Mais um pedido de socorro de todos os trabalhadores de todas as
categorias profissionais. Assim o presidente da CTB-Minas, Marcelino Rocha,
considerou a realização da audiência pública da Comissão da Comissão do
Trabalho, da Previdência e da Ação Social da Assembleia Legislativa
(ALMG) que aconteceu na tarde desta terça-feira (29/04). Convocada a
requerimento do deputado Celinho do Sinttrocel (PCdoB), a audiência fez parte
das atividades que marcam o Dia Mundial em Memória das vítimas de acidentes
de trabalho, celebrado em 28 de abril.
A audiência também serviu para confirmar o desmantelamento do Ministério
do Trabalho. Marcelino chamou a atenção para a necessidade de um governo que
tenha compromisso com a classe trabalhadora e faça os investimentos necessários
para que a fiscalização e estruturação do Ministério do Trabalho para que possa
ser um suporte no combate aos acidentes e doenças do trabalho.
“As novas formas de adoecimento físico e mental combinado com
os velhos acidentes de mutilações e mortes, colocam uma necessidade
urgente de um enfrentamento mais organizado contra a sanha capitalista de tudo
que visa o lucro sem respeito a vida” alertou Marcelino.
Só em 2012, mais de 705 mil pessoas foram vítimas de acidentes de
trabalho no País; desse total, 2.731 morreram e 14.755 ficaram permanentemente
incapacitadas. Isso significa que, por dia, 30 trabalhadores sofrem sequelas
definitivas e oito morrem. O Brasil possui a quarta taxa de mortalidade
decorrente de acidentes laborais no mundo. Os dados, da Organização
Internacional do Trabalho (OIT) e do Anuário Estatístico da Previdência Social
de 2012, foram apresentados na audiência pública.
A audiência, que reuniu todas as Centrais Sindicais, auditores fiscais,
juízes do trabalho e trabalhadores em geral, teve o objetivo de debater as
condições de trabalho em Minas Gerais.
O deputado Celinho do Sinttrocel chamou a atenção para o lobby de
empresários do agronegócio interessados em promover mudanças na Lei Federal
12.619, que regulamenta a jornada dos motoristas profissionais. As alterações,
segundo ele, trarão prejuízos para a categoria, que ocupa o segundo lugar em
índices de acidentes no País e o primeiro no Estado de Minas Gerais.
Segundo o deputado, o aumento da jornada de trabalho dos motoristas se
configura como uma ameaça e um retrocesso. “O Brasil é hoje a sexta economia
mundial e possui a quarta taxa de mortalidade decorrente de acidentes do
trabalho do planeta”, denunciou. Ele ressaltou que a maioria das pessoas
vitimadas são jovens adultos entre 20 e 35 anos, 31% dos quais na faixa até 29
anos, “no auge de sua força produtiva e com famílias recém-criadas”.
O deputado citou dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) segundo os
quais na região Sudeste, a cada grupo de 100 trabalhadores, um é portador de
lesões por esforço repetitivo (LER). “Minas Gerais ocupa o segundo lugar no
vergonhoso ranking nacional”, disse. Além da LER e dos acidentes de trabalho,
asmas, dermatoses, distúrbios mentais, lesões osteomusculares, perdas auditivas
induzidas por ruídos e pneumoconioses estão entre as doenças laborais mais
recorrentes.
Ele ainda apontou dados divulgados pelo senador Paulo Paim (PT-RS),
segundo os quais as doenças ocupacionais e os acidentes de trabalho geram, por
ano, um gasto superior a R$ 70 bilhões em saúde. Segundo o Anuário Estatístico
da Previdência Social, existem hoje mais de 200 patologias relacionadas ao
mundo do trabalho.
O deputado Celinho do Sinttrocel e vários convidados também defenderam a preservação da NR12, norma regulamentadora do Ministério do Trabalho que dispõe sobre referências técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores e estabelece requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho. Segundo denunciaram, há também um forte lobby de parte do patronato que busca flexibilizar essa norma.
A coordenadora do Fórum Sindical e Popular de Saúde e Segurança do Trabalhador de Minas Gerais, Marta de Freitas, e o auditor fiscal Marcos Ribeiro Botelho, do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho, denunciaram “o sucateamento do Ministério do Trabalho e do Emprego” e defenderam mais investimentos no setor, inclusive com a abertura de mais vagas em concursos para auditores fiscais.
O deputado Celinho do Sinttrocel e vários convidados também defenderam a preservação da NR12, norma regulamentadora do Ministério do Trabalho que dispõe sobre referências técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores e estabelece requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho. Segundo denunciaram, há também um forte lobby de parte do patronato que busca flexibilizar essa norma.
A coordenadora do Fórum Sindical e Popular de Saúde e Segurança do Trabalhador de Minas Gerais, Marta de Freitas, e o auditor fiscal Marcos Ribeiro Botelho, do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho, denunciaram “o sucateamento do Ministério do Trabalho e do Emprego” e defenderam mais investimentos no setor, inclusive com a abertura de mais vagas em concursos para auditores fiscais.
“Os auditores, que têm o dever de fiscalizar as condições de trabalho
nas empresas, estão trabalhando em condições indignas”, acusou Marta de
Freitas. Segundo ela, o Brasil conta com apenas 2.800 auditores fiscais, dos
quais somente 2.000 estão nas ruas - os demais trabalham em atividades
internas, igualmente importantes e necessárias.
País gasta R$ 100 bilhões por ano com acidentes de trabalho
Outro auditor fiscal do trabalho, Ricardo Ferreira Deusdará, os acidentes de trabalho consomem de 3% a 4% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil - cerca de R$ 100 bilhões por ano. “Esse dinheiro poderia ser aplicado em saúde, educação, transporte e habitação para melhorar as condições de vida da população”, disse. Segundo ele, o trauma decorrente “é terrível porque envolve perdas, mutilações e sofrimento psíquico intenso”.
Outro auditor fiscal do trabalho, Ricardo Ferreira Deusdará, os acidentes de trabalho consomem de 3% a 4% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil - cerca de R$ 100 bilhões por ano. “Esse dinheiro poderia ser aplicado em saúde, educação, transporte e habitação para melhorar as condições de vida da população”, disse. Segundo ele, o trauma decorrente “é terrível porque envolve perdas, mutilações e sofrimento psíquico intenso”.
Ricardo Deusdará denunciou ainda que as empresas, de modo geral, se
eximem da obrigação de investir em segurança coletiva, fixando-se apenas nos
equipamentos de proteção individual, os chamados EPIs, como capacetes e
máscaras, que são necessários mas nem sempre resolvem o problema. Muitas
indústrias, segundo ele, trabalham com máquinas e equipamentos obsoletos.
Com informações da ALMG