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22 de jul. de 2013

Após manifestações, centrais entregam pauta de reivindicações ao governo estadual

As centrais sindicais CTB, CUT, NCST, Força, UGT e CSP-Conlutas foram recebidas pelo governador de Minas, Antonio Anastasia, no último dia 18, Cidade Administrativa, em Belo Horizonte. Na audiência, as centrais entregaram ao governo a pauta de reivindicações dos trabalhadores e pediram agilidade do governo no atendimento das demandas de responsabilidade do Estado – no dia 11, as centrais já haviam entregue a pauta ao presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Diniz Pinheiro (PSDB).
Segundo o presidente da CTB Minas, Marcelino da Rocha, na reunião foram debatidos temas referentes a questões salariais, como a criação de um salário mínimo regional, melhorias no transporte público e o fim da terceirização dos serviços públicos.
“Diversos estados brasileiros, como São Paulo e Rio de Janeiro, já adotaram o piso salarial regional. Um projeto de lei que trata da ampliação do mínimo no Estado tramita na Assembleia há mais de dois anos, mas ainda não conseguiu andar. A proposta, de autoria do deputado Celinho do Sinttrocel (PCdoB), prevê que os proventos podem variar de R$ 710,00 a R$ 1.160,00, de acordo com a ocupação do trabalhador”, disse.
Com relação ao transporte público, Marcelino disse que o problema não é só a redução da passagem. “O transporte que temos hoje é de péssima qualidade, totalmente privatizado, ou seja, sem transporte público de fato. Para o transporte melhorar, é preciso que os Estados e as prefeituras assumam essa responsabilidade”, afirmou o dirigente da CTB.
Dia de lutas
O encontro com o governo de Minas aconteceu uma semana após o Dia Nacional de Lutas, 11 de julho, em que mais de um milhão de pessoas atenderam à convocação das centrais e ocuparam as ruas de centenas de cidades em todo o País em defesa da pauta de reivindicações da classe trabalhadora.
Em Minas Gerais, a CTB Minas participou de manifestações em cidades-pólo de diversas regiões do Estado, como Norte, Sul, Triângulo, Zona da Mata e Noroeste.
Belo Horizonte
Em Belo Horizonte, a manifestação teve início por volta das 9h, na Praça Sete, no coração da cidade, com a realização de um ato público que contou com a participação das centrais, dezenas de sindicatos e centenas de trabalhadores.
Em seguida, já com milhares de participantes, os manifestantes seguiram em passeata pela avenida Afonso Pena até a sede da Prefeitura Municipal, onde um grupo de lideranças tentou entregar a pauta de reivindicações dos movimentos sindicais e sociais ao prefeito Marcio Lacerda (PSB), sem sucesso.
A passeata continuou pelas ruas da cidade até a sede do Banco Central, no bairro Santo Agostinho. Na porta do BC, mais lideranças fizeram pronunciamentos, cobrando, por exemplo, a redução das altas taxas de juros. No local, os professores da rede estadual de ensino se juntaram à manifestação e rumaram para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a poucos metros de distância.
Na Assembleia, os manifestantes cobraram dos deputados o atendimento das reivindicações constantes na pauta entregue mais cedo ao presidente da Casa.
Dispostos a permanecer nas ruas da cidade durante todo o dia, os sindicalistas e trabalhadores seguiram até a sede da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). No ato público realizado em frente à companhia, as lideranças denunciaram as más condições de trabalho a que são submetidos seus empregados e pediram a redução da taxa de energia cobrada pela empresa, considerada uma das mais altas do Brasil.
A passeata prosseguiu até o viaduto Castelo Branco, que liga a área central à região Noroeste da cidade. Em mais uma parada, os manifestantes “rebatizaram” o elevado com o nome de Helena Grecco, primeira mulher vereadora de Belo Horizonte, falecida em 2011, reconhecida como uma das maiores defensoras dos direitos humanos e da cidadania.
