG,
Emiro Barbibi, já previa esta possibilidade: “O cenário de inflação mais alta e
o reajuste já anunciado do salário mínimo, de 13,6%, sinalizam que o aumento
para 2012 vai ser maior, ou seja, mais que os 10% do ano passado”.
De acordo com pesquisas do site
Mercado Mineiro, Procon da Assembleia e do Movimento das Donas de Casa e
Consumidores de Minas Gerais, as mensalidades nas escolas da região aumentaram,
em média, 10%.
Com relação ao piso salarial,
o SAAEMG considera que a proposta de reajuste também poderia ser melhor. “O Auxiliar
de Administração Escolar também é um educador e, como tal, trabalha na formação
e transformação do ser humano. Portanto, merece uma remuneração condizente”,
avalia Rogerlan.
Segundo pesquisa feita pelo
SAAE-MG, a proposta de piso salarial apresentada pelos patrões ao Auxiliar de
Administração Escolar é bem inferior ao pago por outros setores da economia. Na
construção civil, por exemplo, o piso de contratação para a função de servente
de pedreiro é de R$ 677,60. No setor de Bares, Restaurantes e Similares, desde dezembro
de 2011 nenhum trabalhador não pode ser contratado com salário inferior a R$
684,72.
“Trabalhar como servente em
uma construção ou limpar um chão de um bar não pode ser tão mais valorizado que
limpar uma escola. Esta situação reflete não uma questão de valorização do
profissional da construção ou de bares restaurantes e similares, mas, sim, uma
escandalosa desvalorização profissional dos trabalhadores da Educação. Ou seja,
‘tem algo errado no ensino privado!’ ”, conclui a diretora do SAAE-MG.
Uma nova reunião de
negociação será realizada no dia 3 de abril. Como a data- base agora da
categoria é 1º de abril, o SAAE-MG ajuizará ação judicial para garantir os
direitos dos trabalhadores, já que não houve interesse do sindicato patronal em
prorrogar a data-base. Ainda assim, o Sindicato espera que o Sinep-MG apresente
uma nova proposta que atenda os anseios da categoria.
Para avaliar e debater com
os Auxiliares de Administração Escolar a eventual nova proposta patronal, ou,
na falta desta, os rumos desta negociação, o Sindicato deverá convocar uma assembleia
durante o mês de abril.
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