Impasse. Esse foi o
resultado da tentativa de conciliação, na tarde do último dia 23, entre o
Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro Minas) e o Centro
Universitário Newton Paiva, no Ministério Público do Trabalho (MPT), em Belo
Horizonte. A reunião foi para discutir a demissão de 90 professores que,
segundo a instituição, foram desligados por causa de uma “reestruturação”, que
inclui “desligamentos e admissões”.
De acordo com a diretora
Sinpro Minas, Maria das Graças de Oliveira, os 90 professores demitidos
correspondem a algo próximo de 17% do quadro da instituição. “Acreditamos que
esse número possa ser ainda maior”. Ela descarta que as demissões seriam fruto
de dificuldade financeira e diz que o centro universitário está pagando em dia
os professores.
A proposta do sindicato foi
de que os professores dispensados fossem reintegrados, o que foi descartado
pelo advogado da instituição, Tarcísio Alberto Giboski. “Seria inviável, a
estruturação está toda montada”, disse ele durante a mediação. Outra proposta
feita pelo Sinpro Minas, também descartada, foi de se fazer uma compensação
financeira aos demitidos, antes da homologação.
Maria das Graças afirmou que
a reunião foi frustrante. “A instituição não trouxe nenhuma proposta. Eles querem
que façamos a homologação das demissões para depois conversar. Isto não existe”.
A vice-presidente do
Sinpro-MG, Valéria Morato, não descartou a possibilidade de uma ação judicial
com pedido de reintegração dos professores e disse que o sindicato vai procurar
conversar com o Sindicato dos Auxiliares de Administração de Ensino, que conta
com cerca de 40 trabalhadores demitidos, para agirem juntos.
Ontem, a procuradora do
Trabalho Ana Cláudia Nascimento Gomes deu início a uma representação, que pode
ou não virar denúncia.
Nova venda
Já há rumores de que as
mudanças podem resultar numa possível venda da Newton Paiva, que hoje é
controlada pelo grupo Splice. “Eles estariam arrumando a casa para poder
vendê-la”, disse um ex-professor da instituição que preferiu não ser
identificado. Outros professores disseram o mesmo. A reportagem não conseguiu
confirmar os boatos com a instituição.
Uma ex-professora da Newton
com mais de dez anos de casa, que preferiu não ter o nome revelado, disse que o
período de demissão, que foi no final de semestre de 2012, não permitiu sua
recolocação no mercado.
“Agora, só por volta de maio
para participar das seleções”, lamenta. “A minha sorte é que tenho outro
trabalho”.
Fonte: O Tempo Online.
Nenhum comentário:
Postar um comentário