Após cerca de oito quilômetros de caminhada, a manifestação foi encerrada no final no final do dia com um grande protesto em frente à filial da TV Globo, localizada no bairro Caiçara.
Contagem
Em Contagem, na Regição Metropolitana, uma grande manifestação foi realizada ainda madrugada, com a interdição da Avenida Cadeal Eugênio Pacelli, que liga a Avenida Avenida Amazonas, em Belo Horizonte, à BR 381. A manifestação, que interrompeu o trânsito por cerca de 3 horas, foi realizada por trabalhadores e dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região.
Após o protesto, que contou com a participação do presidente da CTB Minas, Marcelino da Rocha, e dos dirigentes da entidade José Antônio de Lacerda - “Jota”, Gelson Alves e Romney Mesquita, os manifestantes seguiram para a capital, onde se juntaram aos manifestantes que se encontravam na Praça Sete.
Governador Valadares
Em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, o 11 de julho reuniu dezenas de entidades, como a CTB, CUT, Conlutas, MST, Sinsem-GV, Sind-UTE, Sinpro Minas, SAAE-MG, STR, União Operária, Sindicato dos Gráficos, MPA, Sindec, Pastoral da Juventude, Educafro, Centro Agroecológico Tamanduá (CAT), entre outras.
Logo no início da manhã, a BR 116 foi bloqueada. À tarde, houve uma grande passeata pelas ruas centrais da cidade, com a participação de centenas de trabalhadores das mais diversas categorias, dentre eles muitos servidores públicos municipais, que atenderam à convocação do Sinsem-GV, entidade filiada à CTB.
Foram realizadas paradas em frente ao Hospital Municipal, à Secretaria Municipal de Educação, Superintendência Estadual de Ensino e, por fim, na  sede da Prefeitura Municipal, onde foi realizado um grande ato público em apoio aos jovens do movimento “Vem pra rua GV”, que estavam acampados em frente à Câmara Municipal.
Durante as manifestações em Valadares, as entidades reivindicaram o fim do Fator Previdenciário; redução da jornada de trabalho para 40 horas; melhorias no transporte público; reforma agrária e apoio ao pequeno produtor; fim das demissões imotivadas; mais recursos para a Educação, Saúde, transporte e segurança; reajuste das aposentadorias; aumento geral de salários; realização de auditorias nas grandes obras públicas; combate ao projeto de lei que permite a ampliação da terceirização; redução de impostos, entre outras.
Além das pautas nacionais, o Sinsem-GV também apresentou bandeiras de lutas específicas dos servidores municipais, como o retorno do pagamento para o dia 1º de cada mês; criação de plano de carreira; aumento do piso salarial; respeito à jornada de trabalho; reajuste salarial digno e atendimento às demais reivindicações da pauta da categoria.
Para o presidente do Sinsem-GV, José Carlos Maia, o Dia Nacional de Lutas em Valadares será lembrado como mais um “belíssimo capítulo, que ficará na história sindical de nossa cidade”. “Todos os direitos que conquistamos até hoje foram possíveis por meio de paralisações e manifestações. Como um sindicato classista e de luta, não poderíamos ficar de fora desse grande dia de lutas e manifestações”, ressaltou.
Poços de Caldas
Em Poços de Caldas, no Sudoeste do Estado, a manifestação contou com a participação de mais de 300 pessoas, militantes dos movimentos sindical, estudantil e sociais da cidade. A passeata, que saiu da Praça do Museu, por volta das 18h, passou pela Avenida João Pinheiro e ruas Junqueiras, Assis Figueiredo, Alagoas, Barros Cobra e Rio Grande do Sul e terminou no Terminal de Linhas Urbanas, onde houve o bloqueio da entrada e saída dos ônibus.
