CTB Minas convoca população para pressionar ALMG contra o PEC 68/14
O governo de Minas Gerais pretende
repassar na calada da noite o controle acionário da Companhia de Gás de
Minas Gerais (Gasmig), empresa subsidiária de Cemig, para a multinacional
espanhola Fenosa. A privatização, objeto da Proposta de Emenda à Constituição
(PEC) 68/14, passa por cima da Constituição Estadual que obriga realizar
referendo popular para tal finalidade. A CTB Minas convoca todos para
aumentar a pressão aos deputados mineiros e votar contra a PEC 68 no portal da
Assembleia. O site possui acesso para que o internauta possa opinar sobre
os projetos em tramitação (clique aqui e vote contra).
A má repercussão da proposta do
governo mineiro fez com que deputados da base aliada recuassem a votação para
depois do recesso parlamentar e adiaram a para agosto a tramitação da PEC.
Mesmo com a extensão do prazo, o governo não rejeita a privatização no apagar
das luzes do mandato tucano. Se aprovada a alteração, escancara a privatização
total com doação ao capital estrangeiro, assim como fez Fernando Henrique
Cardoso (FHC).
A CTB-Minas participou da primeira
reunião das centrais para discutir o assunto, solicitou audiência pública na
ALMG, através do deputado Celinho do Sinttrocel (PCdoB) e está preocupada em
dar apoio aos sindicatos da área. Uma nova reunião das centrais está agendada
para esta quinta-feira (17/07) quando novas ações serão aprovadas para
denunciar os danos da pretensa privatização.
Risco para os trabalhadores
O diretor do
Sintramico, José Eustáquio de Castro, também destaca preocupação com o destino
dos trabalhadores. Destinado a conceder entrevista pelo presidente do
Sintramico, Leonardo Luiz de Freitas, Castro aponta a insegurança para os
trabalhadores de serem mantidos nos cargos.
O presidente da Cemig e presidente da
Comissão de Administração da Gasmig, Djalma Bastos de Moraes, se reuniu com os
trabalhadores, sem a participação dos sindicatos, e fez uma oferta de
estabilidade de 3 anos no emprego. A proposta pareceu uma estratégia para que
após este prazo a empresa espanhola possa fazer o que quiser com os 221
empregados diretos da Gasmig.
“A Espanha, origem da Fenosa, foi o
país mais atingido com o desemprego na Europa. Quem garante que a empresa não
irá querer substituir todos os trabalhadores aqui no Brasil?”, questiona José
Eustáquio. “Queremos que a população opine a respeito, queremos que faça o
referendo popular” complementa.
Para discutir esta questão, uma
reunião irá acontecer nesta quarta-feira (16/07) às 10 horas no Ministério do
Trabalho. José Eustáquio não descarta que a reunião termine no Ministério
Público.
Acompanham este processo os seguintes
sindicatos: Sintramico, Senge-MG, SAEMG, SEEMG, SETTASPO, SCBH, SINTET, SINTEC.
Entenda
A proposição dispõe
sobre operações societárias de empresas estatais. Ela abre a possibilidade de
venda do controle acionário de empresas estatais não controladas diretamente
pelo Estado sem autorização da ALMG. Uma dessas empresas é a Gasmig,
distribuidora exclusiva de gás natural canalizado em todo o território mineiro,
por outorga de concessão pelo Estado.
Para José Eustáquio
a Gasmig representa apenas a primeira empresa que poderá passar por este
processo. “Depois podem vim a própria Cemig, a Coposa e qualquer outra” alerta.
A PEC 68/14 altera
incisos e parágrafos do artigo 14 da Constituição do Estado. Os incisos II e IV do parágrafo 4º
determinam que depende de lei específica a autorização para instituir e
extinguir sociedade de economia mista e empresa pública controladas pelo
Estado, por sua administração direta; e a alienação de ações que garantam, nas
empresas públicas e sociedades de economia mista, o controle pelo Estado, por
sua administração direta, ressalvada a alienação de ações de sociedades cujo
objeto social seja, exclusivamente, a participação minoritária no capital
social de outras companhias.
Já o novo texto do
parágrafo 17 estabelece que a desestatização de empresa pública ou sociedade de
economia mista controlada pelo Estado, por sua administração direta, e
prestadora de serviço público de distribuição dê gás canalizado, de geração, transmissão
e distribuição de energia elétrica ou de saneamento básico, autorizada por lei
nos termos deste artigo, será submetida a referendo popular.
Para concretizar a
privatização, a Petrobras precisa vender 40% das ações que tem na Gasmig para
facilitar a entrada da espanhola. Os rumores é que este acordo já está
avançado.
O governo de Minas mais uma vez quer
entregar um patrimônio público sem sequer consultar a população. Vote e faça
valer a força do povo mineiro contra a privatização!
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