Segundo o presidente da CTB
Minas, Marcelino da Rocha, na reunião foram debatidos temas referentes a
questões salariais, como a criação de um salário mínimo regional, melhorias no
transporte público e o fim da terceirização dos serviços públicos.
“Diversos estados
brasileiros, como São Paulo e Rio de Janeiro, já adotaram o piso salarial
regional. Um projeto de lei que trata da ampliação do mínimo no Estado tramita
na Assembleia há mais de dois anos, mas ainda não conseguiu andar. A proposta,
de autoria do deputado Celinho do Sinttrocel (PCdoB), prevê que os proventos
podem variar de R$ 710,00 a
R$ 1.160,00, de acordo com a ocupação do trabalhador”, disse.
Com relação ao transporte
público, Marcelino disse que o problema não é só a redução da passagem. “O transporte
que temos hoje é de péssima qualidade, totalmente privatizado, ou seja, sem
transporte público de fato. Para o transporte melhorar, é preciso que os
Estados e as prefeituras assumam essa responsabilidade”, afirmou o dirigente da
CTB.
Dia de lutas
O encontro com o governo de
Minas aconteceu uma semana após o Dia Nacional de Lutas, 11 de julho, em que
mais de um milhão de pessoas atenderam à convocação das centrais e ocuparam as
ruas de centenas de cidades em todo o País em defesa da pauta de reivindicações
da classe trabalhadora.
Em Minas Gerais, a CTB Minas
participou de manifestações em cidades-pólo de diversas regiões do Estado, como
Norte, Sul, Triângulo, Zona da Mata e Noroeste.
Belo Horizonte
Em Belo Horizonte, a
manifestação teve início por volta das 9h, na Praça Sete, no coração da cidade,
com a realização de um ato público que contou com a participação das centrais,
dezenas de sindicatos e centenas de trabalhadores.
Em seguida, já com milhares
de participantes, os manifestantes seguiram em passeata pela avenida Afonso
Pena até a sede da Prefeitura Municipal, onde um grupo de lideranças tentou
entregar a pauta de reivindicações dos movimentos sindicais e sociais ao
prefeito Marcio Lacerda (PSB), sem sucesso.
A passeata continuou pelas
ruas da cidade até a sede do Banco Central, no bairro Santo Agostinho. Na porta
do BC, mais lideranças fizeram pronunciamentos, cobrando, por exemplo, a
redução das altas taxas de juros. No local, os professores da rede estadual de
ensino se juntaram à manifestação e rumaram para a Assembleia Legislativa de
Minas Gerais (ALMG), a poucos metros de distância.
Na Assembleia, os
manifestantes cobraram dos deputados o atendimento das reivindicações constantes
na pauta entregue mais cedo ao presidente da Casa.
Dispostos a permanecer nas
ruas da cidade durante todo o dia, os sindicalistas e trabalhadores seguiram
até a sede da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). No ato público
realizado em frente à companhia, as lideranças denunciaram as más condições de
trabalho a que são submetidos seus empregados e pediram a redução da taxa de
energia cobrada pela empresa, considerada uma das mais altas do Brasil.
A passeata prosseguiu até o
viaduto Castelo Branco, que liga a área central à região Noroeste da cidade. Em
mais uma parada, os manifestantes “rebatizaram” o elevado com o nome de Helena
Grecco, primeira mulher vereadora de Belo Horizonte, falecida em 2011,
reconhecida como uma das maiores defensoras dos direitos humanos e da
cidadania.
Após cerca de oito
quilômetros de caminhada, a manifestação foi encerrada no final no final do dia
com um grande protesto em frente à filial da TV Globo, localizada no bairro
Caiçara.
Contagem
Em Contagem, na Regição
Metropolitana, uma grande manifestação foi realizada ainda madrugada, com a interdição
da Avenida Cadeal Eugênio Pacelli, que liga a Avenida Avenida Amazonas, em Belo
Horizonte, à BR 381. A
manifestação, que interrompeu o trânsito por cerca de 3 horas, foi realizada
por trabalhadores e dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região.
