Cerca de 50 trabalhadores da
construção civil foram encontrados em alojamentos precários na cidade de Nova
Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), em fiscalização feita
no dia 4 de fevereiro. A atuação conjunta do Ministério Público do Trabalho
(MPT) e da fiscalização do trabalho resultou no resgate dos trabalhadores e
posterior assinatura de termo de ajustamento de conduta.
Eles foram recrutados na
Bahia, Sergipe e no interior de Minas para trabalhar na Línea Obras e
Construções Ltda., muitos sem contrato de trabalho firmado antes do
deslocamento. “Este é um dos requisitos que configura o aliciamento, pois a
contratação deve ser feita na cidade de origem, sendo explicitado em carteira o
valor do salário, entre outras garantias”, ressalta a procuradora que atuou no
caso, Maria Helena Guthier.
Caracterizada a condição
degradante a que estavam submetidos, a fiscalização do trabalho determinou que
os trabalhadores fossem alojados em hotéis para aguardarem a solução do caso.
Na sexta-feira, 8, a
construtora assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) se comprometendo a
regularizar a situação do grupo, a mudar sua conduta em futuras contratações e
a manter alojamentos em conformidade com a legislação.
O TAC estabelece que os
trabalhadores integrantes do grupo flagrado durante a fiscalização terão seus
contratos de trabalho firmados a partir do dia do embarque em suas cidades de
origem. Todos receberão na data da rescisão ou até o final de fevereiro, um
acréscimo de 30% no valor total das verbas rescisórias, a título de dano moral.
Também está assegurado o pagamento com transporte de retorno e reembolso da
passagem de vinda.
A fiscalização do trabalho
estima que um total de 48 empregados, incluindo os que estavam no alojamento e
outros que já haviam saído, serão beneficiados pelos resultados da ação. A SRTE
vai acompanhar o acerto de contas dos trabalhadores, que deve ocorrer ainda
nesta semana.
Quem optar por voltar para
casa vai receber imediatamente os créditos a que tem direitos mais a multa por
dano moral. Os que optarem por ficar vão receber o valor da multa no final de
fevereiro e ter seus contratos de trabalho regularizados.
No MPT, a investigação foi
concluída com a assinatura do TAC, pelo qual a empresa se compromete a adequar
sua conduta, podendo ser fiscalizada a qualquer momento e multada, caso
descumpra alguma das cláusulas do TAC.
Fonte: Ministério Público do Trabalho em Minas
Gerais.
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