A Comissão de Assuntos
Sociais (CAS) do Senado aprovou, nesta quarta-feira (15), proposta do senador
Inácio Arruda (PCdoB-CE) ao projeto de lei que promove igualdade de gênero no
ambiente de trabalho. A proposta prevê medidas que asseguram à mulher iguais
condições de acesso, permanência e remuneração nas relações de trabalho, tanto
no meio urbano como no rural.
“Nós elaboramos esse projeto
ouvindo as secretarias das mulheres de todas as centrais sindicais, para
garantir que suas reivindicações fossem atendidas”, informou o senador Inácio
Arruda.
Pelo texto, as
especificidades inerentes à condição feminina não justificarão tratamento
diferente no trabalho. Práticas discriminatórias contra a mulher darão direito
à indenização em favor da vítima, sem prejuízo da ação penal cabível.
Em seu parecer, a relatora
do projeto, senadora Ana Amélia (PP-RS), ressaltou que a discriminação impede a
mulher de alcançar o mesmo sucesso profissional que o homem. “A discriminação
dificulta a participação da mulher, nas mesmas condições que o homem, na vida
política, social, econômica e cultural, além de restringir o pleno
desenvolvimento das suas potencialidades para exercer seus direitos
fundamentais, prestar serviços a seu país e à humanidade”, observou a senadora.
O projeto inclui na
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) as práticas consideradas
discriminatórias contra a mulher, ficando vedado o pagamento de remuneração
menor que a paga a trabalhador do sexo masculino quando a mulher desenvolve a
mesma função ou atividade; o adiamento de ocupação de cargos e funções,
promoção e dispensa com concorrente do sexo masculino; e o controle de condutas
que impeçam a participação da mulher no ambiente de trabalho em igualdade de
condições.
As políticas e ações
afirmativas a serem instituídas devem observar o compartilhamento equânime das
responsabilidades, a conciliação entre vida pessoal, familiar e laboral para
evitar tensões e permitir igualdade de oportunidade.
Dificuldades de aprovação
Durante a reunião do CAS, o
senador Paulo Paim (PT-RS) ressaltou a dificuldade de aprovar projetos de lei
que beneficiam a mulher, apesar do discurso de todos em defesa de melhores
condições para elas. O senador considera “o mínimo” aprovar uma lei que garante
igualdade de condições entre trabalhadores.
A senadora Ângela Portela
(PT-RR) informou que, de acordo com dados de 2010 divulgados pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em média, a mulher recebe cerca
de 30% a menos que o homem para desempenhar a mesma função e nas mesmas
condições. A senadora se propôs a relatar a matéria quando for encaminhada à
Comissão de Direitos Humanos (CDH).
O presidente da CAS, senador
Waldemir Moka (PMDB-MS), disse que as mulheres são "dedicadas, atenciosas
e capacitadas" e, em sua opinião, os parlamentares precisam assumir a
responsabilidade de aprovar o projeto. O senador classificou como “um absurdo”
o fato de ainda existir discriminação às mulheres no ambiente de trabalho.
Agora, a proposta será
encaminhada à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e, posteriormente, em
decisão terminativa, à Comissão de Direitos Humanos (CDH).
Fonte: Portal Vermelho.
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