Os
trabalhadores administrativos da rede municipal de Educação de Ibirité, na
Região Metropolitana de Belo Horizonte, realizarão uma nova assembleia para
avaliar a greve, iniciada na última quarta-feira, 16. A assembleia será na
próxima quarta-feira, 23, em frente à Prefeitura Municipal (Rua Arthur Campos,
906, bairro Alvorada), às 14h.
Professor
da rede municipal de Ibirité, o diretor de Política Educacional da CTB Minas,
Rafael Calado, tem participado do movimento. “É justa a indignação da
categoria, pois escola não funciona somente com professores, diretores e
vice-diretores. Os profissionais administrativos também são educadores e
merecem ser respeitados e valorizados”, disse.
Para
Calado, a tentativa do governo municipal de dividir a categoria é uma
demonstração do descaso e falta de compromisso da prefeitura com o conjunto dos
trabalhadores da rede municipal de Educação, estudantes e a população.
“Em
março, após uma greve, os professores obtiveram 11% de reajuste salarial. Para
os demais profissionais da Educação, após três rodadas de negociações, o
governo municipal não ofereceu nenhum reajuste”, criticou o dirigente da CTB
Minas.
Os
trabalhadores administrativos das escolas de Ibirité reivindicam reajuste
salarial de 22%, conforme o Fundeb, e redução da jornada de trabalho de 37
horas para 30 horas semanais.
Segundo
o Sindicato Único em Educação em Ibirité (Sind-UTE), mais de 300 trabalhadores,
o equivalente a 80% da categoria, e cerca de 25 escolas, aderiram à greve. A
paralisação atinge os auxiliares de secretaria, biblioteca e administrativos;
serventes e secretários escolares.
Sem
cantineiras, em algumas escolas, diretores e vice-diretores estariam servindo
leite com biscoito para os alunos.
Em
protesto contra a intransigência do governo municipal, no dia 16 mais de 150
trabalhadores saíram em passeata pelas principais ruas do centro da cidade e
fizeram uma manifestação em frente à sede da prefeitura.
Confira
a nota divulgada pelo Sind-UTE de Ibirité sobre a greve:
Educação
palavra fácil de ser definida, mas difícil de ser construída. Uma Educação Pública
de qualidade é resultado de um longo processo, que envolve família, comunidade,
Poder Público, trabalhadores e alunos, ou seja, envolve toda a sociedade.
Os
trabalhadores em Educação de Ibirité possuem essa compreensão. Ou seja, no
nosso entendimento para o trabalho ser desempenhado de forma qualificada é
preciso à união de esforços das famílias, funcionários, Poder Público e alunos.
Nós entendemos que o ambiente escolar é coletivo e somente união dessas forças
irá proporcionar um resultado positivo para os filhos de Ibirité.
Infelizmente,
para a prefeitura, educação não se constrói dessa forma. Para eles o trabalho
educacional é feito apenas pelos professores, especialistas e diretores. Ignorando
o importante e fundamental papel desempenhado pelos serventes escolares,
secretários escolares, auxiliares de secretaria escolar, auxiliar de biblioteca
e auxiliares administrativos.
Não
é possível construir uma educação sem esses profissionais, não é possível ver
uma escola funcionar sem esses trabalhadores. Para o Sind-UTE-Ibirité todos
aqueles que trabalham no ambiente escolar contribuem diretamente para a
formação dos alunos e portanto são também educadores e merecem o mesmo respeito
e tratamento que os demais profissionais.
Por
isso convocamos a todos, trabalhadores, comunidade, pais e alunos a defenderem
as reivindicações desse segmento, não contemplado pela
prefeitura
no processo de campanha salarial. Solicitamos o envolvimento de todos para
apontar ao poder público municipal, que educação é resultado da união de
esforços dentro e fora do ambiente escolar.
Não
adianta dividir, pois nossa união vai parar a Educação em Ibirité até nossas
justas reivindicações sejam atendidas.
Por
uma jornada de trabalho justa e de acordo com a realidade das demais redes de
ensino do estado de Minas Gerais. Pela defesa de um salário digno com ganho
real e valorização profissional. Por uma educação inclusiva e coletiva, abaixo
o divisionismo pregado pela prefeitura e em nome da união de esforços para a
construção de uma educação pública e de qualidade.
Nossas reivindicações:
- Redução da jornada de trabalho semanal
para 30 horas (como ocorre nos municípios de Minas Gerais e o na Rede Estadual
de Ensino. Os municípios de Sarzedo e Mário Campos, que se emanciparam há pouco
tempo, aplicam esta jornada de trabalho, por que Ibirité insiste nesta
injustiça com seus servidores?);
- Reajuste salarial já (os auxiliares
administrativos escolares de Ibirité não tiveram nenhum reajuste salarial, nem
sequer o índice inflacionário que é uma obrigação da prefeitura).
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