A secretária de Promoção da
Igualdade Racial da CTB, Mônica Custódio, entende que o 13 de Maio é uma data
que deve ser comemorada em todo o país, mas também defende uma reflexão a
respeito do que o fim da escravidão representou para o Brasil, quais suas
limitações e como a desigualdade deve continuar sendo combatida por todos
aqueles que lutam por uma nação mais justa.
A data entrou para a
história do país por conta da promulgação da chamada “Lei Áurea”, no ano de
1888, marco do processo de abolição da escravatura do Brasil, iniciado em 1850
com a Lei Eusébio de Queirós, seguida pela Lei do Ventre Livre de 1871 e pela Lei
dos Sexagenários, de 1885.
O Brasil foi o último país
independente na América a abolir o regime escravagista. Para Mônica Custódio,
os índices sociais da atualidade e a realidade que cerca todos os brasileiros
comprovam que as chagas daquele regime ainda estão longe de ser completamente
extintas. A dirigente cetebista entende que a base para que esse cenário possa
ser alterado é a educação.
“A questão de educação é
pontual e histórica, pois foi negada desde a Lei do Ventre Livre. A classe
dominante não admite, mas quando o negro tem oportunidade ele responde à
altura. As cotas são um exemplo fundamental de política de Estado que age nesse
sentido”, afirma.
Emprego e dignidade
Mônica Custódio associa
também a questão do trabalho à dignidade humana, ao destacar que,
historicamente, os negros não tiveram acesso às mesmas oportunidades que os
demais brasileiros. “Ao longo dos tempos o povo negro tem buscado sua ascensão
pela educação, como maneira de conquistar sua oportunidade, mas esse direito
está longe de ser consagrado na prática”, afirma.
“A luta antirracista deve
lutar para promover a igualdade racial, com base em políticas afirmativas
principalmente no mercado de trabalho e na educação”, complementa.
Convenções 100 e 111 da OIT
Para a dirigente da CTB, é
fundamental também nesta data atualizar a mobilização do movimento sindical
para a real incorporação de duas Convenções fundamentais da Organização Internacional
do Trabalho (OIT): a de número 100 (sobre igualdade de remuneração de homens e
mulheres por trabalho de igual valor, adotada em 1951 e ratificada em 1957) e a
111 (sobre discriminação em matéria de emprego e ocupação, adotada em 1958, e
ratificada em 1965).
“Precisamos mudar tal
cenário. Lutar pela democracia é lutar pela igualdade de oportunidades. Temos
que buscar a sensibilidade, a solidariedade e a mobilização entre as centrais e
o movimento social, para finalmente darmos os primeiros passos em direção à
emancipação da classe trabalhadora”, sustenta.
Fonte: Portal CTB.
Nenhum comentário:
Postar um comentário