15 de jul. de 2013

“Recado das ruas é claro: governo precisa aprofundar as mudanças”, diz Wagner Gomes

O presidente nacional da CTB, Wagner Gomes, entende que o Dia Nacional de Lutas, organizado na quinta-feira (11) por todas as centrais sindicais do País, deixou claro para o governo federal qual o sentimento da classe trabalhadora e da população brasileira em geral: é preciso aprofundar as mudanças no Brasil.
Após as manifestações, o dirigente fez um balanço sobre os atos. Diante do atual cenário, Wagner Gomes não descarta a realização de uma greve geral em agosto. Segundo o dirigente, está nas mãos do governo federal, do Congresso e também do empresariado nacional os elementos que podem impedir uma paralisação completa em um curto período de tempo.
Confira trechos da conversa de Wagner Gomes com o Portal CTB:
Avaliação do 11 de julho
Temos unanimidade das centrais em afirmar que foi um dia de muita mobilização. Tivemos paralisações, passeatas e fechamento de estradas em todo o País. Já havíamos feito uma marcha vitoriosa no dia 6 de março deste ano, quando as centrais colocaram 60 mil pessoas em Brasília, e agora o 11 de julho chega com tudo em nossa luta pela pauta dos trabalhadores. Temos que enfatizar isso porque há uma perspectiva clara: se até o final de agosto não tivermos avanços, iremos nos reunir e debater a realização de uma greve geral. Já faz três anos, desde a realização da segunda Conclat, no Pacaembu, que temos uma pauta definida, mas sem qualquer avanço. Neste 11 de julho, o que houve de diferente foram as diversas formas de protesto por parte dos trabalhadores. O ato da Avenida Paulista foi a forma que encontrarmos para juntar todas as centrais e os movimentos sociais que participaram desse Dia Nacional de Lutas. Enquanto estávamos reunidos lá, por todo o Brasil a militância também fazia seus atos.
Unidade
Outra coisa importante a se destacar nesse movimento foi a unidade demonstrada por todo o País. Conseguimos deixar de lado algumas divergências, sabendo que é a unidade que nos dá mais força para enfrentar o governo e o empresariado.
Mudanças no país
O movimento sindical está dizendo para o governo o seguinte: é preciso aprofundar as mudanças. Mas ocorreu algo num sentido inverso, pois, na véspera do Dia Nacional de Lutas, o governo mais uma vez aumentou a taxa de juros e isso obviamente não resolve nosso problema, pelo contrário, o agrava. O governo deu um veneno para tratar um paciente que precisa de um remédio. Continuaremos a mostrar para a sociedade e para o governo qual o remédio que consideramos ideal para o Brasil se desenvolver.
Papel do empresariado
Os trabalhadores precisam entender quais setores impedem maiores conquistas para nossa classe. O exemplo da terceirização é emblemático. Se pegarmos, por exemplo, nossa bandeira pelo fim do fator previdenciário, precisamos de uma iniciativa do governo para termos alguma vitória. Já a terceirização depende da posição dos empresários, e é por isso que temos que chamar a atenção da sociedade para a responsabilidade do empresariado. E, enquanto isso, há uma turma que assiste a tudo, à espera do que vai acontecer: os rentistas, que cada vez ganham mais. É por isso que insisto tanto sobre a necessidade de mudarmos a política macroeconômica do país. Sem uma alteração de rumo nesse sentido, nossas reivindicações dificilmente serão contempladas.
Diálogo com o governo Dilma
Os trabalhadores devem apertar o cerco. Estamos chegando ao fim do terceiro ano do governo Dilma. Alguma dessas importantes reivindicações precisa ser atendida. Não é possível que em um governo considerado “popular” a gente não consiga sequer negociar certas pautas. Um governo democrático e popular, eleito com o apoio maciço da classe trabalhadora, precisa oferecer algo para que os trabalhadores se sintam contemplados e representados.

Fonte: Portal CTB.

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