Após o protesto, que contou
com a participação do presidente da CTB Minas, Marcelino da Rocha, e dos
dirigentes da entidade José Antônio de Lacerda - “Jota”, Gelson Alves e Romney Mesquita,
os manifestantes seguiram para a capital, onde se juntaram aos manifestantes
que se encontravam na Praça Sete.
Governador Valadares
Em Governador Valadares, no
Vale do Rio Doce, o 11 de julho reuniu dezenas de entidades, como a CTB, CUT,
Conlutas, MST, Sinsem-GV, Sind-UTE, Sinpro Minas, SAAE-MG, STR, União Operária,
Sindicato dos Gráficos, MPA, Sindec, Pastoral da Juventude, Educafro, Centro
Agroecológico Tamanduá (CAT), entre outras.
Logo no início da manhã, a
BR 116 foi bloqueada. À tarde, houve uma grande passeata pelas ruas centrais da
cidade, com a participação de centenas de trabalhadores das mais diversas
categorias, dentre eles muitos servidores públicos municipais, que atenderam à
convocação do Sinsem-GV, entidade filiada à CTB.
Foram realizadas paradas em frente
ao Hospital Municipal, à Secretaria Municipal de Educação, Superintendência Estadual
de Ensino e, por fim, na sede da Prefeitura
Municipal, onde foi realizado um grande ato público em apoio aos jovens do
movimento “Vem pra rua GV”, que estavam acampados em frente à Câmara Municipal.
Durante as manifestações em
Valadares, as entidades reivindicaram o fim do Fator Previdenciário; redução da
jornada de trabalho para 40 horas; melhorias no transporte público; reforma
agrária e apoio ao pequeno produtor; fim das demissões imotivadas; mais
recursos para a Educação, Saúde, transporte e segurança; reajuste das
aposentadorias; aumento geral de salários; realização de auditorias nas grandes
obras públicas; combate ao projeto de lei que permite a ampliação da terceirização;
redução de impostos, entre outras.
Além das pautas
nacionais, o Sinsem-GV também apresentou bandeiras de lutas específicas
dos servidores municipais, como o retorno do pagamento para o dia 1º de cada
mês; criação de plano de carreira; aumento do piso salarial; respeito à jornada
de trabalho; reajuste salarial digno e atendimento às demais reivindicações da
pauta da categoria.
Para o presidente do
Sinsem-GV, José Carlos Maia, o Dia Nacional de Lutas em Valadares será lembrado
como mais um “belíssimo capítulo, que ficará na história sindical de nossa
cidade”. “Todos os direitos que conquistamos até hoje foram possíveis por meio
de paralisações e manifestações. Como um sindicato classista e de luta, não
poderíamos ficar de fora desse grande dia de lutas e manifestações”, ressaltou.
Poços de Caldas
Em Poços de Caldas, no Sudoeste
do Estado, a manifestação contou com a participação de mais de 300 pessoas,
militantes dos movimentos sindical, estudantil e sociais da cidade. A passeata,
que saiu da Praça do Museu, por volta das 18h, passou pela Avenida João
Pinheiro e ruas Junqueiras, Assis Figueiredo, Alagoas, Barros Cobra e Rio
Grande do Sul e terminou no Terminal de Linhas Urbanas, onde houve o bloqueio
da entrada e saída dos ônibus.
Além da CTB, foi registrada
a participação de entidades como a CUT, UNE, Sinpro Minas, Metabase, Sind-UTE,
Sindserv, Sitial, Educafro, Chico Rei, Umes, DCE da PUC, DCE da Unifal,
Corrente Cultural, Juventude Católica, Associação dos Portadores de Doença
Adquirida no Trabalho, Adefip, UJS, MAPL, Sinfrejupe, Credhep, MSR e AAH.
