Os
metalúrgicos de Minas Gerais começaram esta sexta-feira (30), Dia Nacional de
Greves e Paralisações, com uma vigorosa manifestação contra o projeto de Lei
4.330, que amplia a prática da terceirização da mão de obra pelo país, e,
sobretudo, contra a vergonha proposta apresentada pela Fiemg na Campanha
Salarial Unificada 2013 – a data-base da categoria é 1º de outubro.
O
ato público, realizado a partir das 5 horas da manhã, no viaduto que leva à
entrada principal da Fiat Automóveis, sob a BR 381, reuniu lideranças do
Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, Sindicato dos Metalúrgicos de BH/Contagem,
da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Federação
Estadual dos Metalúrgicos (FEM), ligada à Central Única dos Trabalhadores
(CUT), União Nacional dos Estudantes (UNE), União da Juventude Socialista (UJS)
e Federação Interestadual dos Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (FIT
Metal).
“Foi
um protesto pacífico e organizado para repudiar, principalmente, a proposta que
os patrões da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) já nos
fizeram logo de cara neste início da nossa Campanha Salarial, oferecendo um
índice que sequer repõe a inflação do período, além de ameaçar com a
implantação do banco de horas e propor o parcelamento das férias em até três
períodos”, afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, João
Alves de Almeida.
“Além
disso, os metalúrgicos também estão unidos e mobilizados com as centrais
sindicais brasileiras na luta contra a aprovação do Projeto de Lei 4.330, da
terceirização, que, se aprovado, irá precarizar ainda mais as condições de
trabalho nas fábricas”, acrescentou.
Provocação
Na
última segunda-feira (26), no primeiro encontro com os metalúrgicos, a Fiemg
apresentou um pacote em que propõe reajuste de 5,9%, índice que, além de não
repor sequer as perdas que os trabalhadores tiveram nos salários com a
inflação, está bem distante dos 13% de reajuste reivindicados pela categoria.
Além
disso, em contrapartida à reivindicação dos metalúrgicos de um piso salarial de
ingresso de R$ 1.698,00, a Fiemg responde com propostas que preveem um piso
mínino de R$ 830,00 (ou 5,7% de reajuste) até o máximo de R$ 1.128,00 (ou
reajuste de 5,99%).
O
disparate da Fiemg ainda é maior, já que os patrões querem implantar o banco de
horas - com compensação das horas trabalhadas no prazo de um ano; propõem o
parcelamento das férias em até três períodos, nada oferecem de abono e sequer
aceitam discutir a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais.
“A
proposta da Fiemg é uma provocação. Por isso, é hora dos metalúrgicos,
mobilizados dentro das fábricas e unidos aos sindicatos e centrais que conduzem
nossa Campanha Salarial, abraçarem de vez nossas reivindicações para que
possamos chegar a um acordo que valorize o trabalho e o empenho dos
trabalhadores dentro das empresas. Os metalúrgicos merecem respeito”, completa.
A
pauta de reivindicações dos metalúrgicos, composta por 97 cláusulas - que
incluem itens econômicos e sociais - foi entregue aos patrões no dia 31 de
julho pelas principais lideranças sindicais da categoria em Minas, representados
pela FIT Metal, ligada à CTB, FEM/CUT e Federação dos Trabalhadores nas
Indústrias Metalúrgicas de Minas Gerais (Femetal), ligada à Força Sindical.
Ao todo, estão envolvidos nesta campanha cerca de 250 mil metalúrgicos em
todo o estado.
Metalúrgicos
e representantes da Fiemg voltam a se reunir para nova rodada de negociações na
próxima terça-feira (3), às 10 horas, na sede do órgão, em Belo Horizonte.
Fonte: Sindbet.