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22 de fev. de 2019

Os contornos do BRASIL

Ou melhor dizendo os coturnos e o futuro do Brasil.
Contornos de um golpe milimetricamente calculado, imobilizando um lado e outro.
A esquerda, sem ação concreta e coletiva. E pior, altamente institucionaliada e, portanto, dividida.
A extrema direita, colocada na reserva, pois era apenas gandula e não gandola.
As milícias em treinamento explícito, circunstancial, para quando precisarem ser convocadas.
As mídias, vociferando e babando qual cachorro hidrófobo.
O judasciário, de cabeça baixa e o coturno no pescoço.
Os cãesgressistas dizendo amém.
A outra direita, articulando, se mexendo, colocando cada peça em seu lugar, no tabuleiro.
Foi assim Floriano em 1889.
Getúlio em 1930 e depois 1937.
A tentativa de impedir a posse de Juscelino, pós "suicídio" de Vargas 1955;
O golpe que depôs Jango em 1964.
A "morte" de Costa e Silva e a ascensão da Junta Militar (golpe dentro do golpe) 1969.
E a História se repetindo... 2016/2019
Os movimentos sociais fragmentados e atirando a esmo em suas lutas pontuais.
Uma insatisfação e indignação generalizada aqui, no andar de baixo da população pauperizada e com um aumento sem precedentes da precarização do trabalho.
Os fundamentalistas capitaneando estes sentimentos e anestesiando
o Povo, com profecias de salvação (charlatanismo puro, com raríssimas exceções de igrejas mobilizadoras das lutas terrenas).
Uma pequena burguesia assustada com os altos índices de desemprego que antes não a afetava (e ela pouco se ligando quando atingia seus iguais de baixo).
O próximo round?
Fechar as cortinas...


Hélder Pacheco – Militante da CTB

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