Além da CTB, foi registrada a participação de entidades como a CUT, UNE, Sinpro Minas, Metabase, Sind-UTE, Sindserv, Sitial, Educafro, Chico Rei, Umes, DCE da PUC, DCE da Unifal, Corrente Cultural, Juventude Católica, Associação dos Portadores de Doença Adquirida no Trabalho, Adefip, UJS, MAPL, Sinfrejupe, Credhep, MSR e AAH.
A presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Poços de Caldas (Sindserv), Marieta Carneiro dos Santos, ressaltou a importância de se realizar um movimento com a participação de diferentes organizações. “Nos últimos anos, temos percebido um fracionamento das classes trabalhadoras. Estamos tentando unir as várias representações sindicais, junto com as ações populares, para resgatar a força que o trabalhador tem na sociedade”.
Além das reivindicações da pauta nacional, em Poços de Caldas os manifestantes cobraram o passe livre para os idosos, que, no município, é concedido apenas a partir de 65 anos.
Juiz de Fora
Metalúrgicos, bancários, professores, servidores federais, trabalhadores da construção civil, indústria têxtil, correios, dentre outras categorias, aderiram em grande número às manifestações do Dia de Lutas em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. Além de interromper suas atividades, os trabalhadores realizaram um ato público no Parque Halfeld, às 14h30.
Na cidade, o dia também foi marcado pela realização de audiência pública na Câmara Municipal, que reuniu vereadores, especialistas em trânsito, profissionais da prefeitura, manifestantes do movimento “Junta Brasil” e representantes de diversas entidades.
A audiência, que discutiu a qualidade e o preço da tarifa de ônibus na cidade, foi acompanhada pelos trabalhadores e lideranças sindicais e dos movimentos sociais reunidos no Parque Halfeld por meio de telão um telão e de um sistema de som instalado pela Câmara. Após a audiência, foi realizada uma passeata pelas ruas da região central da cidade.
No dia anterior, representantes das centrais sindicais e sindicatos participantes do movimento concederam uma entrevista coletiva à imprensa, na sede do Sinpro-JF, na qual apresentaram a pauta de reivindicações e prestaram esclarecimentos sobre as manifestações e paralisações. Participaram da coletiva representantes da CTB, CUT, CSP-Conlutas, entre ouras entidades.
Além das reivindicações comuns a todas as manifestações realizadas no País, em Juiz de Fora foram levadas às ruas discussões locais e pautas específicas de cada classe trabalhadora. As principais exigências dos manifestantes foram a redução imediata da tarifa do transporte público; melhorias no Departamento de Saúde do Trabalhador (DSAT) da cidade, que se encontra sucateado.
As centrais também criticaram a transferência da administração do futuro Hospital Regional da Zona da Mata para obras sociais, iniciativa considerada como “privatização” da saúde; e pediram o fim das terceirizações, que afetam principalmente aos trabalhadores de categorias como metalúrgicos, bancários e servidores públicos. Também cobraram o cumprimento do piso salarial da classe aos professores municipais e estaduais, que não tem sido respeitado pela prefeitura e nem pelo governo estadual.
Montes Claros
Intensas mobilizações, que culminaram no Dia de Lutas, foram realizadas em Montes Claros, na região Norte de Minas, como a interdição da MG-402, por melhores condições da estrada que liga Urucuia a Pintópolis.
Também houve a ocupação da Codevasf, que contou com a participação dos movimentos de luta do campo.
Já os servidores públicos municipais ocuparam a prefeitura de Montes Claros. A Inter TV Grande Minas, afiliada da TV Globo, também foi alvo dos protestos de militantes do movimento social, que exigiram a democratização da mídia.
Uma grande passeata também tomou as ruas de Montes Claros com militantes da CTB, UJS, Sinpro Minas, Sinttel, Sindicato dos Vigilantes, MST, MAB, Levante Popular da Juventude, partidos de esquerda, movimento “Ocupa a Câmara”, entre outros, demonstrando a força da unidade popular.
Fonte: CTB Minas.


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