O presidente nacional da
CTB, Wagner Gomes, entende que o Dia Nacional de Lutas, organizado na quinta-feira
(11) por todas as centrais sindicais do País, deixou claro para o governo
federal qual o sentimento da classe trabalhadora e da população brasileira em
geral: é preciso aprofundar as mudanças no Brasil.
Após as manifestações, o
dirigente fez um balanço sobre os atos. Diante do atual cenário, Wagner Gomes
não descarta a realização de uma greve geral em agosto. Segundo o dirigente,
está nas mãos do governo federal, do Congresso e também do empresariado
nacional os elementos que podem impedir uma paralisação completa em um curto
período de tempo.
Confira trechos da conversa
de Wagner Gomes com o Portal CTB:
Avaliação do 11 de julho
Temos unanimidade das
centrais em afirmar que foi um dia de muita mobilização. Tivemos paralisações,
passeatas e fechamento de estradas em todo o País. Já havíamos feito uma marcha
vitoriosa no dia 6 de março deste ano, quando as centrais colocaram 60 mil pessoas
em Brasília, e agora o 11 de julho chega com tudo em nossa luta pela pauta dos
trabalhadores. Temos que enfatizar isso porque há uma perspectiva clara: se até
o final de agosto não tivermos avanços, iremos nos reunir e debater a
realização de uma greve geral. Já faz três anos, desde a realização da segunda
Conclat, no Pacaembu, que temos uma pauta definida, mas sem qualquer avanço.
Neste 11 de julho, o que houve de diferente foram as diversas formas de
protesto por parte dos trabalhadores. O ato da Avenida Paulista foi a forma que
encontrarmos para juntar todas as centrais e os movimentos sociais que
participaram desse Dia Nacional de Lutas. Enquanto estávamos reunidos lá, por
todo o Brasil a militância também fazia seus atos.
Unidade
Outra coisa importante a se
destacar nesse movimento foi a unidade demonstrada por todo o País. Conseguimos
deixar de lado algumas divergências, sabendo que é a unidade que nos dá mais
força para enfrentar o governo e o empresariado.
Mudanças no país
O movimento sindical está
dizendo para o governo o seguinte: é preciso aprofundar as mudanças. Mas
ocorreu algo num sentido inverso, pois, na véspera do Dia Nacional de Lutas, o
governo mais uma vez aumentou a taxa de juros e isso obviamente não resolve
nosso problema, pelo contrário, o agrava. O governo deu um veneno para tratar
um paciente que precisa de um remédio. Continuaremos a mostrar para a sociedade
e para o governo qual o remédio que consideramos ideal para o Brasil se
desenvolver.
Papel do empresariado
Os trabalhadores precisam
entender quais setores impedem maiores conquistas para nossa classe. O exemplo
da terceirização é emblemático. Se pegarmos, por exemplo, nossa bandeira pelo
fim do fator previdenciário, precisamos de uma iniciativa do governo para
termos alguma vitória. Já a terceirização depende da posição dos empresários, e
é por isso que temos que chamar a atenção da sociedade para a responsabilidade
do empresariado. E, enquanto isso, há uma turma que assiste a tudo, à espera do
que vai acontecer: os rentistas, que cada vez ganham mais. É por isso que
insisto tanto sobre a necessidade de mudarmos a política macroeconômica do
país. Sem uma alteração de rumo nesse sentido, nossas reivindicações
dificilmente serão contempladas.
Diálogo com o governo Dilma
Os trabalhadores devem
apertar o cerco. Estamos chegando ao fim do terceiro ano do governo Dilma.
Alguma dessas importantes reivindicações precisa ser atendida. Não é possível
que em um governo considerado “popular” a gente não consiga sequer negociar
certas pautas. Um governo democrático e popular, eleito com o apoio maciço da
classe trabalhadora, precisa oferecer algo para que os trabalhadores se sintam
contemplados e representados.
Fonte: Portal CTB.
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