Nesta semana, a revista Veja, da Editora Abril, trouxe a matéria de capa com as gravações dos depoimentos prestados pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa para a Operação Lava Jato da Polícia Federal (PF) detonando um suposto esquema de corrupção através da "delação premiada". Segundo a publicação, Costa foi demitido da estatal em abril de 2012, acusado de atos ilícitos na empresa, foi preso pela PF (Policia Federal) em março passado, solto em maio pelo Supremo Tribunal Federal e em junho preso novamente. Por isso, “o movimento sindical petroleiro vinha sistematicamente pedindo a saída desse senhor da Petrobras”, garante Fátima Viana, dirigente do Sindicato dos Petroleiros e Petroleiras do Rio Grande do Norte.
“Sabemos que a corrupção faz parte do itinerário das empresas, mas o que é crime tem que ser apurado”, preconiza Fátima. Mas ela, tem dúvidas da veracidade dessa reportagem. "Enquanto a revista não apresentar as provas, as denúncias não serão levadas a sério, porque se as investigações da PF estão correndo sob sigilo de justiça, como a publicação teve acesso aos depoimentos desse senhor?", pergunta.
Fátima conta ainda que Costa está na direção da estatal desde o governo de Fernando Henrique Cardoso e “nunca sentimos confiança nele”, ressalta. Ela reforça, no entanto, a necessidade de a PF aprofundar as investigações e o que “for comprovadamente criminoso deve ter punição exemplar”. Segundo ela, "a revista Veja tem a obrigação moral de apresentar à opinião pública as provas do que está acusando as pessoas", define.
“Do jeito que saiu publicado beira à fofoca e perde todo o crédito. Não se deve dar ouvidos a boatos contra quem quer que seja”, acentua Fátima. “Sem prova, sem indício, sem nada, a Veja publica uma lista de políticos acusados como beneficiários de um esquema de corrupção na Petrobras. A quase totalidade deles pertence a partidos da base do governo Dilma, com exceção de Eduardo Campos, candidato a presidente do PSB, ceifado por uma tragédia”, ataca Adalberto Monteiro, presidente da Fundação Maurício Grabois e editor da revista Princípios.
"O que os petroleiros acham estranho é somente agora a revista vir à tona com essas acusações", revela Fátima. Para ela, “mesmo com a suposta delação premiada desse senhor, o conteúdo dos depoimentos não é de conhecimento público. E a Veja tem que dizer como conseguiu as gravações e tem obrigação de apresentá-las à sociedade”. Já Monteiro questiona: “De fato a revista teve acesso ao teor dos depoimentos? Ninguém sabe. E se houve quebra do segredo de Justiça, por quais expedientes esse crime foi consumado?”
O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Petrobras, Vital do Rêgo (PMDB-PB), quer que a revista apresente as gravações que obteve dos depoimentos à comissão. Até o momento a Veja não se pronunciou a respeito.
Na segunda-feira (15), a Federação Única dos Petroleiros, juntamente com diversas entidades do movimento social e sindical, realiza, às 10h, um ato em Defesa do pré-sal, da Petrobras e do Brasil, na Cinelândia, no Rio de Janeiro, com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (saiba mais aqui).
Por Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB
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