A presidente do Sindicato
dos Servidores Municipais de Poços de Caldas (Sindserv), Marieta Carneiro dos
Santos, ressaltou a importância de se realizar um movimento com a participação
de diferentes organizações. “Nos últimos anos, temos percebido um fracionamento
das classes trabalhadoras. Estamos tentando unir as várias representações
sindicais, junto com as ações populares, para resgatar a força que o
trabalhador tem na sociedade”.
Além das reivindicações da
pauta nacional, em Poços de Caldas os manifestantes cobraram o passe livre para
os idosos, que, no município, é concedido apenas a partir de 65 anos.
Juiz de Fora
Metalúrgicos, bancários,
professores, servidores federais, trabalhadores da construção civil, indústria
têxtil, correios, dentre outras categorias, aderiram em grande número às
manifestações do Dia de Lutas em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. Além de
interromper suas atividades, os trabalhadores realizaram um ato público no
Parque Halfeld, às 14h30.
Na cidade, o dia também foi marcado
pela realização de audiência pública na Câmara Municipal, que reuniu vereadores,
especialistas em trânsito, profissionais da prefeitura, manifestantes do
movimento “Junta Brasil” e representantes de diversas entidades.
A audiência, que discutiu a
qualidade e o preço da tarifa de ônibus na cidade, foi acompanhada pelos
trabalhadores e lideranças sindicais e dos movimentos sociais reunidos no
Parque Halfeld por meio de telão um telão e de um sistema de som instalado pela
Câmara. Após a audiência, foi realizada uma passeata pelas ruas da região
central da cidade.
No dia anterior, representantes
das centrais sindicais e sindicatos participantes do movimento concederam uma
entrevista coletiva à imprensa, na sede do Sinpro-JF, na qual apresentaram a
pauta de reivindicações e prestaram esclarecimentos sobre as manifestações e
paralisações. Participaram da coletiva representantes da CTB, CUT, CSP-Conlutas,
entre ouras entidades.
Além das reivindicações
comuns a todas as manifestações realizadas no País, em Juiz de Fora foram
levadas às ruas discussões locais e pautas específicas de cada classe
trabalhadora. As principais exigências dos manifestantes foram a redução
imediata da tarifa do transporte público; melhorias no Departamento de Saúde do
Trabalhador (DSAT) da cidade, que se encontra sucateado.
As centrais também
criticaram a transferência da administração do futuro Hospital Regional da Zona
da Mata para obras sociais, iniciativa considerada como “privatização” da
saúde; e pediram o fim das terceirizações, que afetam principalmente aos
trabalhadores de categorias como metalúrgicos, bancários e servidores públicos.
Também cobraram o cumprimento do piso salarial da classe aos professores
municipais e estaduais, que não tem sido respeitado pela prefeitura e nem pelo
governo estadual.
Montes Claros
Intensas
mobilizações, que culminaram no Dia de Lutas, foram realizadas em Montes
Claros, na região Norte de Minas, como a interdição da MG-402, por melhores
condições da estrada que liga Urucuia a Pintópolis.
Também houve a ocupação da Codevasf, que contou com a participação dos movimentos de luta do campo.
Também houve a ocupação da Codevasf, que contou com a participação dos movimentos de luta do campo.
Já os
servidores públicos municipais ocuparam a prefeitura de Montes Claros. A Inter
TV Grande Minas, afiliada da TV Globo, também foi alvo dos protestos de militantes
do movimento social, que exigiram a democratização da mídia.
Uma grande passeata
também tomou as ruas de Montes Claros com militantes da CTB, UJS, Sinpro Minas,
Sinttel, Sindicato dos Vigilantes, MST, MAB, Levante Popular da Juventude, partidos
de esquerda, movimento “Ocupa a Câmara”, entre outros, demonstrando a força da
unidade popular.
Fonte: CTB Minas.
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