Páginas

16 de mai. de 2013

Seminário de Cipeiros promovido pelo Sindbet mostrou que prevenir acidentes e doenças do trabalho é responsabilidade de todos


Cerca de 200 pessoas participaram do “Seminário de Cipeiros 2013: Prevenção, a responsabilidade é de todos”, realizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região, por meio do seu Departamento de Saúde do Trabalhador, no último dia 15, no Sesi-Betim.
O evento contou com a presença de trabalhadores de base, especialmente membros de CIPA, e representantes da Justiça do Trabalho, Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho e Emprego, INSS, Vigilância Sanitária, que se revezaram em palestras durante todo o dia.
“Foi um seminário muito produtivo, pois, além de fortalecer o Sindicato e aos trabalhadores, apontou saídas.  Tivemos a oportunidade de ouvir as três esferas de governo, ou seja, um juiz e um auditor fiscal do Ministério do Trabalho, um perito do INSS, além da Vigilância Sanitária de Betim. Ao promover este evento, o Sindicato assume a sua responsabilidade e preocupação com o trabalho desempenhado pelas CIPAs e, consequentemente, com a saúde e segurança dos trabalhadores da base”, avaliou o diretor de Saúde do Sindicato, Rogério Djalma de Oliveira.
Desgaste físico e psíquico
Coube ao técnico de Segurança do Trabalho do Sindicato, Diego Domingos, a primeira palestra do seminário, que teve como tema “Os acidentes e adoecimentos entre os metalúrgicos da base de Betim e Região, em Minas Gerais e no Brasil; as preocupações do Sindicato com o tema e o papel do Departamento de Saúde neste contexto”.
Em sua intervenção, além de apresentar números relativos aos acidentes de trabalho e doenças profissionais que constam do banco de dados do Sindicato, particularmente em relação ao setor metalúrgico, Domingos disse que as novas formas de gestão e organização do trabalho têm sido responsáveis por uma situação de gravidade entre os trabalhadores, que ficam submetidos a maior exigências de produtividade, ritmo acelerado de tarefas, precarização das relações de trabalho e um aumento do desgaste físico e psíquico do trabalhador. “Além disso, tem sido prática comum em algumas empresas manipular e “capturar” a subjetividade do trabalhador, ou seja, tentam ganhar seu consentimento para impor as novas formas de gestão do trabalho”, afirmou.
Já Apoena Gomes, médico perito do INSS, discorreu sobre o papel da Previdência Social em relação aos acidentes e adoecimentos no trabalho e tratou das chamadas “ações regressivas” movidas pelo INSS contra os empregados, que visam ao ressarcimento dos pagamentos de benefícios acidentários às vítimas ou seus dependentes.
Como representante do Ministério Público do Trabalho da Terceira Região, o procurado Antonio Oliveira Pereira fez uma palestra meramente técnica, em que tratou dos chamados direitos e interesses relacionados ao meio ambiente, higiene, saúde e segurança dos trabalhadores. Oliveira também traçou um painel sobre a função do Ministério Público do Trabalho quando se trata dos acidentes e doenças profissionais.
Para fazer perguntas e esclarecer dúvidas, os participantes do seminário tiveram a oportunidade de participar de um debate com os palestrantes.
Palestras da tarde
No período da tarde, as atividades tiveram continuidade com a palestra de Magna Helena Reis, gerente de estabelecimento de saúde na Vigilância Sanitária em Betim.
Em sua intervenção, a palestrante discorreu sobre o funcionamento e a função do órgão e forneceu exemplos práticos de como a Vigilância Sanitária atua na prevenção de acidentes de trabalho e na preservação da saúde e segurança dos trabalhadores.
O segundo palestrante da tarde foi Ricardo Ferreira Deusdará, auditor fiscal da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego e Minas Gerais (SRTE-MG), a quem coube a tarefa de falar sobre as várias normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) que regulam as ações de prevenção relativas à saúde e segurança dos trabalhadores. Deusdará também falou sobre a função do órgão quando se trata das ações de fiscalização nas empresas.
O auditor fiscal elogiou a iniciativa do Sindicato. “A realização de eventos como este contribui para a educação do trabalhador, para que ele tenha mais conhecimento sobre as atividades que desempenha no chão de fábrica. À medida em que adquire maior conhecimento, certamente ele tem condições de se proteger de acidentes e de doenças”, ressaltou.
O seminário foi encerrado com a participação do juiz federal do trabalho Maurílio Brasil, titular da 6ª Vara do Trabalho de Betim, que falou sobre os direitos e deveres dos cipeiros (mantado coletivo), a estabilidade garantia por lei aos cipeiros, para o exercício de sua função, e as responsabilidades dos empregados quando da ocorrência de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho.
Em seu terceiro mandato na CIPA da Fiat Automóveis, o metalúrgico Valtuir do Prado Maia considerou o seminário muito organizado e os palestrantes, ótimos. “Valeu a pena participar. Eventos como este são de suma importância, tanto para a gente que já tem experiência quanto para os cipeiros que estão participando da Comissão pela primeira vez, pois muitos ainda não compreenderam o que é ser um cipeiro e, infelizmente, vêem a Cipa como uma possibilidade de estabilidade no emprego”, disse.
Já a metalúrgica Girlene do Carmo Vieira Silva, que exerce seu segundo mandato na CIPA da Mecatron Industrial avaliou o Seminário como “muito bom”, porque esclareceu muitas dúvidas que eu tinha. “Aqui, tive a liberdade de perguntar e esclarecer várias questões. Espero que o Sindicato realize outras atividades como esta, pois, além de unir e fortalecer a categoria, permite a troca de experiências”.
Ao final do evento, todos os participantes receberam um certificado do Departamento de Saúde do Sindicato.
Fonte: Sindbet.

Nenhum comentário:

Postar um comentário