A
CTB esteve ao lado de entidades e organizações políticas, como o MST, PT, PCdoB,
PSB, Cebrapaz e a CUT, entre outras, no dia 31 de julho, em Brasília, para
entregar ao presidente venezuelano Hugo Chávez, o manifesto de apoio elaborado
pelo Comitê “Brasil está com Chávez”.
O
secretário de Relações Institucionais da CTB, Joílson Cardoso, esteve presente
ao encontro. Para o dirigente, a iniciativa é importante para o fortalecimento
das forças progressistas em toda a América Latina. “Acreditamos que a liderança
exercida por Chávez foi um avanço para a integração do nosso continente e de
nossos povos”, disse.
O
apoio manifestado pelo Comitê se dá em um momento peculiar: a Venezuela acaba
de ingressar oficialmente no Mercosul - razão que trouxe Chávez ao Brasil na semana
passada, ao mesmo tempo em que o país está às vésperas de uma eleição
presidencial.
“A
CTB entende que a reeleição de Chávez é a garantia de que a Venezuela terá uma
continuidade de reformas fundamentais para seu povo”, afirmou Joílson Cardoso,
citando como exemplo fundamental o Código Trabalhista promulgado por Chávez no dia
1º de maio.
Leia
abaixo a íntegra do Manifesto entregue ao presidente venezuelano:
Brasileiros com Hugo
Chávez, por uma América Latina livre e soberana
combatendo as injustiças sociais
Hugo Chávez foi eleito
presidente da Venezuela pela primeira vez em 1999, com votação esmagadora. E
assim contribuiu de maneira clara para que fosse iniciada em toda a América
Latina uma onda de mudanças, em franca oposição às políticas neoliberais que na
época eram aplicadas nos países da região.
Sua chegada à presidência
venezuelana coincidiu, no impulso dessa onda transformadora, com a etapa da
eleição de muitos presidentes democráticos e progressistas em seus respectivos
países, entre eles Luis Inácio Lula da Silva, no Brasil.
A chegada dessa leva de
presidentes foi decisiva para que fosse congelado o projeto de subordinação de
nossas economias aos ditames dos Estados Unidos. Vale recordar a importância de
ter sido barrado o plano de criar a Aliança para o Livre Comércio das Américas (Alca),
conforme desejo dos Estados Unidos, e em seu lugar terem surgido associações
regionais, como a União das Nações da América do Sul (Unasul).
Pela primeira vez, em
muitíssimo tempo a América Latina começou a dialogar consigo mesma, buscando
caminhos próprios e de interesse comum, e não de interesses alheios. Vale
recordar a importância de alguns líderes regionais para que esse avanço
acontecesse - entre eles, e com papel de destaque, Hugo Chávez.
Além do mais, ao longo
desses 13 anos foram iniciadas, na grande maioria dos países latino-americanos,
políticas públicas destinadas a tirar as pessoas da pobreza absoluta, do
analfabetismo, do abandono, e foram criados programas sociais para melhorar
sensivelmente as condições de vida da população.
Passado esse tempo, com a
Venezuela vivendo plenamente seu processo de transformação, voltam a se
confrontar no país - como, aliás, é próprio das democracias - dois projetos
nacionais.
Um deles é uma clara volta
ao nefasto passado de subordinação aos interesses do grande capital global,
ávido por controlar suas riquezas minerais, especialmente o petróleo.
Outro é o da continuidade,
do aperfeiçoamento e do aprofundamento de uma política de integração
continental e da busca de solução para os problemas real dos venezuelanos e dos
latino-americanos.
Não há, na história da Nossa
América, um chefe de governo que tenha se submetido tantas vezes aos desígnios
da população, através de eleições livres, referendas e plebiscitos.
O grande capital global, com
os Estados Unidos à cabeça, tentou de tudo para impedir que Hugo Chávez fosse
submetido apenas à vontade da maioria dos venezuelanos. Para impor seus próprios
interesses, fomentou um golpe de estado, alimentou conflitos com a Colômbia,
estimulou a sabotagem interna.
Agora, o esforço está
concentrado na figura de um político jovem, Henrique Capriles, que se anuncia
como arauto de uma nova época, e promete um governo progressista.
Esse é o mesmo Henrique
Capriles que teve participação ativa no golpe de Estado de abril de 2002, que
mantém vínculos estreitos com as multinacionais ávidas por se apoderar da
terceira maior reserva de petróleo do mundo, é íntimo do grande capital
venezuelano, que conta com a firme articulação dos meios de comunicação mais
retrógrados do continente, especializados em esconder as conquistas do povo da
Venezuela. É clara de toda clareza a diferença entre um projeto e outro.
As eleições presidenciais da
Venezuela têm uma importância que ultrapassa as fronteiras do país: o resultado
poderá ter efeitos em toda a América Latina.
Por isso nós, trabalhadores
da cultura, integrantes de movimentos sociais, de sindicatos, enfim, nós,
brasileiros, dizemos: se fôssemos venezuelanos, votaríamos em Hugo Chávez, para
que dê continuidade ao seu projeto de país, corrija suas deficiências e
continue a empenhar seus melhores esforços em atender as verdadeiras
necessidades e as esperanças mais profundas do seu povo. O Brasil está com Chávez!
Fonte: Portal CTB.
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