Os metalúrgicos da Denso
Térmicos, em Betim, acabam de garantir 8% de reajuste salarial e abono de R$
1.000,00, dentre outras conquistas, no mais significativo acordo alcançado até
o momento na Campanha Salarial Unificada dos metalúrgicos de Minas Gerais, após
uma greve que paralisou a fábrica por cerca de quatro horas e meia, na manhã
desta terça-feira (26).
A conquista tem valor histórico
para os trabalhadores, já que é a primeira greve realizada na fábrica desde que
a Denso Térmicos se instalou em Betim, em 1991.
Pelo acordo, negociado entre
o Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região e representantes da empresa, os
metalúrgicos da Denso Térmicos terão, ainda, garantia de emprego ou salário por
120 dias; cartão cesta no valor de R$ 100,00, sem qualquer desconto (para quem
não tem falta injustificada), e pagamento da segunda parcela da PLR com
apuração apenas da meta de absenteísmo, que é individual. As horas paradas
durante a greve não serão descontadas.
O reajuste de 8% será
aplicado até os salários de R$ 3.000,00 – acima deste valor, será pago um valor
fixo de R$ 260,00. Já os R$ 1.000,00 de abono deverão ser pagos até o dia 10 de
dezembro.
Não ao banco de horas
O vice-presidente do
Sindicato, Gleyson Borges, que trabalha na empresa, considera que este é um
momento histórico, pois é a primeira vez que os trabalhadores pararam a
fábrica. “Os metalúrgicos da Denso Térmicos resolveram cruzar os braços para
exigir respeito, valorização, reajuste salarial digno, abono e para rechaçar
qualquer possibilidade de inclusão de cláusulas como o banco de horas nas
fábricas da nossa categoria”, afirmou.
Para o presidente do
Sindicato, João Alves de Almeida, a conquista dos metalúrgicos da Denso
Térmicos poderá influenciar positivamente a luta da categoria nesta Campanha
Salarial Unificada.
“Esta conquista é um exemplo
de luta que deve ser seguido pelos metalúrgicos de outras empresas, não apenas
em Betim, mas em todo o estado. Além disso, é um indicativo de que, se os
trabalhadores intensificarem a mobilização nas fábricas e continuarem unidos ao
Sindicato, as possibilidades de alcançarmos reajustes com índices ainda mais
significativos são enormes”, destaca.
A greve realizada na Denso
Térmicos chegou a comprometer o abastecimento de peças nas linhas de produção
da Fiat Automóveis, que teve alguns setores totalmente paralisados, e também na
Magna, em São Joaquim de Bicas.
O diretor do Sindicato
Geraldo Firmino, que trabalha da Denso Térmicos, parabenizou os metalúrgicos
pela determinação e mobilização junto ao Sindicato. “Mais uma vez, ficou
comprovado que quando os trabalhadores se mantém mobilizados e unidos ao
Sindicato, a vitória é certa”, destacou o dirigente.
Impasse com a Fiemg continua
Conforme deliberação de
assembleia realizada no último dia 10, os metalúrgicos de Betim e Região
permanecem em "Estado de Greve", podendo paralisar as fábricas da
base a qualquer momento, a exemplo do que fizeram os trabalhadores da Denso
Térmicos.
Até o momento, permanece o
impasse nas negociações entre metalúrgicos e Fiemg, uma vez que a patronal não
arreda pé da proposta que condiciona a elevação do percentual de reajuste de
5,9% à aceitação, por parte da categoria, da implantação do banco de horas nas
fábricas.
Nova tentativa de
conciliação entre as partes está marcada para o próximo dia 28, na
Superintendência Regional do Trabalho e Emprego.
Fonte: Departamento de Imprensa - Sindbet.
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