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20 de nov. de 2017

Após 42 anos sob o mesmo comando, Sindicato dos Músicos de Minas Gerais tem como presidenta Vera Pape

Apesar da posse da nova diretoria ter ocorrido em 31 de outubro, o prazo de transição finalizou na segunda-feira (13/11).





O Sindicato dos Músicos de Minas Gerais (SMPMG) está com nova diretoria, após 42 anos sob o comando do mesmo presidente, a Entidade agora passa para as mãos da flautista Vera Pape e sua equipe. Formada por músicos que atuam desde ritmos populares que tocam na noite, músicos professores, músicos do erudito até filarmônica, o objetivo da nova diretoria é oxigenar o Sindicato e mostrar, a que serve e colaborar com as demandas da categoria.

A presidenta Vera Pape afirma que pela primeira vez há músicos de todas as áreas e explica que todos são músicos trabalhadores. "Somos um retrato do trabalhador do futuro, após as mudanças feitas pelo governo federal as categorias se tornarão como os músicos. Atualmente, 90% dos músicos em Minas Gerais trabalham na informalidade, enquanto levam o país para esse lado, nós músicos tentamos ir para o outro, onde há carteiras assinadas", disse.

De acordo com o vice-presidente do Sindicato, Zeca Magrão, o objetivo da nova diretoria é trazer mais respeito a categoria. "Queremos mais dignidade a classe principalmente no interior. Essa informalidade afeta o setor de forma negativa, portanto é necessário que todo trabalho feito pelos músicos seja sim regularizado", falou.

Para a presidenta, sindicato é o mecanismo de luta para os trabalhadores e pensando assim ela explica três principais demandas que a nova diretoria pretende lutar nesse início de mandato. "As demandas são diversas, entretanto, vou citar três iniciais porque se não ficaria horas citando uma a uma. É necessário atrair mais sindicalizados, e para iniciar esse processo vamos rever os valores das mensalidades pagas pelos músicos, o segundo ponto é lidar com o cover artístico para que seja realmente repassado integralmente ao músico e por fim combater a informalidade seja com contrato ou carteira assinada", afirmou Vera Pape.

Para o vice-presidente do SMPMG, o ataque aos direitos trabalhistas e ao financiamento sindical são exatamente o oposto do desejo da categoria, que já sofre com esses impactos. "Como a maior parte dos músicos não possuem carteira assinada, nós estamos analisando uma forma de conscientizar e atrair a categoria para aderir ao sindicato e participar mais ativamente com a gente nas lutas que virão", contou Magrão.

HISTÓRICO

Vera Pape revela que boa parte dos músicos não conheciam o Sindicato e não sabiam quais as atribuições da entidade. Foi então que ela começou a questionar as ações do SMPMG. "No melhor dos mundos teremos uma parceria com a ordem dos músicos, mas essa é uma história que será contada a partir de agora", disse.

O Sindicato dos Músicos foi fundado em 1942, em 1975 o presidente anterior assumiu o cargo e nunca mais houve troca no poder. Exceto nos anos de 1990 a 1993, em que ele se tornou vice-presidente da entidade. De acordo com a atual presidenta da Entidade, desde então a participação dos sindicalizados era pequena, a atuação do sindicato quase não existia. "Na última eleição foram 301 votantes, vencemos com 178 votos contra 122. Mas vale ressaltar que as eleições passadas tinham entre 40 a 45 votantes", explicou Vera.

Todo o processo de eleição foi judicializado, portanto, a posse ocorreu em 31 de outubro, mas o prazo de transição entre um mandato e outro finalizou no dia 13 de novembro. "Na segunda-feira que tivemos acesso ao livro caixa e outras informações administrativas do Sindicato, agora vamos iniciar nossos projetos para conseguir levantar essa Entidade", afirmou Pape.

O mandato da nova diretoria vai até 2020.


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